Poemas kálidos:

A Lenda do Beijo
A Mulher que Namorou o Tempo
Aldeia Global
Evolução
Lábios Trêmulos
Poema do Ciúme
Poesia Concreta
Poema do Blogueiro
Cachorra
 

       
Contos kálidos:


A Repulsa
Duetos
Os Olhos do Velho
Tempestade de Neve



Águas passadas 

2002

jan fev mar abr
mai jun jul

ago

set

out

nov

dez

2003

janfev mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2004

jan fev mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2005

jan fev mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2006

jan fev mar abr
mai jun jul ago

set

out

nov

dez

2007

jan fev mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2008

jan

fev

mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2009

jan

fev

mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2010

jan

fev

mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2011

jan

fev

mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2012

fev

fev

mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

 



Blogs:

 
(Selo que concedo
aos blogs que admiro)

Recebi:

Visitantes:

Powered by Blogger

 

 

domingo, 12 de outubro de 2008

Asneiras

(Para saber o que o macaco está pensando, clique na imagem)

Taí a ajuda dos governos aos bancos e às cias. limitadas mundo afora. Claro que isso não vai dar certo. Só vai alimentar a fogueira. Tudo isso significa apenas uma coisa: que o prejuízo vai apenas mudar de mãos. Essa ajuda de bilhões de dólares significa tão-somente a transferência do prejuízo das empresas do capital financeiro para a Viúva, para as mãos do Estado e da sociedade trabalhadora, através da compra de papagaios do mercado financeiro.

Fiz uns cálculos básicos e cheguei à conclusão de que esses U$ 3,3 trilhões que serão gastos representam o trabalho de um mês inteiro de metade da população mundial a um salário médio de 1.000 dólares. Fiz a conta certa, não fiz? 3,3 bilhões de trabalhadores vezes mil dá 3,3 trilhões. Então. Tudo para o burguês não ter prejú. Como já se dizia por aí, o Estado burguês é o quartel general da burguesia.

Vai dar merda esse negócio.

Essa crise toda tem também seu lado ameno, as asneiras que se fala e se escreve sobre o assunto.

Em entrevista à CBN em 08/10/2008, Roberto Fendt, vice-presidente do Instituto Liberal diz as seguintes pérolas:

"Os governos estão muito grandes, os governos estão envolvidos em muitas coisas que o mercado faria muito bem sozinho..."(grifo meu)

...num ambiente onde o governo reponha no campo do setor privado muitas das atividades em que ele se meteu e "não intervenha tanto no livre funcionamento do mercado nós não teremos mais crises dessa natureza."

Fala sério. O que vale tamanha besteira diante dos fatos? O discurso bolorento da intromissão do Estado na Economia virou pó, perdeu todo o sentido.

Do mesmo Roberto Fendt sobre John Maynard Keynes, na mesma entrevista:

Ele jamais morreu. Keynes foi um grande economista do século. Não há como ignorar esse fato, embora suas recomendações sempre fossem na verdade equivocadas hahahahaha. (riso meu)

E ainda sobre a intervenção do Estado na Economia:

Isso é lamentável, porque a crise que nós temos hoje é consequência direta dessa intervenção do Estado. Não tivesse o Banco Central dos Estados Unidos interferido de maneira tão flagrante na formação das taxas de juros, nós não teríamos a magnitude dessa crise. Provavelmente sequer teríamos a crise. (grifo meu)
.

Ou seja, o Estado agora está intervindo na Economia porque interveio demais na Economia antes. Agora, não está deixando as empresas fazerem o que querem porque não as deixou fazerem o que queriam antes. Os governos do mundo estão tentando desesperadamente salvar as empresas porque elas podem se salvar sozinhas. Estão tentando desesperadamente baixar os juros agora porque baixaram demais os juros antes :) ... e por aí vai... Vai falar besteira assim no quinto dos infernos!

Entrevista com Simão Davi Silber, 08/10/2008 professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, antes, portanto, da monumental ajuda dos governos europeus aos cassinos financeiros da Comunidade Econômica Européia:

A segunda explicação a meu ver, é essa condução política dentro da europa os países europeus não estão conseguindo entrar num acordo de como ajudar os seus bancos e eu acho que nessa altura o mercado se apavorou mais com a confusão européia do que com a gradual implementação do plano americano. Hoje eu diria que a crise está muito mais espalhada e desorganizada na Europa.

Em miúdos: como os governos europeus não estão sabendo se defender da crise que eclodiu nos Estados Unidos, eles são os maiores culpados pela crise, obviamente. Incrível o esforço que os economistas fazem para tirar da reta o cu dos Estados Unidos.

Porém, besteira mesmo fala o Diogo mainard, da Veja. Olha só essa pérola da edição do dia 01/10/2008:

"Disseminou-se a idéia de que os contribuintes americanos sairiam perdendo com o pacote de ajuda às empresas quebradas. Na realidade, Ben Bernanke e Henry Paulson preparam-se para realizar um grande negócio para os cofres públicos, abocanhando uma montanha de títulos hipotecários por uma ninharia. Como Shylock, eles podem atribuir qualquer valor a esses bens, porque ninguém mais tem interesse em comprá-los."

(...) Hurra, hurra, hurra! Em um ou dois anos, assim que o mercado se acalmar, o investimento feito pelo governo terá dobrado de valor.

Só porque o preço é baixo, o negócio é bom? Fala sério! Se Diogo Mainardi fosse empresário ele investiria todo seu capital em coisas como máquinas de datilografia, por serem baratinhas e ele poder estabelecer o preço que quiser aos proprietários dessas coisas. Poderá até mesmo exigir uma libra da bela carne deles. Só que vai ser muito difícil ele vendê-las depois pelo dobro do preço, qualquer que tenha sido o preço pago.

Como pode falar tanta merda assim? Como "dobrar de valor", cara-pálida? Vossa clarividência não sabe que esses títulos são atrelados a hipotecas, a financiamentos de residências americanas, que viraram pó justamente porque os compradores perderam a condição de honrar os empréstimos sobre os quais erqueram o sonho da casa própria? Não sabe vossa sapiência que esses títulos só voltariam a ter algum valor se os compradores voltarem a ter agora - em plena crise - a solvência que não conseguiram na época de estabilidade e de crescimento econômico!?? Fala sério.

Isso só aconteceria se o governo americano doasse aos mutuários - coisa que jamais vai acontecer - a mesma grana que está dando aos capitalistas financeiros. Aí os títulos voltariam a ter algum valor. Mas nesse caso o governo americano estaria recebendo com uma mão o que já teria de ter dado com a outra, ou seja, para ter lucro precisaria necessariamente ter prejuízo na mesma proporção. Teria que se levantar do chão puxando os próprios cabelos. Fala sério. Esses papagaios jamais recuperarão o valor.

O problema nem é Diogo Mainardi falar merda em assunto que não entende. O problema é uma das revistas mais importantes do país publicar as merdas que ele escreve.

Kali.
Gostou, assine.



 

 

Não falo de mim,
mas do mundo,
bem mais importante
e interessante.
Quiçá, mais bonito :Þ

Creative Commons License

Blog Kálido, escrito por kali, é licenciado sob as seguintes condições:
Creative Commons:
Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas
2.5 Brasil License
.

 



Clique
nos cartões abaixo
para ver os diálogos.

imagens:
Kim Anderson
textos: kali