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sexta-feira, 29 de novembro de 2002

Blogue Maroto

Um poema que deixei no Garota Marota, de Rachel Kzirian, quando estive lá pela primeira vez, ontem.

PARTE LIDA

Não li todo o seu blog.
Do que li, gostei.
E a parte que não li
sussurou-me por você:

"Voltarás em breve
mesmo que não leste o todo,
pois a parte lida
mostrou ao teus olhos absortos
que não conseguem prender-se a um porto
um pouco do que pode um teclado
nas mãos de dedos marotos."

Voltei lá agora há pouco e o que meu poema prometia se cumpriu. O post de hoje (Observando o Mundo) mostra toda a sutileza e sensibilidade dessa garota que se diz marota. Vai , vai. Quando estava lá, havia 13 pessoas on-line. Caramba!

Kali.
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quinta-feira, 28 de novembro de 2002

Post Erótico

Esse poema eu fiz quando visitei um blog onde a autora fazia um rasgado elogio à língua francesa. Simplesmente dizia que o francês era "foda". Claro que não coloquei o poema nos comentários para não constrangê-la, mas mandei por e-mail. Ela achou legal, divertido. Disse até que eu não perdia tempo com nenhum tema para construir um poema. Realmente, se for lido com desprendimento, se verá que o caráter lúdico do poema é mais forte que seu conteúdo libidinoso-erótico-sensual-pornô (como deve dizer a turma do Casseta & Planeta). Espero que agrade. É sincero e não apelativo. Vai em vermelho carmim para ficar mais em conta :Þ /font>

MON AMOUR :Þ

Para ela,
a língua francesa
era foda.

Namorou
um francês
e sua teoria
se confirmou

plenamente...
literalmente...

"Essa língua francesa é foda!"
Essa frase nem mais dizia.
"Essa língua francesa é foda!"
Não, não falava, nem conseguia.
"Essa língua francesa é foda!"
E era em português mesmo que ela gemia.

Kali.
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Um bar

Não poderia deixar de indicar esse bar. Vale a pena visitar. Eu vi esse link no blog da Jackie, Do Outro lado do Mundo, mas à distância de um clique. A Jackie é uma pessoa divertidíssima e bem mais interessante que a revista SUPERINTERESSANTE, e seu blogue bate na mesma balada, cheio de coisas alegres e preciosas, como esse bar aí. Visitar o site da Jackie e do bar vale a pena. Ainda mais que sua alma não é pequena.

Kali.
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quarta-feira, 27 de novembro de 2002

Regando a flor dos lábios

Esse eu acabei de deixar no site da Natynha (Sorvete de Casquinho), sobre lembranças da infância. Espero que gostem. Eu gostei.

DERIVAÇÕES

Só depois que cresceu percebeu
- não porque português aprendera,
talvez porque sonhar desaprendera -

que brilhar vinha do verbo brincar
e criança, do verbo criar.

As lágrimas, viu que eram do verbo lembrar
e o riso - quem diria! - derivava do verbo chorar,

pois seus olhos tanto choraram,
tanto sua boca regaram,
que as pétalas de seus lábios desabrocharam.

Kali.
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terça-feira, 26 de novembro de 2002

A Poesia de Elaine

O primeiro poema que Elaine (Tecos da Vida) recebeu, segundo ela, fui eu que fiz. Não acho que o poema esteja à altura do pioneirismo nem da pessoa a quem foi dedicado, mas o fato de ter sido o primeiro a fazer um poema para ela me enche de um terno orgulho. Não conheço a Elaine, exceto pelas informações que colho em seu blog e dos comentários que ela deixa aqui, dados suficientes para eu ter certeza de que se trata de uma bela e adorável pessoa. E, além de uma bela pessoa, uma pessoa muito bela. É o que me diz a foto dela. Rimou! Rimou a alma com o corpo dela - ó, rimou de novo! :) (eu e minha mania de achar que posso tirar de tudo uma poesia - olha só, mais uma vez a rima se fez! rsrsrs :Þ )

A internet permite essas coisas que deslumbram: estar em contato com pessoas de cuja existência você jamais teria conhecimento não fosse a web. Muito menos escrever poemas para elas. E, menos ainda, o primeiro poema.

A POESIA DE ELAINE

Nunca lhe haviam feito
um poema.

Um dia, um poeta veio
e quis fazer para ela
os mais lindos versos,
que lhe tocassem o coração,
que lhe palpitassem os seios.

Ao recebê-los,
disse com gratidão:
"feitos para mim são os primeiros que leio".

Pôs-se então a lê-los em devaneio.

Um sorriso lânguido e largo,
rasgando sua face como um veio
acompanhou sua leitura
no início, no fim e no meio.

Ao agradecer pelo poema,
o poeta lhe falou:

"Por que me agradeces
se te dei versos num papel
e um riso em ti se abriu,
como meia lua no céu?

Por que me agradeces
Se te ofereci apenas versos alegres
e eu recebi a própria a alegria?

Por que me agradeces
Te entreguei um simples poema
e tu me deste a própria poesia?"

Por que me agradeces tu a mim
se sou eu que devo a ti
a honra da cortesia?"

Kali.
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Criancice

Eu fiz um fansign desse aí para a Natynha, do Sorvete de Casquinho. Estou vendo como ficaria o modelito para o Blog Kálido.

Precisaria arranjar um locutor com dicção melhor.

Kali.
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domingo, 24 de novembro de 2002

A Criança Dentro Dela

A Paula Foschia, que tem um dos blogues mais badalados e bem escritos, o Epinion (ela não é uma blogueira que escreve, mas uma escritora que bloga) num dia desses, fazia uma confissão. Vejam que legal:

Estou aqui sentada ao computador, comendo Frutinhas. Alguém lembra? Aquelas balinhas miúdas, umas bolinhas minúsculas coloridas numa caixinha simulando vidro? Encontrei hoje, num depósito de balas em Copacabana e estou aqui, voltando no tempo. Isso me fez pensar que, nessa última semana, voltei muito no tempo. Desde que me mudei comecei - inconscientemente? - um processo de voltar às minhas origens, de retomar meus antigos sonhos, voltar a perseguir meus ideais de infância. Sabe aquela coisa de quando te perguntam o que você quer ser quando crescer? Então. Isso. A gente cresce e acaba fugindo completamente do plano. Eu queria ser escritora, sempre quis, desde os cinco anos de idade, quando aprendi a ler. Assim que aprendi a escrever, fazia livrinhos pros meus irmãos mais novos lerem, fiz toda a sorte de revistinhas e zines, vendia pros amigos na escola, coisa e tal. O tempo passou e eu virei uma advogada. E de repente olhei pra minha vida e vi que ela não era pra mim. Talvez, em algum lugar por aí, tenha uma garotinha crescida como eu, que queria ser uma advogada de sucesso trabalhando no maior escritório da cidade. E provavelmente ela é médica, ou arquiteta, ou bibliotecária. E provavelmente ela nunca saberá porque está infeliz, porque às vezes sente aquele "despertencer" tão forte dentro dela. Talvez ela fique por lá para sempre. Eu não, eu dei o primeiro passo pra voltar aos meus sete anos, quando eu era uma criatura muito sábia. E comendo Frutinhas.

Pois bem, quando criança queria ser escritora. Hoje escritora, quer ser criança. Ganhou de mim esse poema, que ela gostou muito e até publicou em seu blogue. Uma grande honra pra mim:

O SER NO NÃO SER

Era advogada
mas queria ser escritora.

Um dia fez uma petição
em verso e prosa.

O juiz
deu então
razão a ela.

Por causa
do argumento
que embasou
o pedido em tela?

Que nada!
Viu no verso
um desenho de aquarela
e na prosa
a criança dentro dela.

Kali.
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Medo nos Olhos

Quinta, 21 de novembro, vou ao saboroso blogue da Natynha (Sorvete de Casquinho) e me deparo com essas frases:

...
"Mas seus olhos castanhos me metem mais medo que um raio de sol".
E agora estou aqui pensando porque alguém teria medo de mim.

Deixei nos comentários o poema abaixo que, ao chegar aqui, já veio acrescido das duas últimas estrofes. Meus poemas podem não ser muito bons, mas com certeza são dinâmicos. Ás vezes se transformam, como seres vivos. Espero que gostem.

MEDO NOS OLHOS

Dizia que os olhos dela
lhe metiam medo.
Ela não sabia por quê.

Então perguntou:
"Que medo é esse
que sentes ao me ver?

Ele lhe respondeu:
"Não é tanto
o medo do
que eu vejo
quanto o medo
do que tu vês:

O medo
de que os olhos teus
vejam nos olhos meus
o medo de te perder."

Então ela os olhos fechou,
e ele os dele também cerrou,
e num beijo cálido
o medo se acabou.

E como por um encanto,
depois daquele dia
em que a luz do medo se apagou,
jamais um amante na terra
que amor em seu peito encerra
de olhos abertos beijou.

Kali.
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sexta-feira, 22 de novembro de 2002

DOCES OLHOS

O poema a que Silêncio (Íntimo) se refere no comentário anterior e que eu tive o prazer de fazer é esse aí, Olhos de Mel. É que ela fez um elogio rasgado para mim. Disse que eu escrevia poemas doces. E eu disse que eram os olhos dela. Apenas juntei as duas coisas. Espero que gostem. Ela gostou. A realização de um poema não está na feitura, mas na leitura.

OLHOS DE MEL

Em tudo ela via
beleza e doçura.

"São seus olhos!"
Diziam.

"Não são meus olhos",
Respondia.
"Em tudo há uma centelha!"

Até que um dia se entregou:
Se emocionou ao olhar
para uma rosa vermelha

Todos viram
Que quem secou sua lágrima
foi uma abelha.


Kali.
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quarta-feira, 20 de novembro de 2002

O pedido de Alessandra

Puxa! estou vindo agora do blog da Alessandra e vejo ela me pedindo que eu coloque aqui o poema que fiz para ela ontem. Que grata satisfação!!! Claro que faço isso com um prazer enorme! Como é bom ver que você agradou alguém. Ganhei o dia.

Esse poema eu fiz ao ler o post (segunda, 18 de novembro) em que ela mostrava a letra de uma música (Resposta ao Tempo). Segundo ela, daquelas que fazem chorar. Ficou assim (não resisti e acrescentei mais duas linhas):

AS LÁGRIMAS DE ALESSANDRA

Chora não.
A lágrima que te cai
pesa sobre a terra
sobrecarrega esse chão.

Se queres chorar então,
recolhe tuas lágrimas
em recipiente forte
que as suporte.

Num anteparo que enternece
o rosto que já conhece.

Alivie esse chão.

Segura tuas lágrimas na palma de tua mão.

Kali.
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terça-feira, 19 de novembro de 2002

Lágrimas nos olhos meus

Kali.
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segunda-feira, 18 de novembro de 2002

Historinha

Então só porque hoje é segunda, um outro poema, a pedidos. Com o devido desconto, pois foi feito de improviso. Mas antes, avisando que o Poema para Liane abaixo estava com um errinho, devidamente corrigido. O texto do post também estava meio truncado... é horrível escrever com erros, mas fazer o quê? Às vezes a gente não se dá conta.

Historinha

Era uma vez uma menina
que se achava esquisitinha.
Ainda mais de TPM!
Não sabia que sua esquisitisse
não estava dentro dela,
mas no mundo que ela não entendia,
no mundo que não entendia ela.

Até que um dia se encontrou
e descobriu que sua esquisitisse
não estava mesmo nela.
E qual foi esse dia?
Nem foi um dia, mas uma noite
Uma noite que se fez dia.
Uma noite em que o mundo que não a entendia
viu na boca triste de uma guria
o riso de gozo de uma vadia.

Não era mesmo esquisitisse
o que estava dentro dela,
mas um imundo que ela entendia,
um imundo que entendia ela.

Kali.
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sábado, 16 de novembro de 2002

Um post, três poemas

Só porque hoje é sábado, vou mostrar três poemas que deixei em alguns sites que visitei esses dias. Como vocês podem ver, a inspiração para o que ultimamente ando escrevendo vem diretamente dos sites que visito, seja pelo visual que apresentam, seja pelos relatos sensíveis de pessoas idem. Essas coisas me tocam e saem esses pequenos poemas que a gentileza e os elogios das pessoas para quem foram dedicados e das demais que os lêem torna-os muito maiores do que realmente são. Por isso sou grato, mas sei que são poesias simples, feitas de improviso, muito aquém da verdadeira poesia em que eles se inspiraram. De qualquer forma, quero dizer que não são palavras gratuitas e saem do fundo do coração.

O poema da Liane (Another Perfect Day) pelo qual diz estar apaixonada (como fico feliz com um declaração como essa!) é esse aí. Eu o escrevi quando li seu post em que relata o "drama", lá pelos seus 10 anos de idade, de contar para seus pais que não queria mais fazer balé. Ela estudava balé desde os seis anos de idade. Era sonho de seus pais ela que ela fosse bailarina. O poema ficou assim (obrigado por publicá-lo em seu blogue, Liane):

POEMA PARA LIANE

Queria viver
sem ser obsessiva.
Amar
sem precisar ser altruísta.

Queria escrever
sem ter que ser romancista.
Cantar
sem ser uma corista.

Queria brincar
sem ser uma menina
Se apaixonar
sem ser uma Colombina.

E bailar
...sem ter que ser uma bailarina.

Então sonhou
como se fosse romancista.
E escreveu,
Sem ser obsessiva.
E se apaixonou
com a paixão dos idealistas.
E amou
como se fosse Colombina.

Então convidou seu par
como se fosse uma corista,
e tomou sua mão
como se fosse altruísta.

Lembrou-se
de seus tempos de menina
e bailou

...como a mais notável bailarina.

O poema para Lana (Horizonte Geométrico)eu fiz em razão do própria beleza de seu site, cheio de imagens maravilhosas, sem falar dos posts. Vale a pena visitar. Um colírio para os olhos. É bem simples o poema, mas graças a ele, sou agora "vizinho" dela. Qualquer hora vou pegar um pouco de açúcar. Doçura é o que não falta na casa dela.

AS IMAGENS

As melhores.
Foram se assentando.
Uma aqui, outra ali.
Bem colocadas,
bem assentadas.
Cada uma em seu lugar.

Uma penetra perguntou:
"Todas juntas aqui?
Como se combinou?

A imagem de uma flor
foi quem clareou:
"Não sabia?
Foi a dona que nos convidou!"

Esse último poema eu fiz para Silêncio, do blogue Íntimo. As coisas que ela escreve e a forma como faz isso, de uma maneira tão forte, autêntica, confessional e poética me levaram à única conclusão possível: ela escreve com a alma. Num post ela mesma dizia que escrevia com as vísceras. Não só é verdade o que ela disse, como me inspirou essa poesia que deixei nos comentários.

TINTA D´ALMA

Escrevia visceralmente,
Como quem vomitava.
Redigia com as entranhas.
Queria expor o que havia dentro de si
Por sentir-se estranha.
Em silêncio,
Na surdez de um grito sufocado
Da garganta de quem se esgana.

Sua caneta sem tinta
Deixando ora um rastro de mel
Ora um traço de fel
Denunciava um milagre dos céus:
Sua alma se esvaindo
Para um pedaço de papel.

Kali.
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quarta-feira, 13 de novembro de 2002

Supermercado

Ah, não falei do comentário que fiz no blogue da Rina Pri. Seu post era assim:

::: Agora moro do lado de um supermercado, e quando não tenho nada pra fazer - o que tem sido comum, né - invento de ir lá, até pra comprar pão (que, inclusive, é mais barato que na padaria), vou lá, dou umas voltinhas, e venho embora. A lista de compras de hoje:
- condicionador: comprei o Dove. Quero ver se vale.
- escova de dentes: é bom trocar de vez em quando, né... como tenho trauma de cáries (tive muitas, problemas com desmineralização) troco a cada 3 meses e vou ao dentista 2 vezes por ano.
- barrinhas e ceral: frutas vermelhas com chocolate, pra enganar a vontade
- geléia diet: apesar de ter comprado de framboesa enganada (queria de morango), vai valer pra fingir que tô comendo doce...
- diet shake: esse mês eu preciso emagrecer. Já virou uma questão pessoal isso. hahahah
- hidratante: Nívea fórmula firmadora da pele. Quem sabe ajuda, né...
Só faltou esmalte. Não tinha o que eu queria... #

Fico pensando na beleza de espírito de uma pessoa que relata de uma forma tão desinteressada, tão desprentensiosa, tão doce, tão humana e tão bela uma simples compra de supermercado. Para mim, um post assim já é um poema. Nem precisava de outro. Mas teve.

E o meu saiu assim (com uma pequena alteração):

MERCADO SUPER

Comprou
cabelos lindos
dentes sadios
corpo esguio
pele macia.

Só não comprou
novas garras.
Estavam na lista,
mas não na prateleira
as que queria.

Sorte de quem
se livrou das unhas
de uma gata
por um ou dois dias.

Kali.
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segunda-feira, 11 de novembro de 2002

Além das Pretensões

Continuando a série Comentários Poéticos, vou mostrar um que deixei no blog da Catherine, Antes do Amanhecer (esse é o nome do blog da Catharine e não um advérbio de tempo; na verdade, eu deixei o comentário ao entardecer :Þ ). Num post (quinta, 10 de outubro de 2002) ela reclamava que gostaria de ser a inspiração de alguém, de ser a dedicatória de um livro e a responsável pelas mais belas palavras em um poema.

Isso me inspirou o poema abaixo, que deixei nos comments do dia 21 de outubro. Modéstia à parte, confesso que estava inspirado. Espero que vocês tenham a mesma opinião. O mais importante, porém, não é nem uma coisa nem outra: é saber que existem coisas além daquilo que tanto desejamos ser. Essa é a moral da história.
E do poema.

ALÉM DAS PRETENSÕES

Ela queria ser
a inspiração de alguém,
ser a dedicatória
de um livro,
a responsável
pelas mais belas palavras
em um poema.

Fonte de inspiração de alguém não foi.
Foi respiração,
muito mais que a inspiração
que se supôs.

Dedicatória de um livro também não foi.
Dedicatória houve até quem escrevesse.
Só ainda não foi escrito
o livro que a merecesse.

E responsável
pelas mais belas palavras em um poema
jamais seria.

Pois de um poema
palavra alguma lhe caberia
se não fosse ela própria
não as palavras de um poema,
mas, de um poema, a própria poesia.

Acho que vou ser poeta quando crescer.

Kali.
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domingo, 10 de novembro de 2002

Tempos Terríveis

A filha comanda a morte dos pais para conseguir dinheiro, a casa, a herança. Paulatinamente, e a pauladas.

Tristes dias esses em que o ter suplanta o ser.

Geração maldita a nossa.

Não, o ser humano ainda não ultrapassou a soleira de sua pré-história.

Kali.
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sexta-feira, 8 de novembro de 2002

Discrição

Esse comentário em forma de poesia...

Ou seria poesia em forma de comentário?

Deixei para uma pessoa que reclamou que eu não visitava mais seu blogue. Alguém doce, que lá me queria.

DISCRIÇÃO

Preocupada
com os comments,
Você não percebia
que calado eu te visitava
mais calado ainda eu te lia.

E que, embora não comentasse,
minha alma se embriagava
do que meu olhos bebiam.

Kali.
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Essas imagens maravilhosas vocês encontram no site da National Geographic para papel de parede. Fantásticas, não? As legendas também são deles. Falando em animais, tem uma frase que simplesmente venero: "mesmo que uma águia caminhe, todos sabem que ela pode voar."> Magestoso mesmo esse leão indo contra o vento...

 

"Ele era magnífico", recorda o fotógrafo Chris Johns, "e totalmente indiferente a mim". No leito seco de um rio batido pelo vento entre a África do Sul e Botsuana, o macho guardião personificava "todo o poder e liberdade dos leões do Kalahari", diz Johns. "É um privilégio ver um animal desses".

 

Uma águia dourada agarra o pulso de Kosan enquanto o falcoeiro kazakh pena para suportar o peso da ave sob o vento do inverno. Seguindo uma tradição de mais de mil anos, Kosan soltará seu pássaro para caçar no vale da Mongólia visto abaixo, então correr montanha abaixo a cavalo esperando alcançá-la antes que ela rasgue o valioso pelo da presa ­ talvez um lince ­ ou que ela mesma se machuque durante o embate.

 

Um lobo solitário caminha por placas de gelo flutuantes próximos a ilha Ellesmere no Canadá. Macho dominante de sua matilha, ele patrulha a praia em busca de comida para seus seis esfomeados filhotes. As focas viram presas nos meses mais quentes quando elas derivam no gelo quando ele se parte. Os lobos se recuperam da árdua tarefa da caça dormindo cerca de 12 horas por dia.

 

O fotógrafo da natureza Frans Lanting registrou um pingüim-imperador chamando seus filhotes dentre um grupo de jovens na Antártica. Muitas mães e pais humanos ficariam com inveja: os filhotes de imperador acorrem prontamente quando escutam o chamado característico de seus pais.

 

O olhar sinistro de um gorila de dorso cinzento é dirigido a um rival macho que ali se encontra no Parque Nacional Odzala da República do Congo. As borboletas são atraídas pelo sal contido na urina animal. Um infinito desfile de animais caçam e pastam nesse bai, ou clareira, na densa floresta equatorial.
Kali.
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quinta-feira, 7 de novembro de 2002

À Primeira Vista

Este eu deixei no apaixonante Sorvete de Casquinho, da Nathalia Duprat, já faz tempo. É um dos que mais gosto, apesar de simples
(Naty, que apague um beijo
o tempo que não te vejo):

Amor-próprio à Primeira Vista

- Sabe aquela menina?
- Qual?
- Aquela ali que quando te encontra
   dá sempre o melhor de si.
- O que lhe ocorreu?
- Um dia percebeu-se de sua própria candura...
- E?...
- E enamorou-se de si.

Kali.
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A Marca da Aline

Continuando a Série Comentários Poéticos, no Patota´s Blog encontrei esse post aí da Aline que sempre dá o ar de sua graciosa graça por aqui:

Hj fui almoçar c/ meus pais e eles deixaram eu fazer a tatuagem!!!!!!!!!!! Q legal..... no dia do meu niver!!!!! Não vejo a hora de chegar dia 1 de fevereiro(mandem presentes)!!!!!!

Gracinha ela, não? Fiz então esse poema. Achei bem legal:

MARCA

Queria uma marca
que mostrasse
o que ela era,
não o que queriam
que ela fosse.

Não o mato,
mas a foice.

Não a marca
de um ferro em brasa
do dono de uma boiada,
mas a marca de uma patada,
o coice.

A marca de sua alma
estampada em seu corpo.

Tatuou-se.

Kali.
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ESPELHO DA SUI

Bem, encontrei esse post aí no Blog da Sui, o delicioso blogue da Suzana:

Pense numa criatura que tá sem a menor coragem de ir pra faculdade
hoje...
mas vou...
Tou indo me arrumar...
beijos!

Aí deixei esse comentário que ela postou. Sinal de que gostou!:

ESPELHO, ESPELHO DELA.

Sem vontade de rumar para a faculdade
teve a faculdade de se arrumar com vontade.

E vendo no espelho
a imagem de uma nova Sui,
disse num sorriso ligeiro:
fui.

E o espelho seu
que refletia se havia alguém
mais bela do que ela
ficou refletindo sozinho
a luz que entrava pela janela.

Kali.
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Dor no Peito

Bem, esse poema eu deixei aqui mesmo nos comments (post Despertar Onírico - viu como é bom dar nome aos posts? Obrigado, Funny). E como nem todo mundo abre os comentários para ver o que tem lá dentro, vou mostrar aqui a poesia que fiz para a Renata. É que ela fez o seguinte comentário sobre o poema Despertar Onírico:

Lindo, lindo!!! Como todos, aliás. Hj estava pensando como vc traduziria o que eu estava sentindo. Tudo o que eu queria era uma tradução bonita prá tudo de ruim que me veio. Mas passou... E quem sabe a poesia não fica? Beijos!!!

Então escrevi:

Que tal essa, Renata?

DOR NO PEITO

Tudo o que ela queria
era que um poeta, num poema,
transformasse em poesia
aquilo de ruim que ela sentia.

O poeta então lhe perguntou:
"o que queres que eu retrate?
a dor por que está passando
ou a dor por que já passaste?"

- Que diferença faz se tudo é dor,
seja a dor que me corrói,
seja a dor que já doeu
e que agora não me dói?

- É que com a dor que já se foi
escrevo versos de saudade
em cores tristes e serenas
da mais triste flor do mangue

e com a dor que te corrói
faço versos dilacerados
sobre meu peito rabiscados
com o vermelho tinto do meu sangue.

Espero que tenha ficado...

Kali.
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No Templo da Ale

Vou postar aqui o comentário de que Alessandra falou. Mas não sem antes sugerir a vocês que visitem seu site maravilhoso e vejam as fotos e textos maravilhosos com que ela brinda os visitante. Colocou lá o primeiro capítulo de um livro que está escrevendo. Por mim, eu já mandava colocar uma capa dura nesse capítulo e o lançava à voracidade sensitiva dos leitores sensíveis. O comentário aí embaixo traduz a impressão que senti ao visitar o blogue. Blogue, como ela gosta de escrever, e não blog. Ela ainda perguntou se poderia postar o comentário que fiz. Que honra maior um blogueiro como eu poderia ter?

Cara, isso aqui é demais!
Não era digno de aqui estar.
Mas, e agora que estou?
O que faço para o chão não tocar
e não profanar o lugar?

Olha só!
A solução está aqui mesmo!
Boa idéia, Alessandra, a sua!
É só ler o blogue que a gente flutua!!!

Beijos.

...
Como ela tinha postado um lindo texto que terminava com esses versos:

"Me enxerga. Estou toda aqui, brilhando pra você.
E o que brilha é verdadeiro, e gruda na carne.
Me enxerga."br>

deixei essa resposta:

Não, não te enxergo.
Antes volto os olhos para um canto.
Se queres que te enxergo,
Por que então brilhas tanto?

Um diálogo? Um poema a dois, digamos.

Kali.
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quarta-feira, 6 de novembro de 2002

Despertar Onírico

Agora vou fazer igual a Funny e dar título aos posts. Fica mais organizado. Continuando a série Comentários Poéticos, esse aí eu deixei no blogue Canção para Despertar Sophia, de Sophia Bauer (que blogue lindo!). E olhem a a chamada que ela colocou para os comentários: "Cante para despertar Sophia". Demais, não? Bem, eu cantei isso:

DESPERTAR ONÍRICO

Queria que cantassem
para que a despertassem.

Até que um dia
alguém lhe cantou
uma canção de ninar.

- "Como queres, assim, me despertar,
se cantas para me embalar?"

- "Não te afliges e adormece.
Pelas terras dos sonhos se deixe levar.
Não é para teu corpo que canto.
É a tua alma que quero acordar."

Kali.
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Sou uma besta. Não deveria ter publicado os desenhos da Insana sem a permissão dela. A vontade de mostrar desenhos tão bonitos traiu minha discrição.
Kali.
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segunda-feira, 4 de novembro de 2002

Funny Valentine, num de seus posts (Amor, Saudade, Tudo - quarta-feira, 30 de outubro de 2002) reclamava que o namorado estava passando mal, distante 400 km e ela cheia de saudades. Mas no fim de semana iriam se encontrar. Antes que ela saísse de viagem, saiu de mim este poema :

AMOR, SAUDADE, TUDO
kali

Ela
Olhava ao redor
e achava que algo
estava sempre faltando.
Dor não faltava
e de saudade fartou-se.

Ele
olhava para o que faltava
e achava que algo
estava sempre rodando.
Adoentou-se.

Então o que era
para se adiantar,
adiantou-se.

E o encontro dos corpos se deu.
Não das almas, já amalgamadas,
pois são assim as almas gamadas.

E se havia saldos,
bastava saldar.
Saldou-se.

E se havia saudades,
bastava o saudar.
Saudou-se.

É feito de sal o amor.
Sal doce.

Kali.
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Já a Ana Carolina, do Confissões, num post extremamente sensível e belo (dê uma conferida: terça-feira, 9 de outubro), falava das sensações que sentia após o fim do relacionamento. A inspiração para esse petit poema devo a ela (com um pequeno retoque - sempre retoco meus poemas). Espero que agrade aos ilustres visitantes deste simplório blog.

O SOM DO SILÊNCIO
kali

Perdeu o amor
e por um instante
imaginou que perdera tudo.

Tentava ouvir algo
do que sobrou
mas só ouvia um baque surdo.

E antes de entrar em luto
vasculhou as sobras
e percebeu sinais,
gestos desesperados
em meio àquilo tudo.

Foi só então que descobriu,
num sorriso dilacerado,
porque não ouvia nada
em meio ao tudo:
o amor, além de cálido,
era mudo.

Kali.
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Bem, a Paula, menina da lua, num post descontraído, perguntava em seu blog se existia alguém como ela, que todos os dias cogita matar aula e que, no fim das contas, acaba matando mesmo. Deixei esse poema nos comentários (com uns retoques e um pequena acréscimo - os dois últimos versos):

AULAS MORTAS
kali

Matava-as
e arrastava os corpos
sempre para o lado de fora,
longe da sala,
mas não muito longe da escola.

E perguntava se era só ela
que fazia aquilo.
"Não", disseram as colegas.
"Também fazemos. Aos quilos".

Um dia se deparou
com uma aula morta
em plena sala.

"Nossa! Quem fez isso?", perguntou.

Uma colega magrela detonou:

"Essa foi o próprio professor
quem matou.
Achava que sabia tudo,
mas nada de novo ele nos trouxe.
E, sem alimento, a aula definhou."

"Foi assim", disse a magrela.

"De empáfia ele se armou
e de inanição a matou."

- E ninguém denunciou?

- Não... uma nota boa nos calou.

Kali.
Gostou, assine.


 

sábado, 2 de novembro de 2002

O poema de Drummond que a Bia deixou nos comentários é esse aí. Vale a pena colocá-lo aqui na íntegra.

Nesses dias vou postar aqui uns poemas que fiz e deixei por aí, nesses blogs maravilhosos. Espero que agradem esse meu respeitável público.

 

RECOMEÇAR
Carlos Drummond de Andrade

Não importa onde você parou...
em que momento da vida você cansou...
o que importa é que sempre é possível e
necessário "Recomeçar".

Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo...
é renovar as esperanças na vida e o mais importante...
acreditar em você de novo.

Sofreu muito nesse período? Foi aprendizado...
Chorou muito? Foi limpeza da alma...
Ficou com raiva das pessoas? Foi para perdoá-las um dia...

Sentiu-se só por diversas vezes?
é porque você fechou a porta até para os anjos...
Acreditou que tudo estava perdido?
era o início da sua melhora...

Pois é... agora é hora de reiniciar...
de pensar na luz...
de encontrar prazer nas coisas simples de novo.

Que tal um corte de cabelo arrojado... diferente?
um novo curso...
ou aquele velho desejo de aprender a pintar...
desenhar...
dominar o computador...
ou qualquer outra coisa...

Olha quanto desafio...
quanta coisa nova nesse mundão de Deus esperando por você.
Tá se sentindo sozinho?
Besteira! tem tanta gente que você afastou com o
seu "período de isolamento"...
Tem tanta gente esperando apenas um sorriso seu
para "chegar" perto de você.

Quando nos trancamos na tristeza...
nem nós mesmos nos suportamos...
ficamos horríveis...
o mau humor vai comendo nosso fígado...
até a boca fica amarga.

Recomeçar...
hoje é um bom dia para começar novos desafios.
Onde você quer chegar? Ir alto... sonhe alto...
queira o melhor do melhor...
queira coisas boas para a vida...
pensando assim trazemos prá nós aquilo que desejamos...
Se pensarmos pequeno... coisas pequenas teremos...
Já se desejarmos fortemente o melhor
e principalmente lutarmos pelo melhor,
o melhor vai se instalar na nossa vida.

E é hoje o dia da faxina mental...
joga fora tudo que prende você ao passado...
ao mundinho de coisas tristes... fotos...
peças de roupa, papel de bala...
ingressos de cinema, bilhetes de viagens...
e toda aquela tranqueira que guardamos
quando nos julgamos apaixonados...

Jogue tudo fora...
mas principalmente esvazie seu coração...
fique pronto para a vida... para um novo amor...

Lembre-se: somos apaixonáveis...
somos sempre capazes de amar muitas e muitas vezes...
Afinal de contas, Nós somos o "Amor"...

" Porque sou do tamanho daquilo que vejo,
e não do tamanho da minha altura."

Kali.
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Não falo de mim,
mas do mundo,
bem mais importante
e interessante.
Quiçá, mais bonito :Þ

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textos: kali