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segunda-feira, 31 de março de 2003

DOIS POEMAS QUE EU GOSTO

Dos poemas que eu faço gosto de todos, por uma questão muito simples: para chegar ao papel, a idéia e os versos têm que, antes, me agradar na alma, senão não vai. Então se foi para o papel, é porque, de uma forma ou de outra, agradou-me o que saiu. Como esses dois poemas aí. Um (Iluminada), eu sei que já publiquei aqui. Noite Escura, não me lembro (desculpe-me a indolência de não verificar, mas acho que não vai fazer mal a quem já leu, ler de novo :Þ ). Só queria dizer que gosto muito desses dois poemas. O primeiro (Noite Escura), se não fosse eu que o tivesse escrito, diria que ele contém um dos versos mais bonitos (Que presunção, meu Deus!) que já li. Como fui eu que o escrevi, o julgamento deve ficar a cargo de quem lê. O poema é real. Eu o fiz numa noite pensando em alguém muito especial (claro) com a qual não iria me encontrar naquela noite, como gostaria. O segundo fiz para uma pessoa também muito especial. Me desculpem a franqueza e falta de modéstia, mas achei lindos os poemas.

NOITE ESCURA

Noite infeliz.
De cantar a minha dor,
De murchar a minha flor.

De amargor,
Diria um trovador.

Noite sem estrelas,
Por mais que brilhassem.
Sem lua,
Por mais que fosse cheia.

Noite que escureceu,
Que virou breu,
Que não passou, doeu.

Porque não tinha você ao meu lado.

E beber não te traria...
...mas te escreveria uma poesia.

E do cigarro que se dividiria
Senti queimar-me a brasa
Da parte que te cabia.

Enfim amanheceu.

Porque o mundo gira
Ou porque você apareceu?


ILUMINADA II

A luz de ti que sobre mim se fez
Nem do sol um dia hei de receber
Pois o sol ilumina minha tez
Não clareia assim todo meu ser.

Kali.
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O COMENTÁRIO DE LIKA

Querida Lika,

Tudo bem? Suas observações sobre alguns de meus posts foram tão bem colocadas que não me restou outra alternativa senão respondê-los em um novo post. Antes de mais nada, quero agradecer por sua atitude, pois ela mostra a importância que minhas opiniões têm pra você, ainda que você discorde delas. Aliás, exatamente por isso. Um gesto muito sincero de sua parte, coisa que não me surpreende, pelo que te conheço. Além disso, suas críticas me permitem esclarecer alguns pontos sobre o que escrevi e que um post, talvez por ser um espaço um pouco restrito para opiniões mais completas, acabam comprometendo a idéia de quem escreveu ou o entendimento de quem leu. Vamos lá.

Quanto à frase "para conhecer o caráter dos pais, observe o comportamento dos filhos", que escrevi no post (IN)FELIZ ANIVERSÁRIO!, não quis com ela dizer que o caráter de uma pessoa é formada exclusiva e inteiramente pelo caráter dos pais. Me referi especialmente aos filhos menores, onde a participação dos pais têm um peso fundamental. Claro que pais generosos e pacatos podem dar origem a filhos infernais, ou o inverso. A personalidade das pessoas é formada por uma série de fatores e não apenas pelo caráter dos pais, incluindo aí até fatores biológicos, mas negar que a primeira formação recebida pelo ser humano não o marca para o resto de sua vida é contrariar as principais teorias psico-sociológicas sobre o assunto (e antropológicas, sei lá :).

Veja o caso da Suzane Richthofen. Não vamos, óbvio, culpar seus pais pela personalidade dela. No caso, a companhia é que explica. Aí, sim, você consegue ver claramente no caráter e no comportamento dos dois bandidos o caráter do pai deles. Para mim, um calhorda ainda maior.

"Eu acho que cada um é como ele próprio se propôs a ser, com uma ajuda, um conselho ou um exemplo dos pais, isso sim, mas ele é o que é, pelo simples fato de ser um ser independente, que cortou o cordão umbilical ao nascer e se fez por suas próprias convicções e metas de vida."

Lika, essa sua frase não pode ter um valor absoluto, pois toda influência dos pais sobre os filhos seria completamente inútil e eles estariam perdendo um bom tempo de suas vidas tentando educá-los, não é?

Quanto à algazarra das crianças, não serei eu a condená-la, Lika. Claro que não. Concordo inteiramente com você. Seria uma estupidez sem tamanho tolher essa característica essencial da criançada. Mas mesmo as algazarras têm hora e lugar nesse mundo de Deus. Uma coisa é a alegria, a descontração e a agitação próprias das crianças e que lhe caem tão bem. Outra, bem diferente, é a falta de educação num momento social e que exprime, na verdade, uma educação perversa recebida dos pais, no sentido de tornar seu pimpolho uma criança competitiva, impertinente, para que ela não "se deixe ser passada para trás" pelas demais crianças. Isso fica patente numa festa de aniversário. É só observar. Essa foi minha crítica. Nem preciso dizer que adoro as crianças. Basta ver aí ao lado os cartões e a própria imagem do blog. Talvez seja preciso dizer que elas também me adoram, pelo menos as que me conhecem. A expressão "saudades de Herodes" que usei, foi para realçar a repulsa que determinados comportamentos de determinadas crianças provocam nas pessoas, como falta de educação e respeito. Condenei nas crianças não o que elas têm de infantil, mas o que elas têm de adulto, por obra e graça de seus pais.

Lika, o problema dos e-mails que você manda para mim e voltam "sem som" (ou seja, sem resposta minha) ou simplesmente voltam porque minha caixa está lotada, é simples de explicar.

Quando critiquei as pessoas que não respondem e-mails (post "O SOM DOS E-MAILS") me referia àqueles e-mails diretamente endereçados ao destinatário, personalizado, contendo, por exemplo, uma pergunta ou uma opinião da qual a pessoa que mandou espera e precisa de uma resposta, como o que eu enviei a uma pessoa perguntando sobre determinado assunto e cuja resposta só fui obter porque eu liguei para ela. Não me referia aos e-mails de lista, enviados a várias pessoas com o mesmo conteúdo. Acho que não teria sentido responder a dez e-mails por dia a uma mesma pessoa, por mais maravilhosos que sejam os e-mails. E os seus são. POR FAVOR NÃO PARE DE ENVIÁ-LOS! Eu os adoro. Já disse isso várias vezes para você. Fora essa situação, acho que nunca deixei de responder a um e-mail seu. Confere?

Aí vem a segunda parte de sua reclamação. Se eu gosto de seus e-mails, porque então estão voltando? Simples: Eu não tenho conseguido limpar minha caixa na mesma velocidade com que você manda seus e-mails. Sei muito bem o quanto isso é frustrante, pois também acontece comigo. Mas te prometo que vou me esforçar mais de agora em diante, nem que tenha que pagar um serviço de e-mail que me dê mais espaço no servidor. Só não quero deixar de receber os seus. Me perdoe pelo relapso, mas é que onde trabalho não tenho muita liberdade de cuidar do meus e-mails e, como estudo à noite, nem sempre tenho como descarregá-los quando chego em casa.

Obrigado pelos elogios à rádio Kali. Mas você deve agradecer às ilustres pessoas que me visitam. Foi construída por eles. E você pode dar sugestões também, por favor. Assim que der, vou colocar um link permanente para a rádio aqui no blog. Também concordo que ficou legal.

Faltou alguma coisa?

Claro que faltou. Te mandar um beijo e dizer que é uma honra sem tamanho ter você como amiga. Te adoro. Obrigado pelas críticas.

Kali.
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domingo, 30 de março de 2003

FOTOSSÍNTESE

Fui ontem e hoje à praia, pela manhã. Voltei revigorado. Isso também dá poesia.

O HOMEM, O SOL E O MAR

Vou à praia e volto mais forte.
Acho que o ser humano tem algo de planta
Que o sol alimenta.
E de peixe,
Que o mar sustenta.

Como estou indo novamente à praia, nesta hora (17:20h), agora para bater bola, vou deixar para responder os comentários à noite. Obrigado pela honra e o calor dos comentários. Eles me dão mais força que o sol e o mar, podem acreditar.

Kali.
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sexta-feira, 28 de março de 2003

POEMA PARA TAMI

Acontece que tem blog da Tami. Ela já me visitou algumas vezes e então fui ver seu blog. Garota interessante a Tami. Aquariana, lésbica. É. Lésbica. Qual o problema? Ela mesma admite, de forma sincera, livre e espontânea. Uma linda garota. Deve ser também muito bonita, mas não a conheço. Seu blog, seu jeito de ser e o carinho das amigas que visitam seu site encantam. Tanto encantam que resolvi fazer uma poesia para ela. Uma poesia diferente. Uma poesia de amor masculino a uma garota lésbica. Já tenho a idéia, mas difícil vai ser encontrar um título... ah, encontrei!

POESIA DE AMOR MASCULINO
A UMA GAROTA LÉSBICA

Te amo.
Quisera trazer-te
Em minha palma.
Mas não perde tua calma.
Tanto te amo
Que não quero teu corpo,
Eu quero tua alma.

Se é o teu lindo corpo
Que me causa espasmos,
É do teu ser
que sinto orgasmo.
by kali

Linda, linda, não é?

A poesia também, não? :)

Bom fim de semana, gente interessante que vem me visitar.

Kali.
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quinta-feira, 27 de março de 2003

Pra não dizer que não falei de balas

ESQUINA CARIOCA

- Desculpe-me, mas o senhor
conversava sozinho, se não me engano.

- Era uma bala perdida
procurando por um peito humano.

- Despitou-a, então, ou ainda me engano?

- Não tive como. Onde quer que ela vá
atingirá nosso coração mundano.

- Não poderia desviá-la
para algum lugar esquecido?

- Não adiantava. Ela tem rumo certo.
Nós é que estamos perdidos.
by kali

Desce o pano. Obrigado pelas palmas :)

Kali.
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quarta-feira, 26 de março de 2003

Poema para Ilvia

Acontece que eu visitei o blog de Ilvia agora há pouco e ela falava de uma chuva forte que caiu ontem em Goiânia. Aí eu fiz esse poema que deixei nos comments. Acho que ela vai gostar, não?

A DOÇURA DO TEU CORPO

Levantou-se para um olhar.
Ao mesmo tempo em que o via,
Uma chuva caía
Em seu rosto, em seu corpo a lhe molhar.
Um líquido adocicado e outro salgado
Escorriam juntos, confusos, em par.
Eram seus olhos se derretendo em mágoa
E o mel de seu corpo se dissolvendo à água.


Kali.
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terça-feira, 25 de março de 2003

PÔR-DOS-OLHOS

O poema abaixo eu fiz após ouvir de uma pessoa o relato de como foi sua vida durante alguns meses em Morro de São Paulo (Bahia). Não sei se o momento descrito realmente existiu, mas procurei traduzir a sensação que tive quando ouvi sua pequena história. É minha forma de interpretar as emoções alheias. Duvido muito que esse momento não tenha existido, ainda que por um breve instante ou diferente da forma descrita, mas parecido em sua essência poética. Apesar de idílicos, meus poemas sempre têm um link com algo palpável e concreto.

UM ENTARDECER EM MORRO DE SÃO PAULO

O mar em frente feito aquarela
Refletia-se turvo nos olhos dela.
As ondas brancas que vinham
Chocavam-se com ondas brandas que iam
Levando para bem longe no horizonte
Os sonhos de uma donzela.

As pessoas em volta,
Com os olhos fixos no pôr-do-sol
E as ilusões soltas num barco à vela,
Perdiam o espetáculo mais belo, tristonho,
Do sol se pondo nos olhos dela.

Kali.
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segunda-feira, 24 de março de 2003

Uma Rádio cálida

A rádio está montada. Agradeço a todos que colaboraram. Se quiserem ouvir a obra coletiva, fiquem à vontade. Optei pela Usina do Som. Algumas músicas não consegui pegar. Acrescentei umas de minha preferências, outras de meus amigos irreais (chamo de amigos irreais os não-virtuais, que ficam perto de mim), outras vieram por e-mail. Ficou, claro, bastante eclética. Espero que não tenham preconceito musical. E se quiserem sugerir mais, agradeço. Chamei-a de Kali FM, mas é de vocês para mim. Eu adorei o resultado. Obrigado.


Kali.
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AI DE TI, BUSH!

Um pai iraquiano, em completa desesperança, carrega sua filha mutilada pelas bombas do capital americano. Quando Leon Trotsky dizia que o capitalismo só consegue produzir forças destrutivas para a humanidade, talvez ele não tivesse em mente cenas tão vergonhosas para o espírito humano como essa.

É preciso varrer o capitalismo da face da terra se o homem quiser superar a sua pré-história e conquistar a paz no coração, na mente e no planeta. O capitalismo faz da nação mais poderosa e civilizada da terra um reino de morte e de destruição, e de seu presidente, George Bush, um lixo humano, tornando a humanidade vítima de sua barbárie e de seu terror. É preciso fazer alguma coisa, mínima que seja.

Não pense que você é tão impotente. Algo simples como boicotar os produtos americanos é uma tarefa nobre e ao mesmo tempo simples. É daí que vem o dinheiro para a destruição. Você pode fazer isso. A linguagem do dinheiro é a única linguagem que a burguesia entende. É a única que a move. O dinheiro é o sangue que corre em suas veias. Sem o dinheiro, não lhe sobra nada. A vida humana não possui o menor valor para essa raça odiosa e ignorante que desgraçadamente ainda habita esse planeta, em pleno século XXI.

Kali.
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sexta-feira, 21 de março de 2003

ESSE SEU SOM

Seria muito eu pedir aos meus leitores que me indicassem a música que mais gostam, para eu montar uma rádio bem cálida?

Não, não seria.

Mas seria mais que demais se vocês as me apontassem.

Kali.
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FRASES E EFEITOS

Uma frase que surgiu de uma comentário da Jackie no post BUSCA, aí embaixo:

A vida. Ao mesmo tempo, um grande achado e uma eterna procura.(kali)

Isso mesmo. Eu gosto das frases de efeito.

Mas gosto muito mais dos efeitos das frases.

Kali.
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Flanela

Mesmo que você não ache interessante o post anterior (36 desenhos de 5 linhas, todos sobre fundo branco), pelo menos ele vai ter uma utilidade.

Mostrar se seu monitor precisa ou não de uma limpeza :Þ

Kali.
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quinta-feira, 20 de março de 2003

5 LINHAS

Com 5 palavras
Você me descreve bem.
Mas se eu te der 5 linhas,
Você descreve quem?

(tirei daqui, ó)

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Kali.
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quarta-feira, 19 de março de 2003

BUSCA

Todos procuram algo.
Um, distraído, sem saber que ja´ encontrou.
Outro diz traído que jamais encontrará,
Mas sem nunca desistir de buscar.
Todos procurando,
Todos desencontrados
Querendo encontrar.

Kali.
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O SOM DOS E-MAILS

Engana-se quem acha que existem e-mails não respondidos. Engana-se. Todos eles o são. Às vezes, com a mais veemente das respostas: o silêncio.

O velho, ensurdecedor e atordoante silêncio.

Kali.
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As mãos e os olhos

Outro dia, quando eu abri minha carteira perto de meu irmão mais novo, ele disse:
- Rapaz, mulher acha horrível carteira com velcro.
- Por causa do barulho que ela faz ou porque carteiras de velcro geralmente carregam pouco dinheiro?

Ele riu, eu ri, nós rimos.

Mulheres existem que, mais do que as carteiras, observam as mãos do homem que as abrem, por verem nelas mais valor do que o dinheiro que apanham.

São raras. Mas, também por isso, valiosas.

Kali.
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Contraste

Não sou de falar de mim, esse meu desconhecido. Mas hoje estou amargo. O suficiente para vislumbrar o que é doce.

Kali.
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Resgate de uma dívida

Bush e seu bando saíram pra matar. Que o demônio não esqueça de cobrar-lhes o que é de direito.

Kali.
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segunda-feira, 17 de março de 2003

Uma frase

"O pavão de hoje é o espanador de amanhã."

Isso aí.

Kali.
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domingo, 16 de março de 2003

O CÉU DO CONDOR

Esse aí é um menino pobre chorando. Ele possui poucas coisas na vida além de algumas ovelhas e roupas remendadas, puídas. Nome é uma delas. Eduardo Condor Ramos, um garoto peruano flagrado pelo fotógrafo William Albert Allard, da revista National Geographic, após um taxi ter atropelado seis de suas ovelhas (uma delas aparece ao fundo). Doações de leitores da revista repuseram as ovelhas e ajudaram a custear escolas locais.

A pobreza, mais do que me comove, me encanta. Vejo nela uma nobreza sem tamanho, contra qual a arrogância dos ricos não têm a menor chance, mesmo sabendo que daqui a pouco mais bombas da burguesia cairão sobre gente pobre. Não há dúvida: os pobres e os mansos herdarão a terra. Eles têm sede de justiça. Não há saída para os ricos e sua sede de sangue.

Enquanto esse dia não chega, uma poesia para Eduardo.
Ele merece, não? Claro que merece.

MENINO CONDOR

Ei, Eduardo!
Não chora, menino Condor!
Por que as lágrimas,
Se sou eu que devo chorar?
Porque abaixas tua cabeça
Se tens nela toda nobreza
Que ninguém pode tirar?

E por que caminhas,
Se podes voar?

Levanta tuas asas, menino Condor!
Alça teu vôo, ganha teu céu!
Não é outro o teu lar.

Troca esse gorro por uma coroa.
É esse o acessório
De quem deve reinar.

Kali.
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quinta-feira, 13 de março de 2003

MODA "TRANSPARENTE"

Acontece que eu tenho a felicidade de receber e-mails de uma pessoa fantástica, a INSANA, ou se preferirem, Carolina. Os posts delas estão a cada dia mais saborosos, como se já não fossem o bastante. Eu me encanto com a forma solta, divertida e nervosa como ela escreve. Tem mais: é uma verdadeira artista. Não conheço todos os trabalhos que ela faz, óbvio, mas pelos sites que ela já desenvolveu, incluindo esse, é o suficiente para concluir isso. Como eu já disse,

Em todos,

sempre presente,

a sensibilidade

emocionante e fina

de uma Carolina.

Pois é. Mas sorte também de vocês, pois às vezes compartilho com vocês o que ela manda (lembram daquelas esculturas de areia que eu coloquei aqui? Post do dia 29-01-2003). Isso aí é o que estaria rolando na moda lá no Japão em termos de estamparia. Para mim, algum engraçadinho criativo e cobra no Photshop é que andou espalhando isso na internet. Mas, não deixa de ser curioso. Por isso é que está no Blog Kálido.

  

  

Kali.
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(IN)FELIZ ANIVERSÁRIO!

Existe um ditado com o qual eu concordo plenamente (verdade verdadeira, nem sei se esse ditado existe realmente... mas se não existe, deveria existir. Portanto, se quiser anotá-lo, anote-o, pois se não existia, acaba de ser criado): "Para conhecer o caráter dos pais, observe o comportamento dos filhos."

Estou dizendo isso para falar do espírito mesquinho, limitado e atrasado da classe média urbana brasileira, expresso principalmente nas festas de aniversários, onde o perfil pequeno-burguês encontra a sua mais perfeita tradução nas atitudes imbecis e mal-educadas das crianças, esses gênios incompreendidos (na opinião dos pais, claro).

Sem se dar conta do triste espetáculo que protagoniza, nessas festas infantis é revelada toda a pobreza de espírito da nossa classe média através das suas crianças. A ansiedade pelo fim do Parabéns, o dedo no bolo, o doce furtado, a mão sobre o enfeite se antecipando à posse, o semblante quase babando na borda da mesa, a falta de educação, o comando "Avançar!", a disputa ferrenha e selvagem por quinquilharias, o encher de copos plásticos com guloseimas, a boca estufada de doces e balas, o animalesco estouro das bolas, a careta idiota no momento da foto (como se a original já não fosse o bastante)... etc.

Quanto mais eu conheço os civilizados filhos da nossa classe média, mais admiro os selvagens filhos dos nossos pobres índios. Quanto mais conheço o caráter mesquinho daqueles mais admiro o caráter manso e sereno destes. Os pais da classe média poderiam se espelhar em modelos mais humanos para educar seus filhos. A merda é que são muito arrogantes para isso.

Como dizia um espirituoso cronista: "Ah, essas crianças! Que saudades de Herodes!"

Kali.
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Dicas batidas

Essa é tão velha quanto aquela antiga lição ensinada nos quartéis, mas pode ser que alguém ainda não conheça, e é muito útil. No Word, segurando a tecla ALT, você pode fazer uma seleção vertical do texto, assim:

A outra é assim: se você precisar encher lingüiça no Word (tipo digitar um texto qualquer para ver como fica seu trabalho), basta digitar a expressão =rand(x,y), onde "x" é o número de parágrafos que você quer e "y", o número de vezes que vai aparecer a frase em cada parágrafo. Que frase? Experimente e você vai ver a preguiça do cachorro. Então, por exemplo, se você quiser 5 parágrafos com a frase repetida 10 vezes em cada parágrafo, basta digitar
=rand(5,10). É isso.

Kali.
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quarta-feira, 12 de março de 2003

Olhem só

Que coisa mais sensual, mais linda!:

Penso em Você

Eu,
solidão.
Terça-feira.
Ainda é cedo.
Penso em você
e não sei o porque.
Janelas abertas, frio.
Respiro profundamente;
isso tudo é uma loucura.
Não sei nada sobre você.
teus sonhos, teus modos,
palavras na madrugada ,
nada disso eu conheço.
Não consigo escrever,
as palavras me faltam.
Um medo estranho
de não sei o que.
não sei da voz
não sei de mim
não sei de nada.
Um desejo profundo;
te conheço pelos outros
e sei que deveria estar aí.
por que? as palavras voam
pelos quatro cantos de uma
tela.Teu sorriso na fotografia,
uma vontade de dizer que não
sou o que você pensa. E você
não sabe de mim, se engana.
Deveria tentar me conhecer,
deixar eu sorrir para você,
um pouco de tudo o que
eu sinto não faria tão
mal assim. Deixe!
Eu preciso ser
uma parte
do teu
ser.

Daniela Furmankiewicz
(ou, se preferirem, dännÿnh@. Linda, né? A poesia, então, nem se fala! :)

Já que gostaram da poesia em forma de seios, uma minha :) (cacófato proposital, claro):

OS MEUS POEMAS

Meus poemas são como filhos.
Não podem ficar com cara
De quem não tem ânsia.
Filho meu não dança
Conforme a dança.
Têm que atingir o leitor no peito,
Como uma lança.
A quem estiver com certeza,
Levar a desconfiança.
E a quem estiver desiludido
Levar a esperança.
Filhos de minhas lembranças,
Rebentos de minhas andanças.
Herdeiros de minhas emoções
Deixar em leitores de emoções deserdados
A emoção como herança.


(Um pouco inspirado na música Serafim e Seus Filhos, conhecem?)
Kali.
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terça-feira, 11 de março de 2003

AH, SIM, A VIDA!

Um poema, para não perder o hábito.

MINHA VIDA

Minha vida é assim.
Quando eu corro dela,
Ela corre pra mim.
Se corro para ela,
Ela corre de mim.

Minha vida é assim.
Eu procurando-a lá fora
E ela dentro de mim.
Eu afim dela,
Ela ao fim de mim.
Eu aguardando por ela,
Ela guardada em mim.
Eu chorando por ela,
E ela reluzindo em gotas,
Nas próprias gotas de lágrimas
Choradas por mim.
É assim.

Kali.
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segunda-feira, 10 de março de 2003

Literatus

Acontece que eu não estou conseguindo colocar novos links aí ao lado. Não sei porquê. Já está digitado no layout, mas não consigo publicar. Como o link do Literatus, que eu queria colocar aí. Esse blog foi feito por um anjo. Realmente um presente dos céus. Demais.O nome do anjo é Andrea Augusto. Merece um poema bem melhor do que este:

POEMA PARA ANGEL

Deus não deu asas às cobras.
Receberam-nas os anjos e os pássaros
Ao comando de sua voz.
Os pássaros, para voarem,
Os anjos, para abrirem-nas sobre nós.

Obrigado, Angel, pela dádiva. Em nome de todos os que amam a literatura. Beijão.

Kali.
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domingo, 9 de março de 2003

Almodóvar fala delas

Fui ontem ver o filme Fale Com Ela. As mulheres devem muito a esse cara, o Almodóvar. Duvido que alguém, mesmo mulher, tenha retratado a alma feminina com tanta maestria, com tanta sutileza, com tanta fidelidade, com tanta força, com tanto carinho, com tanto poder e com tanta poesia como ele. As mulheres devem muito a Almodóvar, com certeza.

Eu recomendo o filme. História do amor verdadeiro, puro e desinteressado de um homem por uma mulher. É também uma apologia à sensibilidade humana. De quebra, a nobreza de Geraldine Chaplin. Emocionante. Dois detalhes: No início do filme, Benigno, enfermeiro, cuida de sua paciente sem uso das luvas, ao contrário de sua parceira. É a sutileza de Almodóvar para mostrar a intimidade e o calor humano do apaixonado por sua paixão. A imagem em close do touro após o golpe desferido contra a toureira. Acho que até os touros estão agora devendo a Almodóvar a imagem altiva, bela e poderosa que ele lhes deu.

Eu sinto pena de quem assiste a filmes americanos ganhadores de Oscar.


Kali.
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Não falo de mim,
mas do mundo,
bem mais importante
e interessante.
Quiçá, mais bonito :Þ

Creative Commons License

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2.5 Brasil License
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textos: kali