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Blog by Dani
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quarta-feira, 27 de abril de 2005
Acontece que as mulheres dos militares estão fazendo um movimento contra o governo Lula em busca de um aumento dos soldos de seus maridos. Isso é o que eu chamo de luta pela emancipação feminina. Uma luta aliada ao marido, em favor da família e de toda uma classe, não em benefício só da mulher. Acho que lutando sozinha, em causa própria, a mulher não chegará muito longe - chegará somente ao ponto em que seu companheiro chegou, ao nível em que ele também é explorado. É uma luta inócua, portanto, pois as amarras que prendem suas aspirações são apenas a ponta da corda que passa pelo pescoço de seus filhos e de seus maridos. É quente uma mulher que luta por seus direitos. Mais quente ainda é a mulher que se une aos seus homens e dá uma dimensão de classe às suas aspirações. Show de bola. Pois bem. As mulheres dos militares estão fazendo um movimento contra o governo Lula pelo aumento dos soldos de seus maridos. Acho muito legal isso. Amplo e irrestrito apoio aos militares. Um sargento recebendo menos de R$ 500,00 para sustentar sua família. Inaceitável essa humilhação. Bem sofisticado o sistema capitalista: não só explora o povo, como também os próprios encarregados de garantir essa exploração. O governo Lula a cada dia se revela mais e mais antipopular e pró-burguesia. Recordes na balança comercial, taxas de juros extratosférica, os banqueiros fazendo a festa, e o povo na miséria de sempre. Dólar entrando a rodo mas sendo dividido apenas entre os do andar de cima. Lula, Zé Dirceu e Genoíno inventaram o "Socialismo de uma só classe". A dos banqueiros, evidentemente. Não estou aqui defendendo FHC ou Serra. PelamordeDeus. Não vou ser favorável a uma política desgraçada que em oito anos apenas fez o desfavor de entregar os bens públicos mais importantes do país aos ricaços e não construiu sequer um hospital no Brasil. Em 8 anos. Tenha dó. Abacaxi no rabo deles, como diz a Lívia. Continuando. Acho que Lula deve começar a ter cuidado ao tentar falar em nome dos trabalhadores. Deveria mudar o nome do partido, sei lá. Mesmo porque militar, pelo menos em sua maioria, é a classe trabalhadora de armas na mão. Não falo isso como frase de efeito, mas por causa um discurso que eu mesmo ouvi uma vez. Escutem essa. Houve um movimento dos Sem-Teto na cidade. Eu passava quando ouvi o discurso de uma das líderes do movimento. Sim, uma mulher. Pobre. Velha. Preta. Lavadeira. De microfone na mão. Suas palavras ecoam até hoje na minha mente: Vamos lutar, não vamos recuar! Se eles mandarem o exército, não teremos medo! São os nossos filhos que seguram aqueles fuzis!
terça-feira, 26 de abril de 2005
Como sabem, eu fiz um poema falando sobre uma relação harmônica que certas mulheres conseguem estabelecer com o tempo (A Mulher Que Namorou o Tempo, post de 7 abril). Uma espécie de pacto entre ambos, onde o tempo torna-se condescendente e carinhoso com elas, conservando sempre um aspecto jovial no espírito e no semblante dessas criaturas tão adoráveis, as mulheres de nexo e léxico femininos. Em troca, acredito eu, ele recebe delas um certo desencargo de consciência pelo efeito devastador que provoca sobre as coisas e pessoas, um peso enorme que o tempo é obrigado a carregar eternidade afora.
Mas também acontece que eu havia feito um poema sobre uma relação não tão harmônica assim entre a mulher e o tempo, esses dois eternos e incorrigíveis desafetos.
Não sei se se lembram. Foi mais ou menos assim:
O GARANHÃO por Kali Podem falar, eu deixo :)
Não sei se vocês repararam, mas a figura andando na chuva, na foto que ilustra o poema do post anterior, aí embaixo, é a do sr. James Dean. Fez três filmes, morreu jovem e virou uma lenda. Lenda é uma coisa que fica na cabeça das pessoas. Não confundir com lêndea. Como vocês sabem, eu amo jogar futebol de areia. É a segunda coisa que mais gosto na vida. A primeira, claro, é futebol de campo. Pois bem. Todo sábado eu jogo futebol de campo. Às 14:00h (sol do cacete), no campo do Tupy, clube onde Túlio jogou. Então. Ontem cheguei mais cedo que todo mundo (ainda não era 1:00h da tarde) e aproveitei um convidativo banco sob as árvores, atrás do gol para descansar. Sombra, brisa fresca, deitei para esperar a hora do jogo. Muito agradável, vocês não imaginam. Tão agradável que comecei a meditar. Fiquei pensando sobre o post que deveria escrever aqui. Decidi que postaria o seguinte: que cheguei ao campo mais cedo que todo mundo, que deitei num banco atrás do gol, sob as árvores, com uma brisa fresca batendo no meu rosto e que ali defini o post que iria escrever aqui. :Þ Essa lingüinha aí(Þ) eu ja´ expliquei como fazer para obtê-la: basta digitar ALT+232 que ela aparece ("Ué, Kali! Como é que você agora digitou ALT+232 e ela não apareceu????"). PS: Lika, leio todos os comentários. Não posso responder a todos, como eu fazia e gostaria, por dificuldades de tempo. Mas, na medida do possível, respondo por e-mails e retribuo a visita. Os comentários de vocês ficam gravados nos arquivos da Haloscan e no meu coração, podem ter certeza, de tão carinhosos. Grato. Mesmo.
terça-feira, 19 de abril de 2005
a "Seção Nostalgia". Esse eu fiz num dia frio e chuvoso, lógico.
POEMA CÁLIDO SOBRE UM DIA FRIO por kali
Passava batido
E a mente em debate sob cabelos em combate
Pois se o agasalho apenas me envolvia,
Foi assim que eu vi
Era do meu próprio calor que eu me aquecia
sexta-feira, 15 de abril de 2005
...falando de republicações, e ja´ que estão gostando, aqui vão mais dois poemas. Nem é falta de inspiração. É de tempo mesmo. Bom final de semana.
AMOR, MEU GRANDE AMOR por Kali
Amor, meu grande amor,
Volte, para que eu possa me achar.
Depois durma, para que eu possa sonhar.
E não deixe de falar
E, mais que tudo, meu amor, me beije forte E agora, um mais molhado ainda do que aquele outro (Poesia Amiga) :Þ
quinta-feira, 14 de abril de 2005
1. Chuva que cai, lua que foge
Como muitos ainda não haviam lido o poema republicado do post anterior - e gostaram! - aproveito para republicar mais dois poemas, feitos em jan/2003. Gostem também, tá?
Este primeiro eu fiz quando visitei o blog da Paula, o Menina da Lua. Ela reclamava da chuva interminável de BH. Acho que ficou legal.
CHUVA NOS OLHOS
Querendo ver sua lua,
E a chuva lá fora tanto chovia
A lua, que vinha cheia só para ver sua menina,
E, minguante e cativa,
Até que adormeceu.
Só no sonho é que viu sua lua.
Só então é que sorriu. 2. Menina e flor Este eu fiz quando fui ao blog Menina Com Uma Flor, da Didi, agradecê-la por ter linkado o Blog Kálido. E olha só que foto bonita esperava o visitante:
FLOR DE MENINA
Pegou uma flor do jardim
Uma abelha despojada de sua flor
Nem era de revolta que zoava a coitadinha: (zoadim mas docim, o poema, não?)
segunda-feira, 11 de abril de 2005
Acontece que esse poema eu também já publiquei aqui. Não custa nada republicar, como o debaixo, não é? Para quem ainda não leu, um post novo. Para quem já leu, uma nova leitura :) Estão vendo? Tudo novo.
POESIA AMIGA por kali
Molhadinho, mas até que ficou bonitinho, não? Inspirado na imagem de cima.
Feliz aniversário, Dênia.
quinta-feira, 7 de abril de 2005
Revirando alguns posts do passado, encontrei esse poema.
Republique-se.
A MULHER QUE NAMOROU O TEMPO por Kali
Em tempo de se formar,
E ele, assim, dela cuidou,
Até que um dia findou-se dos dois o amor
Quem apareceu foi o tempo
quarta-feira, 6 de abril de 2005
Não, não vou fechar o blog. É que o pessoal da minha turma de Direito decidiu que eu iria redigir a mensagem final do convite de formatura. Aí eu escrevi esse texto que estou postando. Pra quem não tinha o que postar...
A graduação numa instituição pública de ensino nos impõe
um compromisso com uma sociedade que a cada dia depende
mais e mais do resgate dos títulos que ela concede aos seus cidadãos,
títulos que agora também carregamos. Não é um peso, mas uma honra.
Nem é um encargo, já que constitui uma missão. E nem se trata de um débito,
posto que há de ser retribuição.
Não há mais volta. Somos as escolhas que fizemos.
Nossas palavras finais deixamos por conta do cancioneiro popular,
muito mais apto para isso do que novatos bacharéis em Direito:
"A lição sabemos de cor. Só nos resta aprender."
terça-feira, 5 de abril de 2005
O que você me diz do "casamento" com a Cicarelli depois que ela te fez passar por nobre num castelo, por plebeu num barraco e por ter se embuchado de seu novo herdeiro, tudo em menos de um mês?
sexta-feira, 1 de abril de 2005
Acontece que trabalho numa empresa pública (isso ainda existe, tá?).
Também acontece que foi instalado na empresa um sistema ICQ de troca de mensagens internas (isso também existe: é o ICQ Corp, é gratuito e pode ser encontrado na homepage do ICQ.
Aí acontece que as pessoas usam o sistema para expor suas idéias e, muitas vezes, para criticar a conduta da empresa. Como eu, por exemplo.
Mas aí acontece que o diretor presidente não gostou de uma crítica feita pelo colega F.M.L. e suspendeu o uso do ICQ para ele durante um mês. Isso foi ontem.
Acontece também de eu não gostar de censura. Então eu coloquei essa mensagem aí no ar, para todo mundo. Estou esperando a resposta até agora.
Senhor Presidente,
Considerando que o sistema ICQ de comunicação interna foi implantado por sua iniciativa de Vossa Senhoria (uma boa iniciativa, por sinal) com a finalidade de facilitar e incentivar a troca de mensagens na empresa;
Considerando que os funcionários passaram a dar a esse instrumento uma utilidade maior do que a inicialmente prevista, passando a expor suas idéias, seus sentimentos, suas críticas, seus elogios e a compartilhar informações e experiências pessoais;
Considerando que, diante da feição democrática que o ICQ adquiriu na empresa, a decisão de suspensão do seu uso pelo colega F.M.L. se torna incompatível com o espírito democrático apregoado pelo atual governo estadual;
Considerando que tal decisão, independente da concordância ou não com o conteúdo das mensagens do colega, cria, de fato, um clima de constrangimento e de inibição na empresa, senão de revolta, totalmente inadequado para um momento de negociação coletiva que atravessamos,
Solicito, em nome da liberdade de expressão, tão bem expressa por Voltaire, a revisão da decisão tomada, sem o quê, em solidariedade ao colega, vou me abster do uso do sistema ICQ durante o período em que perdurar a censura.
Atenciosamente,
Nervosinho o Kali, não?
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Não falo de mim,
nos cartões abaixo para ver os diálogos. imagens: Kim Anderson textos: kali |