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segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Vale um doce.

Agora no Blogger você pode adicionar vídeo! Muito bom! Cada vez melhor esse blogger.com. O Blogger americano, não o brasileiro da Globo, .com.br, bem chimfim e mesquinho. 10 MB de espaço. Falai sério, lobos Marinho.

Acontece que hoje vou dizer algumas coisas de uma empresa bastante conhecida dos capixabas e dos brasileiros. Uma das maiores empresas do mundo. Claro, pois a maior parte das riquezas minerais deste Brasilzão está nas garras, digo, nas mãos dessa empresa que não é privada de nada dos recursos minerais que existem no subsolo pátrio. Se você pensou na Vale do Rio, doce para você.

Mas não vou falar de questões técnicas, administrativas ou geofágicos (relativo à geofagia, hábito de comer terra, muito peculiar à dita cuja). Vou falar, como capixaba, das coisas que me tocam o peito (literalmente) e o coração (lateralmente, lado esquerdo).

Aqui na Grande Vitória, todos sofremos com a poluição da Vale, com seu canteiro de exportação instalado na Ponta de Tubarão. Ela e a siderúrgica ArcelorMittal Tubarão, antiga CST, são responsáveis pela emissão da maior parte dos poluentes que caem sobre nossas casas, cabeças e pulmões, peito adentro. Ficam próximas uma da outra, numa posição estratégica para lançarem suas partículas poluentes sobre a Grande Vitória, graças ao vento nordeste predominante. Se Hitler tivesse querido matar toda a população da Região Metropolitana da Grande Vitória com gás mostarda, ele instalaria a chaminé bem ali. Pegaria em cheio os municípios de Vitória, Vila Velha, Cariacica, Viana e parte da Serra.

Não é só isso. Em razão da implantação da Vale e da construção da Estrada de Ferro Vitória-Minas, ocorreu um processo de ocupação desordenada e predatória e de enorme devastação ao longo do Vale do Rio Doce, afetando diretamente o próprio rio, sem falar no massacre das populações indígenas que ocupavam a região, especialmente os índios Aimorés. O fato é que hoje o Rio Doce está morrendo.

Se morto ainda não está, com certeza está bastante sujo e anêmico

Isso tudo não é nada que destoe de uma sociedade capitalista centrada na exploração do homem e da natureza. O que causa perplexidade é como a sociedade capixaba, o governo, a imprensa e as pessoas toleram esse abuso sob o discurso do pó egresso, digo, do progresso.

No caso dos governantes, a coisa funciona mais ou menos como segue. Nas últimas eleições da capital, Vitória, a Vale doou R$ 50 mil para cada um dos dois principais candidatos, César Colnago, do PSDB, e João Coser, do PT. Muito pouco para o que vale a Vale, mas bastante para o que valem os políticos. A Vale devem mandar o dinheiro por um estagiário quando ele sai para comprar pão ou jogar na sena para os engenheiros. É o preço que ela paga não apenas para não ser perturbada, mas também para ser elogiada. Governo e prefeituras da região não se cansam de premiar a Vale e a Arcelor pelas "ações ambientais", em vez de fiscalizar e defender os interesses do povo. Ou os pulmões do povo, pelo menos. Nada. E o povo, por sua vez, lá vão eles com os brônquios cheios de pó encher as urnas de votos.

Quanto à imprensa, a coisa funciona mais ou menos da mesma maneira. Em vez de ocupar seus espaços com informação, crítica e análise séria da situação, prefere vendê-lo à Vale para os anúncios de suas iniciativas em favor do meio ambiente desabitado enquanto a outra metade habitada continua sendo poluída.

O que a imprensa faz para ludibriar a boa-fé do povo é volta e meia divulgar uma nova monitoração do ar para se saber a origem dos poluentes, como se ninguém soubesse e como se isso jão não tivesse sido feito trintilhões de vezes. Alguém já disse que basta de entender o mundo, é o que interessa é transformá-lo.

Com a população a coisa é um pouco diferente. Apesar de sofrer diretamente os males da atividade lucrativa da Vale - leia-se: falta de ar, dor de cabeça, remédios e o escambau -

tudo é suportado em nome da veneração ao grande ídolo de ferro: a gigante empresa mineradora privatizada do país. Primeiro, porque ela dá os empregos para gente desesperada por eles. Segundo, porque ainda oferece ganhos significativos a pessoas que jamais pensaram em investir em ações em bolsa de valores, mesmo com a perda de exportação da parte do minério que fica retida nas casas e no peito dos capixabas. A adoração é tanta que eu não duvidaria de as pessoas atenderem ao chamado da Vale para cuspirem pela manhã num contêiner para ela poder exportar também esse resíduo que fica retido na garganta e nos alvéolos pulmonares dos capixabas.

Por outro lado, os empregados, que hoje correm muito mais risco de serem demitidos do que antigamente, nos tempos de estatal, tampouco ousam se manifestar contra a poluição da Vale e da ArcelorMittal Tubarão. Aliás, aqui poucas vozes se levantam contra esse absurdo, como a do artista Kléber Galvêas, mas ninguém dá bola.

Mas algo de estranho paira no ar além das partículas sólidas emanadas pela Vale do Rio Doce sobre o povo capixaba. Como uma empresa vendida por US$ 3,5 bilhões chega a valer us$ 100 bilhões em tão pouco tempo? "A privatização, claro!", dizem, aduzindo a competência, organização e eficiência das empresas privadas (as que não entram em falência, lógico). "A privatização, realmente!", eu reforçaria. Mas não pelo efeito da eficiência gerencial da iniciativa privada, e sim pelo efeito de uma avaliação vil do patrimônio de uma das maiores empresas do mundo durante o processo de privatização capitaneado por FHC.

O fato é que muita coisa ainda há para ser esclarecida desse processo.

Infelizmente, hoje as empresas privadas, especialmente as grandes, são adoradas, veneradas, endeusadas pela população, especialmente pela classe média, graças a uma campanha pesada do capital para abocanhar o pouco que resta do serviço público. E tudo o que elas fazem se justificam pelo desenvolvimento, pela acumulação de capital, pela suposta garantia de emprego. E tome miséria nos bolsões e minério nos pulmões, pelos séculos e séculos, amém.

No mínimo, a Vale deveria distribuir remédios com mel à população, para amenizar a dor de cabeça e a tosse causada pela poeira que ela lança no ar.

Mas...

Não sei...

Quem sabe se tudo isso servisse para elevar o nível da civilização. Assim, a dor até que valeria a pena, sacrificar a própria saúde por um período. Mas não é o que ocorre. Grande parte da miséria, da violência e dos males urbanos da Grande Vitória são explicados pela instalação da Vale e da CST aqui.

Verdade verdadeira, se hoje eu fosse dono da Vale, eu a devolveria para o Estado.

E se eu fosse dono, o Rio Doce não estaria pálido.

... e eu iria para a cama com a consciência tranquïla.

Kali.
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terça-feira, 21 de agosto de 2007

Fotos das 10 milhas Garoto

Domingo foi dia da 18ª 10 Milhas Garoto, uma prova de corrida da qual já falei e da qual já participei duas vezes e não morri. Este ano não corri. Quando eu não corro, vou para a calçada bater fotos da corredores, especialmente dos amigos que participam. Depois dou uma cópia para cada um e eles ficam felizes da vida. Tá bom, não?

Não sou fotógrafo, mas vou dando minhas clicadas. Vou mostrar aqui, muitas das que tirei. Franck Caldeira, medalha de ouro no Pan, chegou em segundo. Quem ganhou foi o Clodoaldo Gomes. Mas eles não estão aqui. Tirei fotos dos menos cotados, dos mais coitados haha.. daqueles que se esforçam horrores para completar a prova. Procurei focalizar as expressões de fadiga, cansaço, superação. Também tirei fotos dos que estavam à volta, nem participando, que tudo é gente. Me desculpem a má qualidade dos retratos. Já falei que não sou fotógrafo. Além disso, a lente que usei, uma Canon de 70-300 mm, estava com problema. Já até mandei para São Paulo.

Espero que gostem. Se por acaso algum visitante deste simplório blog se vir fotografado (duvi-dê_ó_dó), e quiser uma foto, mande um e-mail que eu vou ver o que posso fazer. kaliblog@gmail.com

As fotos estão pequenas, mas se você clicar nas bichas, elas aumentam. Se clicar nos homens e nas mulheres, elas também aumentam :Þ

Enquanto eu estava fotografando, apareceu uma menina com um microfone na mão. Não sei de onde veio. Muito bonitinha a danadinha. Criquei, craro, digo, cliquei, claro!
























Kali.
Gostou, assine.



 

 

Não falo de mim,
mas do mundo,
bem mais importante
e interessante.
Quiçá, mais bonito :Þ

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textos: kali