Poemas kálidos:

A Lenda do Beijo
A Mulher que Namorou o Tempo
Aldeia Global
Evolução
Lábios Trêmulos
Poema do Ciúme
Poesia Concreta
Poema do Blogueiro
Cachorra
 

       
Contos kálidos:


A Repulsa
Duetos
Os Olhos do Velho
Tempestade de Neve



Águas passadas 

2002

jan fev mar abr
mai jun jul

ago

set

out

nov

dez

2003

janfev mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2004

jan fev mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2005

jan fev mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2006

jan fev mar abr
mai jun jul ago

set

out

nov

dez

2007

jan fev mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2008

jan

fev

mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2009

jan

fev

mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2010

jan

fev

mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2011

jan

fev

mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2012

fev

fev

mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

 



Blogs:

 
(Selo que concedo
aos blogs que admiro)

Recebi:

Visitantes:

Powered by Blogger

 

 

segunda-feira, 31 de janeiro de 2005

Um conto

Acontece que lá pelo final do ano eu escrevo um post com um conto de Natal. Mas acontece também que o ano passou e eu não postei conto nenhum. Aí hoje escrevi este que segue. É fácil pra caramba bolar um conto de Natal. É só inventar uma história e dizer que ela aconteceu em dezembro :).

Espero que gostem.

Se não gostarem, é bom saber que o tempo para reclamar de produto natalino já passou há muito tempo rsrsrs.

REENCONTRANDO HELENA por kali (Texto revisto por ter sido publicado com erros)

Eu a avistei no shopping fazendo compras com seu filho. Ela ficava apontando um e outro brinquedo da vitrine e ele ria, ria que não acabava mais. Cada brinquedo, uma gargalhada. Era época de Natal. Eu tinha ido ao shopping mais para espairecer a mente, olhar o movimento do que propriamente para comprar presentes. Meu índice de consumismo, baseado no meu nível de empolgação para compras é muito baixo para o capitalismo. Se os capitalistas pudessem se materializar numa figura humana e essa figura estivesse agora aí ao meu lado eu iria levar um tapa tão grande no pé da orelha que ficaria rodando um bom tempo no shopping, até comprar alguma coisa.

Lá estava ela, olhando as mercadorias da vitrine com o filhote. E eu olhando para a menina que conheci há tanto tempo atrás. Eu, primário como a escola. Ela, Leninha, de Helena, de Tróia. Quando soube da história de Tróia, claro que me imaginei Páris. Como me apaixonei por aquela garota! Freud não saberia explicar, já que nem Deus entendeu. Tivesse entendido, a teria feito gostar de mim. E eu, em minha apaixonada e vã filosofia, acreditava que essa paixão seria um dia correspondida. Bastava apenas que ela soubesse de minha adoração por ela para que revelasse a dela pela minha. Só isso. E então ficaríamos juntos e felizes para sempre, até que a morte nos unisse ainda mais.

Acontece que ela soube. Nem precisei dizer. Isto é, não precisei dizer com a boca o que todo meu corpo e todos os meus movimentos e gestos diziam em alto e bom tom. Tipo roubar vários beijos, por exemplo. E não aconteceu nada de extraordinário por parte dela, a não ser o fato de passar a me tratar com uma maior educação do que me tratava antes. As mulheres tem essa irritante atitude de tratar com uma polidez afetada os garotos que por elas se apaixonam. Mas na época eu nem percebia isso. Só bem depois, quando a loucura da paixão foi dando lugar à minha razão insana.

E lá estava ela. Sem querer dar uma de Machado de Assis às avessas, aquele garoto poderia ser meu filho. Como ele seria? Sei lá. Quem vai saber? A única certeza é a de que seria um kalizinho no meu pé. Mas isso não importa mais. Foi-se.

A última vez em que a havia visto foi numa festa. Ela estava dançando com um rapaz com quem começou a namorar naquela noite e que viria a ser o futuro pai desse seu filho. Essa última e esclarecedora visão de sua bela silhueta aconteceu logo depois que ela me negou um convite para dançar. Alegara cansaço. Hoje está sozinha com o filho. Seu verdadeiro Páris, que a tirou de seus pais, a abandonou por outra. O que será que ele alegou? Cansaço? Quem há de saber? Ela, ele e o diabo, talvez.

Peguei a escada rolante. Fiquei olhando para ela até que meus olhos não a alcançavam mais. Fiquei pensando se eu a perdi porque não soube expressar o que realmente sentia. Nessas minhas divagações retrospectivas acabei compondo uns versinhos.

Tentei por um beijo
dizer que te amava.

Não consegui.

Por uma flor,
Por um calor.

Por meu falar,
Por me calar.

Por um presente,
Por um futuro.

Não consegui.

Por mais que tentasse,
por mais que insistisse.

E do que ficou
(não ficou muito, tu fugiste),
não ficou claro,
ficou triste:

Ou não te amo
ou o amor nem existe...

Então, não mais que de repente, eis que topo com ela bem na minha frente.

- Leninha, que surpresa agradável! Cada vez mais linda! Você não existe!!!

Kali.
Gostou, assine.


 

sexta-feira, 28 de janeiro de 2005

Uma pequena, mas justa homenagem

Com certa freqüência (antigamente mais do que agora) elogio coisas que leio nos blogs por aí afora e qie me tocam, como no caso do poema da pequena bailarina Isabella, lá embaixo. Quando me ajudam o engenho e a arte, faço isso através de poemas. Esse aí eu fiz para uma pessoa com quem nunca tive contato pessoal, que assinava Silêncio e cujo blog (Íntimo) fechou faz muito tempo. As coisas que ela escrevia e a forma como fazia isso (com certeza, deve continuar fazendo, mas agora não sei onde), de uma maneira tão forte, autêntica, confessional e poética me levaram à única conclusão possível: ela escreve com a alma. Num post, com um texto muito forte, ela mesma dizia que escrevia com as vísceras. Não só era verdade o que ela dizia, como me inspirou essa poesia onde aproveitei muitas de suas próprias palavras.

TINTA D´ALMA de kali para Silêncio

Escrevia visceralmente,
Como quem vomitava.
Redigia com as entranhas.
Queria expor o que havia dentro de si
Por sentir-se estranha.
Em silêncio,
Na surdez de um grito sufocado
Da garganta de quem se esgana.

Sua caneta sem tinta
Deixando ora um rastro de mel
Ora um traço de fel
Denunciava um milagre dos céus:
Sua alma se esvaindo
Para um pedaço de papel.

E mais recentemente conheçi o blog de Carlinha. Ela tem um texto maravilhoso. Gostei muito. Ela escreve coisas com que vc se identifica muito. Pelo menos foi o que aconteceu comigo. Então fiz esse pequeno poema para ela. Espero que esteja à altura dos seus escritos.

As Linhas de Carlinha por Kali

Como escreve essa menina!
Os dedos sobre as teclas
lançando sobre a tela,
partindo da alma dela,
frases partidas da minha.

Lendo tal menina
reencontro em cores de aquarela
pinçadas da alma dela
frases perdidas da minha.

Gente linda, obrigado pelas palavras de carinho, que me soaram como poesia. Vejo que cometi um erro de avaliação. Interpretei como indiferença o que era um valioso momento de quietude. Desculpem. E, outra vez, obrigado. Continuemos a caminhada.

Kali.
Gostou, assine.


 

terça-feira, 25 de janeiro de 2005

Cartoons

Sempre gostei de cartoons. Especialmente dos geniais, como esses aí, que recebi por e-mail. Não sei quem são os autores, mas aí estão, para divulgar as ironias, as idéias e as críticas sociais nele contidas, que valem muito mais do que os traços do artista, claro. Espero que gostem.

E, pela primeira vez desde que criei o blog, não recebi comentários num post, o anterior. Deve ser porque não ando visitando muitos blogs. Ou então o sinal de alerta de que está na hora de parar.

Kali.
Gostou, assine.


 

segunda-feira, 24 de janeiro de 2005

Images from kali

Na verdade, as imagens são de Kim Anderson, claro. Só os textos são meus. É que estou recuperando as imagens que estavam do servidor do IG e que foram detonadas (dessas aí do lado, que não apareciam. Faltam poucas agora. Com o tempo vou recuperando). É só clicar na imagem para ver o que elas dizem. Para quem ainda não tinha visto. Brincadeira de criança. Espero que gostem.

Kali.
Gostou, assine.


 

quarta-feira, 19 de janeiro de 2005

Dois poemas

OS OUVIDOS DO MOÇO por kali

Era uma vez uma mulher
que aprendera o que dizer,
mas num idioma
que a ninguém foi dado conhecer.

Assim, não conseguia fazer-se entender
em nada do que tentava dizer.
Em desespero, saiu pelas ruas
suplicando num estranho exprimir
que alguém pudesse discernir
o que de seu peito sua voz fazia sair.

Mas ninguém a entendia.
Até que um dia,
perto de uma baía,
encontrou um moço
que respondia a tudo o que ela dizia.

"Como podes me compreender
se a língua em que eu falo
a ninguém foi dado o halo
de nem um talo conhecer?"

O moço então respondeu:

"Pois toda mulher por duas línguas fala.
A da boca, de onde vem sua voz
e a dos olhos, que vem logo após.
Nem sempre dizem o mesmo,
mas em ti as percebi andando juntas, não a esmo.
E se nada entendiam meus ouvidos
o que teus lábios falavam,
Era para teus olhos que meus olhos olhavam.
Vi que falavas de secura
quanto teus olhos secavam,
de luz, quando eles brilhavam
e de chuvas, quando eles choravam.
Vi que falavas dos teus erros
quando eles se fechavam.
E, mais do que tudo, vi que eram sobre teus sonhos
o que teus lábios falavam,
quando fitando um ponto no ar
teus olhos estáticos, de êxtase já não piscavam".

Que tal?

Só mais um. Pequininim

A GAROTA E O POETA por kali

Uma menina, ao encontrar um poeta, lhe falou:
"Como é belo o dom de transformar palavras em ternura."

O poeta respondeu:
"Menina, não te enganes com um poeta.
Ele trocaria por uma simple música toda sua compositura
Só para ser um peixe e fazer borbulhas,
Só para bordar de corais a tua cintura."

Kali.
Gostou, assine.


 

quarta-feira, 12 de janeiro de 2005

A garotinha que não queria fazer balé

Daí que eu vi esse post aí neste blog aqui:

Esse ano vamos mudar a Iza de escola...

....

Lá tem ballet mas, ela já nos comunicou que não vai fazer as aulas e sabem porque? Disse que não vai fazer porque não sabe ficar na ponta dos pés, que cansa, que não tem roupa, já disse até que é meio gorda para dançar... Izabella não é fácil!!!

Sim, mas... e daí?

Daí que ele me inspirou a fazer este poema aqui:

NA PONTA DOS PÉS por kali, dedicado a Izabella


imagem: Michael Harrison

Dizia para a mãe que não queria o balé
Que não sabia ficar na ponta de um pé
Que cansava, que era gorda. Que doía, né?
Vai ver que sapatilha até dava chulé.

Tudo para não ir,
Tudo para ficar sempre do jeito que ela quer.
Tão pequenininha e já inventando.
Sabidinha, um pingo de mulher.

Só mais tarde,
Quando um bailarino exímio, escorrido,
Com os olhos ela percorreu
Foi que percebeu
Que no balé
Quem fica na ponta dos pés
Não é a bailarina acima deles, toda bela,
Mas o palco, a terra inteira,
A seus pés, abaixo dela.

Kali.
Gostou, assine.


 

terça-feira, 11 de janeiro de 2005

Um joguinho e uma jogada

Não tem aquele jogo em que você tenta adivinhar em qual dos três recipientes está a bolinha? Pois Então. Espero que se divirtam.

Mas a grande jogada é vocês se inscreverem no DownloadHosting para disponibilizar arquivos maiores para seus leitores (e para vocês mesmos, por que não?). Pelo que eu vi, você pode até bloquear o acesso ou restringir IP´s para os acessos. 50MB de espaço. Gratuito. Legal, não? Pra quem usa bloggers com pouco espaço, uma mão na roda. E pra quem não tem blog, também.

Já criei uma conta lá. Dia desses coloco uma música ou uma mensagem falada pra vocês descarregarem e ouvirem, que tal? Já pensou vocês ouvindo minha voz? Caramba! Até mudei de idéia. Vou colocar outra coisa, um vídeo, uma imagem ou um... qualquer outra coisa :Þ

O que estão esperando? Abram uma conta, eu deixo :) Vocês não lêem o caderno de informática de O Globo, né? Mas não se preocupem. Não estou fazendo propaganda do jornal e, além disso, o que eu vir de bom lá eu conto pra vocês :) Como essa dica.

Kali.
Gostou, assine.


 

sexta-feira, 7 de janeiro de 2005

Um poema gramatical

Acontece que aproveitei o tempo almoço que o capitalismo nos dá para não morrermos de fome nem de cansaço, e, assim, podermos continuar trabalhando blá, blá... para fazer um poema que trago aqui pra vocês, em primeira mão. Confesso que fiz esse poema para aproveitar a expressão adjuntos abdominais que inventei no penúltimo post e achei legal. Espero que gostem.


imagem: Risto Klit

O ESTUDANTE E A PROFESSORA DE PORTUGUÊS
por kali

Num breve instante,
Numa análise sintética o bastante,
Encantou-se um jovem rapaz
Por uma moça quase infante
Que ensinava nossa língua
A uma míngua de estudantes.

E tudo teve um novo chamariz.
A voz mais que a fonética,
A saia verde mais que o quadro-negro,
A mão mais do que o giz.

Mãos coordenadas, sindéticas, explicativas.

E a conjunção restou concessiva, carnal.
Os adjuntos, abdominais.
As consoantes, bilabiais, labiodentais, linguodentais, alveolares, palatais.
Os complementos, nominais, concessivos, pessoais.

Depois de tudo, uma locução singular, verbal:
Uma oração subordinada conclusiva, aditiva, intransitiva, final.

Kali.
Gostou, assine.


 

quinta-feira, 6 de janeiro de 2005

Distorcendo

Acontece que quando não se tem o que fazer, especialmente nas duas horas de almoço que o capitalismo nos dá para não morrermos de fome nem de cansaço, e, assim, podermos continuar trabalhando, a gente fica distorcendo as coisas. Como eu fiz com essa lista aí da Aline. Como ela gostou, vou reproduzir aqui as respostas cretinas que deixei no blog dela, pois vai que alguém aí, também sem muito o que fazer, acabe gostando, né? :)... (com ligeiras modificações, pois o sentido da vida é sempre procurar melhorar, ainda mais quando a gente escreve coisas bem ridículas como essas que deixei no blog dos outros :Þ ). Valeu pela descontração, Aline.

Ela escreveu:

Das coisas que eu quero

1- Quero muita sombra e agua fresca.
2- Quero jogar buraco.
3- Quero jogar sinuca.
4- Quero que algumas pessoas caiam na real (não existe só a sua verdade!!!).
5- Quero terminar de ler meu livro.
6- Quero acordar as 2 da tarde e dormir as 6 da manha.
7- Quero ver meu tio matou um cara. Me leva?
8- Quero aquele churrascão.
9- Quero música bem alta e minha casa vazia (nem que seja por 1 hora!!!!)
10- Quero você!!!

Eu respondi:

1. É só ficar sentada embaixo de um elefante indiano e esperar por uma Tsunami.
2. Impossível. Buraco não se joga, se cava. Em compensação, pode-se jogar muita coisa num buraco, dependendo do tamanho e da profundidade dele (muito profunda essa teoria, não?).
3. Parecido com o desejo anterior. Vc agüentaria levantar uma sinuca para jogá-la por aí? E vc jogaria uma sinuca onde? Num buraco?
4. Claro que não existe só uma verdade. Existe a verdade dos que caem na real e a verdade dos que caem no Real. Como o Vandereley Luxemburgo, por exemplo.
5. Realizar o desejo de terminar um livro é a coisa mais fácil do mundo: basta não retomar mais a leitura do livro. Restaria apenas a curiosidade de saber em qual página você terminou de ler o livro.
6. Impossível realizar esse desejo. Primeiro vc tem que dormir para depois acordar, e não o contrário (a não ser que você estivesse sonhando quando formulava esse desejo.
7. Desejo também impossível. Se seu tio matou um cara, e vc não viu, não dá pra ver mais. Dançou. Vc e o cara que seu tio matou. O máximo que dá é ver o local do crime.
8. Qual? Dá pra ver algum churrascão de onde você está?
9. Música bem alta numa casa vazia, só se você pendurar o cd-player no teto, pois em que mobília vc o apoiaria? Ou então você ficar segurando o som com as mãos levantadas. Mas duvido que você consiga ficar assim por pelo menos 1 hora.
10. Ah, isso compensaria todos os desejos não atendidos anteriormente :Þ

Meu Deus, quanta besteira. Desculpe a brincadeira, Aline. Na realidade, espero que todos os seus sonhos, confessados ou inconfessáveis, se realizem da melhor forma.

Mas falando em filmes nacionais, desculpe-me quem for brasileiro, mas não dá pra assistir, viu! Sou radical nesse meu ponto de vista. Foram muitas as decepções. Acho que filme brasileiro mata um cara, sabe!

Kali.
Gostou, assine.


 

quarta-feira, 5 de janeiro de 2005

Um aviso

Saibam todos que eu vou...

 

 

 

tei!

Desculpem a ausência desavisada. Mas em 2005 continuaremos juntos. Que tal?

Planos: mudar um pouco o layout, escrever um pouco mais e.... sei lá! o que vier, virá, vocês verão. E o inverno também. :)

Mas antes quero agradecer o carinho de todos e retribuir todos os maravilhosos votos que recebi. Maravilhosos, vocês é que são. Vamos fazer um 2005 bem legal, não vamos? Então.

Muito obrigado.

Kali.
Gostou, assine.



 

 

Não falo de mim,
mas do mundo,
bem mais importante
e interessante.
Quiçá, mais bonito :Þ

Creative Commons License

Blog Kálido, escrito por kali, é licenciado sob as seguintes condições:
Creative Commons:
Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas
2.5 Brasil License
.

 



Clique
nos cartões abaixo
para ver os diálogos.

imagens:
Kim Anderson
textos: kali