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Blog by Dani
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terça-feira, 26 de maio de 2009
Aqui perto, em Aracruz, teve o caso do vídeo pornográfico feito por estudantes menores. Três meninas e um menino da escola Misael Pinto Netto foram protagonistas de um filme porno-infantil, vê se fode um negócio desse, digo, vê se pode um negócio desse! Parece que há participação de outros dois menores. A mulher que denunciou o caso diz que está sendo ameaçada de morte. A filha dela estuda na mesma escola dos jovens que filmaram as cenas de sexo feitas por eles mesmos. Segundo a imprensa, foram três vídeos feitos e divulgados por meio de celulares entre os estudantes na própria escola. Agora, os vídeos estão correndo a internet, claro. O problema é o seguinte. Primeiro, que não há muito o que fazer senão despejar moralismo em cima da fodelança infantil que anda solta em praticamente todo o mundo civilizado nos dias atuais, num crescente. Tem acontecido muito. A novidade talvez seja a divulgação por celulares. Acho que esse negócio de as meninas darem para os meninos e os meninos comerem as meninas se dá por dois motivos. Um, pela chamada "grande conquista feminina" de ir para o mercado de trabalho e ter que abrir mão da vigilância sobre os filhos. Mesmo que elas se sintam culpadas, deveriam dizer em alto e bom tom: "conquistei a minha liberdade e, de quebra, a dos meus filhos!". E pelo visto, não adianta nem um pouco dar a eles celulares para tentar vigiá-los de longe. Dois: embora a gravidez na adolescência esteja ainda acontecendo, o controle humano sobre a concepção e as doenças venéreas tornou o sexo, literalmente, uma brincadeira de criança. O sexo se tornou bananal, digo, banal. Agora, não há retorno. O que era certo se tornou retrógrado, e o que era errado se tornou moderno. O que foi santo um dia tornou-se profano e o que era profano é feito todo santo dia. Segundo, perde um pouco o foco a campanha eleitoreira de políticos oportunistas como a do senador Magno Malta de combate à pedofilia. Não por perda da importância e da necessidade de campanhas desse tipo, mas pelo desvio da atenção. Ora, se a questão principal é proteger as crianças do sexo, como fica a cara desses impolutos senadores se os próprios petizes se refestelam em orgia e ainda fazem questão de divulgar? Literalmente, é muita sacanagem o que fizeram esses meninos com nossa sociedade tão moralizada, tão pura, tão virtuosa e tão digna! De qualquer forma, enquanto o impacto da notícia não passa, pode-se adaptar o material da campanha da pedofilia para outros objetivos não menos nobres:
Marcadores: alunos, Aracruz, celular, cenas de sexo, meninas, meninos, vídeo
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Agora tem esse negócio aí de cercarem as favelas do Rio para se "preservar a natureza". É o governador do Rio, Sérgio Cabral, que está por trás disso. Como é que um político pode estar em cima do muro e atrás dele ao mesmo tempo? Diz que é para impedir a expansão da favela Dona Marta, zona sul. O muro atende pelo nome de "Ecobarreira", para a gente deixar de ser besta. Diz também que é para proteger a floresta do avanço favelístico e - "principalmente" - para "enfrentar o tráfico de drogas e as milícias, impondo limites ao crescimento desordenado". O que os fuzis não conseguiram durante cinqüenta anos, um muro de três metros de altura vai conseguir, claro. Por que não pensaram nisso antes? Vai ver que teve alguém que pensou, mas pode ser que o cara tenha morrido antes de falar, por conta de uma bala perdida. Pelo menos o diabo da bala foi encontrada.
Agora vem minha crítica, dá licença!
Vem o líder comunitário concordando com esse troço, acreditanto de verdade que o negócio vai mesmo proteger o verde das florestas, as aves em festa, o sol a brilhar, a brisa amiga, a fonte que corre ligeira a cantar. Que vai combater a criminalidade, a violência, a pobreza... Fala sério!
O infeliz nem desconfia de que isso é coisa de político pilantra que não tem o menor interesse em acabar com as favelas, com a pobreza, com a violência, nem em proteger a natureza, porque ele não passa de um reles representante de uma classe que vive política e financeiramente às custas dessa mesma pobreza, dessa mesma favela, da violência e da depredação do meio ambiente: a burguesia brasileña. Em português mais claro, não querem mudar nada, não! Querem é manter esse estado de coisas, pois tudo isso é efeito direto do sistema de dominação e exploração do qual não abrem mão.
O idiota do líder comunitário nem desconfia que, se quisessem mesmo acabar ou simplesmente conter o avanço das favelas, a classe dominante e o Estado que ela comanda simplesmente destruiriam os barracos e construiriam prédios suficientemente decentes para um ser humano morar, liberando espaço livre para as crianças brincarem e para a natureza ficar em paz com sua exuberância.
O estúpido, covarde e submisso líder comunitário não sabe que o muro que estão construindo não é para preservar a mata, mas para preservar a própria favela.
Marcadores: Ecobarreira, favelas do rio, floresta urbana, muro
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Muito legal essa imagem, da nave Atlantis passando sob o sol. Foi feita a partir do solo. Usou-se um telescópio com filtro solar, claro, digo, com filtro solar escuro, claro.
Enquanto aqui embaixo, os senadores quebram acordo e instalam uma CPI que não vai dar em nada. Mas quem faz acordo com esses caras?
quarta-feira, 13 de maio de 2009
PS: Não sei se notaram - acho que não - mas usei o termo "fato" no sentido indumentário de "roupa", "vestimenta". Desculpe o pedantismo, rubro-negro, vais-caindo, são-paulino e adjacências. Marcadores: nova camisa do fluminense
Hitler. Quem não entende de Economia Política e desconhece os fatores que fazem girar a roda da História está condenado a seguir idéias e líderes que, se não levarem para o inferno, não levam a lugar nenhum. E estão condenados a repetir a mesma tragédia ou farsa que essas idéias e esses líderes protagonizaram.
É o caso do nazismo e seu principal expoente, Adolf Hitler.
Usualmente, o nazismo - forma particular de fascimo - é visto como produto de uma mente aloprada de um cabo do exército alemão. Mas o movimento e a ideologia nazistas não podem ser entendidos fora da luta de classes que acontecia na Alemanha na época. Sem a burguesia e a pequeno-burguesia alemãs, não existiria nazismo. O nazismo e as condições de sua existência existiam antes que Hitler começasse a encher as mentes alemães com seus discursos vazios de sentido e a empurrá-las para o desastre previsível.
E sem tais condições, Hitler morreria como um cabo do exército, veja por quê (tirado daqui):
Hitler foi um covarde que, em vez de lutar como fizeram as crianças, jovens, adultos e velhos alemães que ele enviou para a frente de batalha, preferiu se enfiar num buraco como fazem os tatus e ditadores do tipo Saddan Hussein quando estão com medo, e cometer suicídio diante da chegada dos russos. E ainda chamou de fracos os que lutaram e tombaram por suas mentiras, por não terem vencido o inimigo. Um verme.
Nazismo. O nazismo representou uma política desesperada de salvamento da burguesia alemã, com o apoio das classes médias, diante da crise internacional e da perigosa organização e mobilização dos trabalhadores rumo ao socialismo, animados pela Revolução Russa. Foi um instrumento político do capitalismo alemão, especialmente o capital industrial, com amplo apoio do capital detentor dos meios de comunicação alemãs. Essas classes viram num militar ignorante, mas extremamente voluntarioso, o fantoche que precisava para aliciar o povo, quebrar as organizações do proletariado alemão, manter o regime de exploração em meio à crise mundial e garantir a própria sobreviência do capitalismo alemão.
O nazismo não pode ser entendido sem a sustentação financeira do partido nazista pela burguesia alemã, da mesma forma que o führer não poderia se movimentar sem um Mercedes Benz. Hitler e seu discurso raivoso contra judeus e comunistas, e suas idéias idiotas sobre eugenia e raça pura escondiam sob o manto da superioridade racial a dominação de uma classe sobre as demais. Longe de buscar a libertação do povo alemão, queria-o como escravo. Longe de tê-lo como povo heróico, queria-o como bucha de canhão, como de fato aconteceu. Vejam essa análise de Trotsky:
De qualquer forma, embora procurasse destruir o marxismo, o movimento nazista acabou servindo de confirmação de uma das máximas marxistas: "em seu atual estágio de produção, o capitalismo só se desenvolve gerando forças destrutivas para a humanidade."
Eugenia. Sobre a eugenia, tomada aqui no sentido nazista, ou seja, racismo puro e simples, não há muito o que conversar. É uma cretinice que só atesta a mediocridade de quem, com base nela, se julga o supra-sumo da raça humana. Raça pura é lenda. Não existe. Até porque, com a invasão aliada, as mulheres alemãs e a suposta pureza ariana germânica foi toda "contaminada" pelo esperma de "qualidade inferior" dos exércitos de homens aliados. Não podemos nos esquecer de que os Estados burgueses formam seus exércitos de gente das classes baixas, que nada tem do que os nazi consideram "sangue azul". Do Estado soviético, na época vindo de uma revolução, então nem se fala. Raça pura é o cacete. Raça pura é a própria humanidade com suas diferenciações e etnias. A eugenia não resiste a uma melhor análise. A riqueza genética vem justamente na maior diversidade cromossômica dos indivíduos que se cruzam. A miscigenação é a síntese da antítese :)
De resto, a humanidade já resolveu esse problema desde os primórdios da civilização, quando o homem primitivo proibiu o incesto. O Homem de Neanderthal é mais evoluído que o nazista de Wiesenthal.
No mundo globalizado, unificado e amancebado de hoje, a "pureza racial" só pode ser defendida por uma escória espúria da humanidade.
Desenhos de Belmonte. Aquele que comeu um nazista atrás de um monte.
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Entrevista fictícia com o economista Ricardo Barollo, assumido líder neonazista brasileiro e acusado de ser o mandante do assassinato de um casal também neonazista, por disputa de poder na organização hitlerista. Segundo informações da internet, Barollo é filiado ao PSDB e funcionário da Camargo Correa, empresa acusada de crime financeiro e corrupção polítca.
Os nazistas queriam dominar o mundo. Os neonazistas também querem?
(*) Reeditado por que eu havia usado palavras de baixo colhão, digo, baixo calão.
Foi enforcada ontem, 1º de maio, no Irã, Delara Darabi, 23 anos, pintora. A história, resumida, é a seguinte: em 2005, então com 17 anos, ela teria matado a prima de 58 (ou 56) anos de idade com uma facada. Desde então estava presa. Respondia também por furto na casa da prima morta e por relacionamento sexual com o namorado Amir Hossain, de 19 anos de idade. Pelo furto e pela relação com o namorado, cumpriu 3 anos de cadeia e recebeu, em público, 50 chicotadas pelo furto e mais 20 pelas relações amorosas proibidas. Delara Darabi nega ter matado a prima. Teria assumido a culpa para livrar o namorado da pena de morte e por achar que fosse ininputável por ter 17 anos. Não era. No Irã, a responsabilidade criminal começa aos quinze anos para os homens e aos nove para as mulheres. Foi condenada à morte em 2007. No processo, houve um laudo pericial afirmando que a punhalada na vítima foi dado por uma pessoa direita, digo, destra. Delara Darabi era canhota. Seu namorado é destro. Outro fato chocante é que ela teria sido denunciada pelo próprio pai. Quando Delara lhe disse que havia apunhalado a prima, ele achou melhor encaminhar a filha à polícia por achar que fazia isso "no interesse da Justiça”, mas hoje se culpa por tê-la entregado às autoridades e por considerá-la inocente. A única salvação para Delara Darabi seria o perdão dos filhos da vítima, aceitando uma indenização do pai de Delara em troca da condenção. Porém uma delas, Hayedeh Amir-Eftekhari, não aceitou perdoar Delara Darabi. Aqui, pinturas de Delara feita na prisão (colaboração de Íris)
Como vocês podem ver, há diversos ingredientes nessa história, de caráter político, jurídico, religioso, sociológico...
Vão dizer agora que o Ahmadinejad, presidente do Irã, é sanguinário e nazista; que ele vem aí e que Lula vai apertar suas mãos sujas de sangue; que o Irã é uma nação bárbara; mas vão dizer também que nos Estados Unidos também tem pena de morte e é um país civilizado; que aqui no Brasil também deveria ter, inclusive que se deveriam reduzir a maioridade penal como no Irã, mas equiparando-a à da mulher de lá, aos nove anos, não à do homem, que é de quinze... por aí vai...
O que eu posso dizer, e garanto, é que esse negócio de pena de morte é coisa da idade da pedra mesmo, da pré-história.
Portanto, totalmente compatível com a violenta e insana sociedade moderna.
Chuvendo por aqui.
"..e no céu milhões de nuvens já começam a chorar e a chuva cairá neste mundo pequeno..."
Não vou poder jogar bola ´(
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Não falo de mim,
nos cartões abaixo para ver os diálogos. imagens: Kim Anderson textos: kali |