Ali Via Carolina
Para Lívia Carolina,a Liuvinha. Nunca te vi,
Mas sempre te li.
Todos mentem, mim too.
Vi, sim, uma vez,
Entrando na loja,
Você e a amiga.
Belas e magras
Que nem meninas do Camboja.
Parecia até que iriam comprar
Uns quatro litros de leite de soja.
Loja de roupa, nada de soja.
Coisas muito, muito mais gostosas.
Shortinho cavadinho cor de rosa.
Blusinha com decote, venenosa.
Para as beatas, coisas pecaminosas.
Claro que não, que na hora de pecar,
É a primeira coisa de que se despoja.
Nunca te vi.
Só uma vez, ali.
Mas sempre te li.
Todos mentem, mim too.
Uma vez li não,
Vasco campeão,
Que já sabia que sairia muito palavrão.
Porra, caralho para todo lado,
Um pouco mais para aqueles lados
Da mulambada do mengão.
Nunca te vi,
Só uma vez, de raspão.
Mas sempre te li,
Só uma vez que não.
Nunca te vi,
Um vez só, acompanhada,
Mas sempre te li
Acompanhada só de tua alma,
Que é com ela que tu escreves.
Na raiva ou na calma.
Com amor, do Vasco,
Do fla, com asco,
Mas não só da fútil bola
Que escreves como quem
Expressa tão bem
A dor ou o prazer que te assola.
Sempre te li,
Lendo sempre tua alma,
Mas sem nunca ter lido tua palma
Que pudesse dizer teu futuro
Que no teu presente pudesse ser a tua calma.
Nunca te vi,
Mas sempre te li,
Nunca sem ter visto tua alma ali,
Que é ela que aflora
Blog, Twitter, rede afora
Autêntica, genuína,
Seja pequena no colinho,
Seja gigante da Colina.
E sempre que te lia
Ali via Carolina.
Autêntica, original,
Sem cópia, sem cola,
Sem Ctr+ C, sem Ctrl + V.
Sem xerox, sem cola Pritt.
Nunca te vi,
Só uma vez,
Mas quando te li,
Sem Pritt, amei.