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domingo, 27 de novembro de 2005

Manifesto do Voto Nulo. Dê nota zero para os políticos

Propus-me a elaborar um manifesto pelo voto nulo nas próximas eleições. Penso que o voto nulo representará a atitude mais correta e corajosa dos leitores diante do quadro político brasileiro atual. As razões estão no próprio texto. Certamente você terá outras para acrescentar ou então terá suas próprias razões para dar um voto válido num candidato de sua confiança. Tudo bem. Mas o voto nulo também é válido. Depende dos objetivos que se buscam com ele. E acho que o que pontuei são bastante nobres.

Se você concordar com o Manifesto pelo Voto Nulo, divulgue-o. Se discordar, "eu lhe agradeço pela atenção que você dispensou. Muito obrigado, aquele abraço, porque eu já vou", pois "não canto para enganar. Vou pegar minha, viola, vou deixar você de lado e vou cantar noutro lugar".

 

MANIFESTO DO VOTO NULO

NOTA ZERO aos políticos brasileiros e confirme seu voto. Vote Nulo.
Se o Fome Zero não deu certo, o Voto Zero há de dar.

O ano de 2006 não será apenas um ano de Copa do Mundo. É mais um ano de eleições.

Não deixe de votar. Vote nulo.

Mais do que nunca, seu voto é importante para os rumos da história Brasil. Estamos vendo o quadro da política nacional. Se você analisar bem a situação, verá que o voto nulo é uma forma categórica de o povo mostrar sua indignação com o que está acontecendo nos parlamentos de todo o país, especialmente no Congresso Nacional, em Brasília. Mais do que isso, é a forma mais contudente de mostrar seu repúdio à situação a que os políticos brasileiros atuais e de um passado recente, do governo e da oposição, relegaram o país. Um país generoso e maravilhoso lançado num quadro de violência sem fim, numa pobreza sem dimensões e numa ausência total dos serviços mais essenciais aos brasileiros, principalmente a Saúde, a Segurança e a Educação Públicas.

Vote nulo.

Aproveite a oportunidade de mais uma eleição geral para mostra que sua indignação já venceu todo resquício de esperança. Mesmo que você tenha um candidato sério, honesto (acredite, eles existem), vote por quem ainda não encontrou o seu, por quem ainda é ludibriado pelo político enganador, desonesto, corrupto, carreirista, oportunista, pilantra. Vote por quem ainda não consegue distinguir um do outro. A maioria do povo está nessa situação. Vote por eles. Vote nulo. Convença-os a votar também.

Se você votou pelo NÃO no Referendo do Desarmamento, dê mais outra bofetada na cara de um Estado que não garante a segurança dos cidadãos. Vote nulo. Mostre também aos políticos da oposição que estavam no poder até bem pouco tempo que você não também não está satifeito com eles pois também não te deram a segurança que você tentou assegurar por seus próprios meios através do voto NÃO. Agora diga NÃO ao comércio de influências e de favores e de impunidades. Vote nulo.

Se você votou pelo SIM, alie-se aos brasileiros que votaram NÃO. Se você tinha razões para não dar o voto da arma, use agora a arma do voto. Com ela, você não corre o risco de ferir ninguém de morte a não ser a politicagem que assola o país e o político profissional que se alimenta dela. Dê um tiro certeiro. Vote nulo.

Mostre também que você está indignado com as decisões politiqueiras da Suprema Corte brasileira que liberta ladrões como Maluf e mandantes de crime como o juiz Leopoldo. Mostre que para você, STF será sempre a sigla de Supremo Teatro Federal enquanto a principal instiuição da Justiça brasileira continuar comovendo-se com a sorte dos afortunados e jamais com o azar do povo que os sustenta. Vote nulo.

Mostre ainda que você e todos os brasileiros, na condição de eleitores, EXIGEM O DIREITO DE JUGAR E REVOGAR TODO E QUALQUER MANDATO POLÍTICO, pois os mandatos são do povo não dos políticos que o utilizam para defender seus próprios interesses. Diga que você não quer ver corruptos inocentando corruptos através de CPI's que não dão em nada, que o direito de julgar cabe a quem os elegeu, o povo. Você faz parte do povo. Enquanto esse direito não vier, vote nulo.

VOTE NULO CONTRA O VOTO OBRIGATÓRIO.OU O VOTO É UM DIREITO OU NÃO É!. Só quem tem um direito pode decidir usá-lo. Tome uma atitude: Defenda o livre direito de votar. ENQUANTO VOCÊ FOR OBRIGADO A VOTAR, VOTE NULO!.

Manifeste sua opinião. Não deixe de votar, mas vote nulo! Mostre aos políticos sem-vergonhas que nas próximas eleições eles não precisarão mais fazer uso de dinheiro ilegal do caixa 2 para convencer o povo a votar em suas candidaturas além do absurdo que eles normalmente gastam, pois o brasileiro votará contra essa prática ilegal e imoral. O BRASILEIRO VOTARÁ NULO!.

Mostre ao mundo que você, brasileiro, não aceita essa condição vexatória em que se encontra a política brasileira. Mostre claramente que essa situação não conta com seu apoio. Vote nulo!

De onde você mora até a urna é um pulo.
Mas para o Brasil será um grande salto você votando nulo.
Dê a nota que os políticos merecem! Digite zero e confirme! Vote nulo!
Kali.
Gostou, assine.


 

segunda-feira, 21 de novembro de 2005

Outro questionário

Tem esse negócio aí do lado esquerdo dizendo quanto vale este blog. Eu o coloquei por diletantismo, mas não está à venda não, tá? (já tirei faz tempo - anotado hoje, 06/04/2009)

E não vendo por causa dos leitores que muitas vezes recebem questionários com perguntas difíceis na internet e não encontram uma pessoa disposta a ajudá-los a responder. Se não fosse este blog, você não iria saber as repostas para essas perguntas, por exemplo:

1. Por que laranja se chama laranja e limão não se chama verde?
Porque isso iria confundir a cabeça dos ecologistas. Se limão se chamasse verde, numa campanha "Salve o Verde" eles só iriam salvar os limões.

2. Por que lojas abertas 24 horas possuem fechadura?
Para ser usada quando a loja fechar para balanço ou em caso de falência.

3. Por que "separado" se escreve tudo junto e "tudo junto" se escreve separado?
Porque se "separado" fosse escrito separado, o "se" perderia todos os movimentos. E um "se" "parado" não ajudaria em nada a gramática. E não se escreve "tudo junto" tudo junto porque daria muita confusão na hora de separar.

4. Porque os kamikazes usavam capacete?(BOA !!)
Para a cabeça do piloto ter maior efeito destrutivo na hora do impacto, evidentemente.

5. Porque se deve usar agulha esterilizada para injeção letal em um condenado a morte?
Para evitar a inoculação de algum vírus que possa ser um antídoto ao veneno.

6. Quando inventaram o relógio, como sabiam que horas eram, para acertá-lo?
Pelo relógio de sol. Mas nem precisava, pois naquela época, todos sabiam das horas, pois viviam dizendo: "ó, já passou da hora de a humaniade inventar o relógio mecânico, hein!"

7. Como que os cegos sabem quando terminaram de se limpar quando estão no banheiro?
Tolhidos da visão normal, os cegos souberam aprimorar o olho do... deixa pra lá.

8. Para que serve o bolso em um pijama ?? (Muito Boa)
Para a empregada ver se o dono não esqueceu alguma coisa nele, na hora de lavar.

9. Porque os aviões não são fabricados com o mesmo material usado nas suas caixas pretas? (BOA !!)
Seria um grande idiotice, pois no caso de um acidente jamais iriam encontrar o avião.

10. Por que o Pato Donald depois do banho sai com uma toalha em volta da cintura, se ele não usa short no desenho?
Porque, quando as penas de baixo se molham, o pinto aparece. E como a revista é feita para o público infantil, o desenhista coloca uma toalha para cobrir.

11. Se o super homem é tão inteligente, porque usa a cueca por fora da calça?
Na verdade ele não usa cuecas. Aquilo lá por cima da calça é um protetor feito com uma liga de titânio e tungstênio para evitar a morte de pessoas ou destruição de prédios em caso de um super-peido involuntário.

12. O Pluto e o Pateta são cachorros, certo? Por que o Pateta fala e o Pluto não?
Simples: como a revista é voltada para o público infantil, os autores não deixam o Pluto falar porque ele falaria muita besteira, já que aquele cão é filho da Pluta.

13. Por que tem gente que acorda os outros para perguntar se estavam dormindo?
Ora, dormindo ninguém consegue responder nada, mané.

14. Por que os Flintstones comemoravam o Natal se eles viviam numa época antes de Cristo?
Cristo nasceu depois, mas o Natal e o comércio que o acompanha sempre existiram na sociedade humana.

15. Por que os filmes de batalhas espaciais tem explosões tão barulhentas se o som não se propaga no vácuo?
Realmente isso é verdade. Mas Spielbierg e outros diretores de ficção científica resolveram o problema acrescentando o som depois das filmagens, nos estúdios. Os caras são mesmo brilhantes. Superam qualquer dificuldade.

16. Por que aquele filme com Kevin Costner se chama "Dança com Lobos" se só aparece um único lobo durante toda estória?
É que o título do filme se refere a ambos os personagem, o homem e o lobo, e não apenas ao lobo. O homem também é lobo. Lobo do próprio homem. Nunca leu Hobbes?.

17. Se o vinho é líquido, como pode ser seco? Da mesma forma que Débora Seco às vezes fica molhadinha. Na verdade, o vinho seco é extraído de uvas plantadas no nordeste. Sua forma original é em pó, mas é misturado à agua pela vinícola antes de ser colocado no mercado para evitar que os apreciadores se engasguem, especialmente se resolvem tomá-lo com farofa.

18. Como se escreve zero em algarismos romanos?

19. Por que as pessoas apertam o controle remoto com mais força, quando a pilha está fraca? (Boa!)
Porque pensam que elas, e não as pilhas, é que estão fracas.

20. Por que quando você pára no sinal vermelho, tem sempre alguém no carro do lado com o dedo no nariz?
Porque dificilmente alguém vai parar para limpar o nariz com o sinal verde. O ser humano pode ser porco, mas não burro.

Kali.
Gostou, assine.


 

sexta-feira, 11 de novembro de 2005

Revendo

Estava eu revendo alguns poemas que publiquei aqui no blog. Sempre que faço isso, sinto a necessidade de mexer, de dar uma melhorada, especialmente na forma. Como esses dois aqui. Por isso, os republico. Quem não leu, pode ler, eu deixo. Quem já leu, pode ler de novo, pois acho que agora estão melhor escritos. Poemas são assim, nunca estão acabados.

Outra coisa: agora vou passar a responder aos comentários de vocês. Espero que consiga. Vale a pena tentar. Tentação é uma coisa legal, apesar de a Bíblia dizer o contrário. Portanto, vê lá o que vocês vão dizer :) Brincadeira. O importante é que digam. Para mim é. Muito.

O AMOR QUE MORRE

Para onde vai o amor que morre?

Talvez venha a ser tragado
Pela terra seca aos pés de alguém que chore
Quando sobre ela cai o amor mortificado
Sob a forma de lágrimas incontidas
Que dos olhos molhados desse alguém escorre.

Ou, quem sabe, talvez desapareça o amor que morre
Nas entranhas de alguém que nem mais chore
Se de tantas lágrimas vertidas viveu esse amor
Que de lágrimas contidas agora morre.

Eu gosto muito desse:

RAPTO E TORTURA

Quis saber dos seus segredos,
De suas ousadias, dos seus medos,
De suas dores, de seus brinquedos.
Não pude.
Sem você mesma se despir, não há quem te desnude.
Mas fiquei à espreita, sem mágoa,
Como água rala junto à grossa parede do açude.

Até que um dia abriu-se uma comporta:
O seu quarto escondido atrás daquela porta.
Que nunca se abria para não invadirem sua horta,
Mas não para quem já era da sua horda
Seus livros, seus bichos de pelúcia,
Sua individualidade viva, sua natureza morta.

Visita rápida, formal,
Como o acorde com que acordei seu violão
Meio, sei lá, se dó, bemol.
Nem deu para ver direito aquele bichinho estranho
Conservado num vidrinho de formol.

Mas foi o bastante, ainda que fosse pouco.
Era a oportunidade que precisava
Essa minha ânsia que te buscava.
Só um dia depois é que você deu falta
Da pelúcia que mais gostava.

Seu ursinho mais quieto, seu bichinho mais mudo,
Que sob a promessa de ser devolvido
Aos braços que sempre o haviam envolvido,
Não se conteve e de ti contou-me tudo.

Tem esse também, por que não?

RISCO DE GIZ

Sempre te quis, flor-de-lis.
O quadro ainda era negro
E meu nome ainda estava escrito em giz,
Que você riscou em diagonal
Como riscaram seu corpo com uma faixa de miss.

Agora você chega e me diz
"Vem, me faça feliz!"
Quero-te sorrindo, flor-de-lis,
Pois teu riso tem meu riso como bis,
Eco do teu riso quando ris.

Mas só poderei fazer-te feliz, flor-de-lis,
Se me mostrar como se apaga um risco
Sem apagar um nome embaixo escrito em giz.

Kali.
Gostou, assine.


 

quarta-feira, 9 de novembro de 2005

Questionário

Considerando a quantidade de comentários que obtenho com meus contos, acho melhor abandonar essa idéia e publicar coisas mais... ...sei lá ...isso! Coisas mais "sei lá", coisas como esse questionário que respondi numa lista de e-mails (lista muito boa, por sinal). Se é que vai interessar a alguém.

1) Que horas são?
Em que parte do mundo?

2) Nome?
Marcelo (entre o mar e o céu há um elo) Kali (de cá para ali não existe porra nenhuma). Marcelo Kali. Prazer.

3) Quantidade de velas no teu último bolo de aniversário:
O último bolo de aniversário que recebi só tinha uma vela. Eu fazia 18 anos, acho. Nem me lembro. Foi tão rápido. Um sopro e se acabou.

4)Furos nas orelhas?
Só um, o canal auditivo. Chamam de Trompa de Eustáquio, se não me engano. É isso?

5) Tatuagens?
Minha pele não é tela. Pra mim, a tatuagem começou com seres humanos primitivos desenhando tatus sobre a pele, daí o nome. Falar nisso, alguém aí saberia me dizer se em estrada de paca tatu caminha dentro?

6) Piercings?
Já os piercings foram inventados por criadores de porcos da África que colocavam uma argola de ferro no fucinho deles (dos suínos) para que não ficassem fuçando o chão do continente africano. Aí alguns afro-humanóides pegaram uns irmãos que tinham o mau costume de fuçar as coisas dos outros e colocaram também neles o dispositivo intra-fucinho e contra-fuçação, mas a idéia não deu muito certo, não. O que não impediu que um ou outro continuasse usando, fazendo com que o costume de usar argolas de metal pelo corpo chegasse até os dias atuais.

7) Já foi à África?
Não. Mas dizem que lá os porcos não fuçam o chão como aqui.

8) Já ficou bêbado?
Várias vezes. Numa delas eu estava me preparando pra fazer uma viagem à África.

9) Já chorou por alguém?
Nunca precisei. Nunca ninguém me pediu para fazer isso. Geralmente as pessoas choram por contra própria.

10) Já esteve envolvido em algum acidente de carro?
Não. No último acidente eu não estava envolvido com ninguém, nem com nada. Isso é um questionário ou um inquérito?

11) Peixe ou carne?
Carne de peixe. Mentira. Na verdade, eu prefiro um boa picanha, daquelas em forma de peixe.

12) Música preferida?
A Whiter Shade of Pale, com Annie Lennox.

13) Cerveja ou Champanhe?
Cerveja claro, clara, digo, cerveja clara, claro (é o efeito da champanhe que acabei de tomar).

14) Metade cheio ou Metade vazio?
O copo sempre estará cheio. Quando falam que está vazio, pode ver que ele está repleto de ar. Até a boca.

15) Lençóis de cama lisos ou estampados?
Tanto faz, desde que os estampados sejam também lisinhos, não tem problema.

16) Cor das meias?
Cores variadas. As mais velhas, a cores tão desbotadas. Mas as do Fluminense são tricolores e bem vivas. Falando em meias, gosto daquela piada do português que só o pé esquerdo é que fedia. Era porque a mãe falava viva dizendo pra ele: "lava esse pé direito, menino!"

17) Programa de televisão?
Só dois: Fut e bol.

18) Filme preferido?
Caramba! Tem muita raça de filme bom, viu! Crepúsculo dos Deuses, Um Corpo que Cai. Crepúsculo dos Deuses mostra uma atriz de cinema que cai. E em Um Corpo que Cai, a personagem interpretada por Kim Novak despenca de um campanário na hora do crepúsculo, se não me engano.

19) Está ouvindo alguma música agora?
O vento farfalhando as folhas da mangueira que fica ao lado da janela do meu quarto é música para meus ouvidos, gostou?


20) Flor(es)?
Nas mãos de quem dá flores fica sempre um pouco de perfume, Não fica? Claro que fica. Se você oferecer rosas, por exemplo, fica o perfume do alecrim que a floricultura usa no buquê. Mas eu ainda acho que mais do que flores, a mulher prefere as mãos perfumadas de quem as trouxe, não? Pra mim, qualquer flor, tá valendo. De pequenos ou grandes lábios, digo, pétalas.

21) Coca-Cola simples ou com gelo?
É preferível gelo simples a coca. Com coca, só se o rum vier junto. E acompanhado de gelo.

22) De que pessoa recebeu esse e-mail?
Da lista.

23) Quem dos teus amigos vive mais longe?
Amigo que é amigo tá sempre por perto. Mesmo estando longe.

24) O melhor amigo?
O cachorro. Disparado.
Quando ele anda devagar, também.
E o melhor amigo do homem vem também na versão engarrafada, que é o uísque.

25) Hora de dormir?
8 horas antes de acordar.

26) Quem acha que vai responder esse e-mail mais rápido?
Não se aplica, pois estou numa lista pública

27) Quantas vezes você deixa tocar o telefone antes de atender?
O menor número de vezes possível. Depois de atender, também.

28) Qual a figura do seu mouse-pad?
Um redemoinho colorido com as inscrições IBM OS/2 WARP.

29) CD preferido?
O modelo Premium, da Samsung.

30) Mulher bonita:
Ana Paula Padrão.

31) Homem bonito:
Prazer.

32) Pior sentimento do mundo?
O mundo tem sentimentos? Se tiver, acho que os piores são os de dor das queimadas e das explosões das guerras.

33) Melhor sentimento do mundo?
Acho que é o das ondas do mar lambendo as praias. Ele deve gostar disso pra caramba.

34) O que a pessoa não pode ter pra ficar com você?
Frescura.

35) Qual o primeiro pensamento ao acordar?
"Hoje eu vou pocar a boca do balão!"

36) Se pudesse ser outra pessoa, quem seria?
Eu queria ser a mulher mais gostosa, bonita, inteligente e simpática do mundo. E dar para o Kali, claro.

37) Algo que você nunca tira?
O que eu nunca tenho.

38) O que é que você tem debaixo da cama?
É um coisa que está lá desde quando eu era criança. Não sei bem o que é, pois nunca tive coragem de olhar. Com certeza, uma figura monstruosa, porque, ás vezes durante à noite ouço o barulho dela se revirando e o ronco de sua respiração. São as únicas informações que tenho. Não sei se é um ser maligno ou benigno, mas evito dormir com os pés e os braços para fora da cama, com medo de serem decepados.

39) Nome da pessoa que talvez não te responda? Não se aplica, pois não mandarei isso pra ninguém.

40) Aquele que com certeza vai te responder?
Idem.

41) Quem gostaria que te respondesse?
Ah, vai....

42) Uma frase:
O pavão de hoje é o espanador de amanhã.

43) Que dia é hoje?
Domingo, 06/11. Um belo dia aqui em Vila Velha, ES. O sol brilha sobre as folhas da mangueira de que falei na pergunta 19.

44) Diz uma coisa de quem te enviou esse e-mail?
Valeu!

Kali.
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segunda-feira, 7 de novembro de 2005

Chico e a morena Mariana

A primeira impressão que teve foi a de que se tratava de uma pessoa cativante. Cativante pela própria meiguice. Antes mesmo que alguém pudesse conhecê-la mais profundamente, a leitura imediata que se fazia era essa mesmo: a de uma pessoa extremamente meiga e cativante. E quando passou a conhecê-la melhor, isso se confirmou. Realmente dona de uma simpatia incomum. O jeito de ser, o comportamento um tanto quanto tímido, pelo menos na aparência, era muito legal. Um jeito terno, meio acanhado, sei lá. Muito charme. Pra ficar admirando, realmente.

Daí para a paixão foi um pulo. Caiu de joelhos pela morena Mariana. Procurava sempre ir nos encontros de amigos em que ela pudesse estar. E sempre estava. Nos bares, nos mares, em todos os lugares. Procurava ficar sempre próximo dela. E sempre achava um jeito e uma cadeira para dar conta disso.

Tudo dela o encantava e o seduzia cada dia mais que o anterior, num crescente, rumo a uma paixão completa e avassaladora. Os cabelos negros e lisos, os olhos de jabuticaba, amendoados, a voz macia, saborosa de ouvir, a boca sedutora ..."beijo travesso de umbu-cajá" ...a pele morena, o corpo delineado, os seios... "ai, meu Deus!"

E quando ela falou em dialética, de síntese e antítese, ficou perplexo. "É difícil encontrar alguém que fale dessas coisas, Mariana!", dizia para ela. Se o encanto que ela exercia sobre ele já era grande, com essa aumentou ainda mais. Se toda aquela belezura já o conquistara, a inteligência deu um golpe final em seu coração.

Acontece que ele ficou com receios de tomar a iniciativa de um namoro. O medo de uma negativa e perder as esperanças alí mesmo fizeram-no cauteloso. Preferiu a tática de ir conquistando-a aos poucos. Seria mais certo e mais seguro dessa forma. Conseguiu estabelecer uma relação muito legal com ela. Compartilhavam as mesmas idéias, os mesmos gostos, e ela adorava as brincadeiras e as tiradas dele. Descobriram-se ambos românticos. Ela, como ele, gostava das músicas do Chico. Um dia, na mesa de bar, com os amigos, recitou para ele toda a música Eu Te Amo, verso por verso. A relação de amizade estabelecida ainda não lhe permitia saber se ela fez isso para mostrar seu encanto pela poesia da letra ou se era uma declaração indireta de um encanto por ele. É que, contraditoriamente à segunda opção, ela nunca havia dado a menor demonstração de que alimentava uma paixão por ele. Resolveu então não arriscar. Naquele dia, depois de recitar a letra da música, ela disse que havia perdido dois dos poucos cd's do Chico que possuía, sendo que um deles trazia aquela música. Ele só não poderia adivinhar que essa bucólica revelação iria mudar o rumo daquela relação.

Dias depois, ao ver numa loja a discografia completa de Chico Buarque, lembrando-se da perda dos cd's, teve uma idéia. Ligou dizendo que iria passar na casa dela para deixar um presente. Meio sem jeito, entregou-lhe a coleção completa do cantor poeta. Pediu apenas que as primeiras músicas que ouvisse fossem "Valsinha" e "Roda Viva", as que ele mais gostava. Depois de ouvi-la dizer "obrigado!" e "você é louco!" partiu com um certo pressentimento de perda. Não material. Algo bem mais caro.

O mau pressentimento confirmou-se. O comportamento dela após esse dia, selaria para sempre a relação dos dois. Para ele, um comportamento incompreensível. Ela não falou mais nada a respeito do presente e se tornou arredia em relação ao amigo. Ele esperava que ao menos a discografia buarqueana servisse para alimentar os assuntos entre os dois, independente de qualquer outra coisa, pois a obra de Chico era ampla, rica e ambos curtiam. Mas isso não aconteceu. Pelo contrário. Ele não entendeu a reação dela. Ficou tão triste quanto confuso e contrariado. "Porra, a obra completa de Chico Buarque! Desde que ele aprendeu a fazer cocô sozinho!", resmungava. Achou até que tivesse dado o presente errado. Mas quando leu num blog de uma menina que "ter a discografia completa do Chico Buarque é melhor do que chocolate e quase melhor do que sexo" convenceu-se que o problema não era aquele.

Pensou até em revidar tratando-a com total desprezo, maior do que aquele que agora recebia dela. Ignorando-a talvez a fizesse dar mais atenção a ele. Lembrou-se de quando interessou-se por Bia, que não lhe dava nada a menor bola até ele começar a tratá-la como um verme. "Deu certo, literalmente, pois ela veio se rastejando para cima de mim", remoía. Mas desistiu da idéia da mesma forma como havia desistido da Bia. "Mulher tem que vir espontâneamente, senão não tem graça. Além do mais, tenho nojo daquela gosma melequenta dos vermes", dizia para si próprio, com seu peculiar e cínico senso de humor, que sempre vinha acompanhado de um sorriso sarcástico e ordinário no canto da boca.

Algum tempo depois se encontraram. Ela quis saber a opinião dele sobre qual a atitude que deveria tomar em relação à intenção do ex-namorado que queria voltar para ela.

Por um instante ele calou-se. Fixou os olhos naqueles olhos de jabuticaba e aconselhou-a com a serenidade e sinceridade de um profeta: "Mire-se no exemplo das mulheres de Atenas!".

E foi embora.

Por uns momentos sentiu-se caminhando lívido, sem forças. Mas não tardou a apresentar um repuxão atrevido no canto da boca. Um sorriso amargo e cínico que só ele entendia, incompreensível para o mundo.

Kali.
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quinta-feira, 3 de novembro de 2005

Dando bola para Claudinha

Quando viu pela primeira vez aquela guria cheia de graça que vem e que passa em sua rua pensou que fosse uma garota de outras bandas visitando uma amiga no bairro, que não veria mais aquela coisa tão bonita, que pena. Não tinha mesmo muita sorte com as meninas que o encantavam. Quanto mais gostava de uma, mais tinha que se contentar com uma outra. A paixão tomava conta da alma e o corpo só fazia besteira, ts, ts. Mas quando viu sua irmã comentando que havia novos vizinhos no bairro, se encheu de animação, de razão e de amor pra dar. Ela era linda, muito linda. Linda até dizer "chega!", no sentido de "chega mais", claro.

Então. Um dia estava batendo bola na rua com a turma. E quem se aproximou vindo da padaria? Claudinha, claro. Já sabia o nome dela e tudo mais. Pois é. Ela se aproximava, se aproximava. Afinal, ela tinha que passar ali para chegar em casa. Quando um companheiro tocou para ele, ele parou a bola sob os pés e, com a autoridade de ser o melhor da turma e também o dono da bola, disse em alto em bom tom para que todos ouvissem, especialmente ela: "Pára o jogo! Se essa menina levar uma bolada, eu mato um!".

Até conseguir ter uma certa intimidade com ela, foi um custo. Isso sempre acontecia. A capacidade de aproximação com uma menina era inversamente proporcional à atração que tinha por ela. Quanto maior era uma, menor era outra, e vice-versa, dez vezes mais do que o quadrado da distância que ele aprendeu na aula de Física.

Sorte foi a Aninha, com quem tinha bastante intimidade. Amiga indesgarrável de Claudinha, Aninha acabou ajudando muito na aproximação, mesmo sem que soubesse. Um dia até falou assim para Aninha: "Aninha, você é muito importante pra mim. Você me deixa feliz. Você é como se fosse uma ponte entre mim e o paraíso". Aninha ouvia e ficava toda boba.

Até que um dia... (sempre tem um dia, né?) ...até que um dia ele ficou na varanda de casa esperando-a passar. Com o violão, para sugerir naturalidade, desinteresse. Ela sempre passava por aí quando vinha da escola. E lá vinha ela. Ela e Aninha. Ficou de costas, fingindo não esperar ninguém. E esperou, esperou, esperou. Ninguém passou. Concluiu que, quando o viram na varanda, e como acharam que ele não as tinha visto, passaram por outra rua. Aquilo o deixou frustrado, decepcionado, amargurado, deprimido.

Mas não se deixou abater. Até cantou "Andança" ao violão junto com a irmã no dia em que ela se mudou para o Rio de Janeiro. Ele escolheu a música. Primeiro, porque diziam que havia música mais bonita do que aquela, mas ele não acreditava. Segundo porque a letra dizia "por onde for quero ser seu par". Ele realmente havia se apaixonado por aquela menina que agora partiria com um dó maior.

Um ano depois, domingo à tarde, voltando de um jogo de futebol, ele se depara com ela, que voltava ao bairro para rever os amigos. Estava mais linda do que nunca. Recebeu-a tão friamente que Aninha falou com ele, em particular, quando ela saiu: "Puxa! Como você foi frio com nossa amiga!". A desculpa que ele sabia que não iria colar foi essa: "Eu estou muito cansado do jogo."

Ainda disse, com um sorriso enigmático: "Mas não se preocupe. Não vou dar uma bolada nela."

Claro que Aninha não entendeu porra nenhuma. Talvez só mesmo Claudinha entendesse.

"E se não entendesse, foda-se, que eu tenho de ir pra casa tomar meu banho!".

Mentira. Sozinho no banheiro misturaria lágrimas de mágoa às águas do chuveiro.

Kali.
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terça-feira, 1 de novembro de 2005

Um poema perdido


imagem: Digital Dreams

Um poema eu fiz já há algum tempo. Como vem a calhar, repito-o.

NA ESQUINA

- Minhas desculpas, mas o senhor
  conversava sozinho, se não me engano.

- Era uma bala perdida
  à procura de um peito humano.

- Despistou-a, se não te esgano.

- Não tive como. Onde quer que vá,
  atingirá nosso coração mundano.

- Não poderia enganá-la, desviá-la
  para lugares esquecidos?

- Não. Tinha rumo certo.
  Nós é que estamos perdidos.

Kali.
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Não falo de mim,
mas do mundo,
bem mais importante
e interessante.
Quiçá, mais bonito :Þ

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Kim Anderson
textos: kali