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quinta-feira, 29 de maio de 2003

O Blog da Bia

Tem um blog que acompanho há muito tempo, o blog da Bia . É um blog que freqüemente muda de layout [por isso, talvez, é que o link para o blog dela, aí ao lado, ainda esteja com o layout antigo] mas sempre mantém um mesmo estilo: um blog confessional, de narrativas de sua vida particular, seus vai-e-vens, seus encontros e desencontros. A diferença é que ela faz isso de uma forma ardente, deliciosa, cativante. Realmente acho apaixonante a forma sincera, tranqüila e sempre serena como ela descreve suas aventuras e desventuras, seus anseios e frustrações, seus gostos e desgostos.

Sei que isso pode não passar de uma opinião pessoal, mas vejam esse post recente, do dia 27 de maio:

Lembro que eu tinha uma amiga.. eu admirava ela, a mãe dela, o pai dela, a família dela.. e por isso eu sempre me sentia um lixo perto dela.. me sentia pobre, desbocada, sem família.. Mas fazia de tudo pra ser como ela.. Numa briga de criança, lembro dela ter dito que minha casa era fedida, que a mãe dela dizia que eu ensinava ela a falar palavrão e que minha mãe não ligava pra mim.. Depois fizemos as pazes, continuamos amigas etc. Mas eu nunca esqueci disso, e juro como sinto um nó na garganta agora, ao lembrar.

Hoje em dia ela é uma gorda escrota que não tem amigos.. E ela comenta com os outros que eu não falo com ela e ela não sabe por que. Eu sei, é ridículo, éramos crianças, não tínhamos nem nove anos... mas eu ODEIO ela com toda força. EU ODEIO ELA. Como se ela tivesse magoado alguém que eu amo muito.. alguém que eu tenho vontade de botar no colo, fazer cafuné e dizer que é mentira.

Nossa, me emocionei aqui agora.. Tô em lágrimas. Tive uma infância bem feliz. Bem sonhadora. Mas ao me lembrar da minha infância, algo me machuca. Sinto raiva por ter sido tão... criança.. e deixado tantas coisas me machucarem. Uma certa dó de mim, uma certa vontade de 'cuidar'. Que confuso.

Acho que vou terminar o post por aqui.. Boa noite.

Que pessoa linda a Bia, não?

Se eu fosse você eu iria lá ler o post de hoje. Mas como eu sou eu mesmo, já li :)

Kali.
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quarta-feira, 28 de maio de 2003

O Caderno Estrelado

Acontece que ontem uma colega ficou encantada com meu caderno novo: "Nossa! como é bonito esse seu caderno, Kali!". Realmente era (e continua sendo, porque ele não mudou nada de ontem pra hoje :Þ ). Capa transparente, estrelada, nas cores laranja e branco. Resultado: hoje ela recebeu um igual, com a seguinte dedicatória:

Para Liana
um caderno cheio de estrelinhas
e cheio de carinho nas entrelinhas.
Beijos. Kali.

Depois, pensei: Até que sou uma pessoa de sorte. Imagine se a frase dela fosse "Nossa! como é bonito esse seu carro, Kali!"

Não teria perigo. Meu carro não é bonito.

Kali.
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terça-feira, 27 de maio de 2003

De um pedaço de pau

Hoje estou de saída novamente. Porém, um pouco mais inspirado que ontem. E quando estamos inspirados, talvez a gente consiga fazer poesia até de um pedaço de pau. Vamos ver.

RASGO NO PEITO

Então vem a inspiração,
Mais da dor que da emoção.
Não do mel, mas do sal.
Porém, com ela em minhas mãos,
Seguindo-a como gaivota a uma nau,
Sou capaz de extrair a poesia mais abstrata
Do mais concreto pedaço de pau,
Que em minhas mãos já não será árvore morta
Mas alavanca a abrir a porta,
Madeira viva a riscar o chão
Em gestos pungentes, desvairados,
Criando versos de uma paixão,
Que corta fundo o coração
Deste meu peito que tu cortas
Quando o abro em rasgos fundos pra que ouças
Um bater a que não te importas.

Uhu!
Saudações kálidas e apaixonadas.

Kali.
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segunda-feira, 26 de maio de 2003

Ela: Você faz Direito?
Kali: Faço, direitinho.

(É que estou de saída e sem nenhuma inspiração)

Kali.
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sábado, 24 de maio de 2003

Uma outra frase assim tão pungente, um filme, Kim Novak e as mulheres.

"As mulheres são mais simples do que os homens pensam."

Eu não acreditaria muito nessa frase se ela não houvesse sido dita por uma mulher em que eu acredito muito. Talvez as mulheres sejam realmente simples, mas a arte da dissimulação, que elas dominam tão bem, confundem completamente os homens. Fazem-nos perder até o rumo de casa.

Ouvi a frase quando eu falava sobre Kim Novak (como a mulher pode ser simples e tão deslumbrante ao mesmo tempo, alguém poderia dizer?) , após assistir Vertigo (Um Corpo que Cai), de Hitchtcock. Eu explicava que ela se casou com um veterinário e cuidava de lhamas e cavalos num rancho, na Califórnia.

Simples assim.

Kali.
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sexta-feira, 23 de maio de 2003

Uma frase assim tão pungente

A alegria do palhaço é ver o circo pegar fogo.

Apesar de muito batida, acho genial essa frase. Quem teria sido a pessoa iluminada que a cunhou? Seu nome deve estar perdido nas brumas do tempo. Pra mim, ela genial, revolucionária, cheia de poesia. Há nela mais sabedoria do que nos livros de filosofia de uma livraria que tem aqui perto de casa.

É o que eu penso.

Quem não concordar, pode rir à vontade. Eu deixo :)

Kali.
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quinta-feira, 22 de maio de 2003

A Abelha Advogada

Essa poesia-fábula eu fiz em sala de aula. A "musa" inspiradora? O egocêntrico professor de Direito Processual Civil. Embora espaçosa, a sala não é grande o bastante: caberia mais alunos se o ego do professor não ocupasse praticamente todo o espaço útil dela.

A ABELHINHA VAIDOSA

Era uma vez uma abelhinha toda prosa.
Além de tudo, era advogada a vaidosa.
Sua mãe sempre lhe dizia:
"Menina, saia um pouco desse espelho!
Vá voar! Polinizar essas flores maravilhosas!
Os jasmins, as dálias, as camélias, as rosas!"

Ao que ela respondia em português indigesto,
Porém certim:
"É ruim, hein! É ruim!
Se as flores precisam se polinizar,
Elas que venham até a mim!
"

E quando seu pai ficava possesso,
Ela dizia com um certo tom de zombaria
Ao pai zangão que nada entendia:
"A vida é um processo! A vida é um processo!"

Até que num belo dia, um urso faminto
Inventou de dar um belo dum tapa
Bem no meio daquela colméia.
A vida, que era um processo, virou uma geléia

O desespero foi geral!
Exceto para a abelhinha
Que tranqüilamente mantinha
Seu ar professoral.

E ao verem a abelhinha indômita
Escrevendo num canto naquela hora de espanto,
As abelhas que voavam atônitas
Lhe diziam, em comoção:
"Vamos nos defender!
Use seu ferrão! Use o seu ferrão!
"

Ao que ela respondia,
Sem dar muita atenção:
"Isso seria autotulela.
Para resolver o assunto em tela
Estou redigindo uma petição!
"

Obrigado pelas palmas! :Þ

Kali.
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quarta-feira, 21 de maio de 2003

Dor acentuada

Infelizmente, não tenho tido o tempo que gostaria para visitar blogues*. Digo infelizmente porque sempre quando se visita um blogue nos deparamos com algo diferente, uma grata surpresa, uma novidade, uma opinião interessante, uma dica, uma explicação, um resmungo, um elogio, uma história, um riso, um gemido, um suspiro... enfim, o pulsar da vida, como eu gosto de dizer.

É o que aconteceu agora há pouco, quando eu entrei no Dolore d´Amore, da Alessandra:

...
Minhas pernas dóem, os meus braços dóem, e o tecido que arde é a voz da minha fome.
Colhe tuas flores, agora. Colhe tuas flores, aquelas que brotaram e não se sabe se da mão do jardineiro ou do adubo do terreno.
*
Desejo. Permanência. Intensidade. As três guerreiras do meu apocalipse.

(Alessandra Siedschlag - 20.05.03)

PS: (atualização) Como revisora, não podia mesmo ter escrito a palavra "doem" com acento. Mas enfim, não vou mudar. Ficou bonito. Não estou vendo o acento como acento, mas como espinho.

Toda pessoa tem suas dores, seus espinhos. Mas só as pessoas inspiradas, poéticas, sensíveis, iluminadas conseguem transformá-los em acentos.

(*) A forma da Ale grafar.

Kali.
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terça-feira, 20 de maio de 2003

For Nanda

E como eu passei agora há pouco no Bavardage, da Nanda, e como ela ouvia mil vezes uma canção, e como eu deixei um poema nos comments, e como eu gostei do poema, e como...

Bem, eu resolvi mostrá-lo aqui. Espero que ela, vocês e todo mundo também gostem. Gostem, tá?

NANDA,

Vou fazer um poeminha pra você,
Que ainda nem sei como vai ser
(o poeminha, não você,
que já é, antes mesmo de ser).

O poeminha poderá ser assim:

Você ouvindo uma canção
Do começo até o fim,
E eu falando pra você
E você prestando atenção em mim:
"Ouça, Nanda, essa melodia,
Não com os tímpanos,
Mas com o coração,
Pois se é pelos ouvidos
Que penetram as notas,
É peito adentro que entra a emoção.
Nem a ouça de olhos abertos,
Pois se seus olhos atentos
Podem me ver de longe,
É de olhos fechados
Que poderá me ver de perto."

Tá, é simplizim, mas danado de bunitim, não?

Kali.
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Ausência

Ontem eu não te vi
Engraçado...
O calendário marca terça-feira...
Mas é claro que ainda é segunda-feira.
Coisa ludibriosa a astronomia...
Nos aponta séculos inteiros
Só pra nos roubar um dia.

Kali.
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segunda-feira, 19 de maio de 2003

Uma cadim de prosa

Vocês querem ouvir um caipira autêntico contando prosa? então clica. Especialmente a conversa A namorada.

Kali.
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sexta-feira, 16 de maio de 2003

Gatos me mordam! ...e Neruda me comova!

Já coloquei essa imagem aqui uma vez. Como ela está sendo muito procurada (não sei por quê), coloco-a de novo. Engraçadim os bichim, não? Não reparem. Eles são mesmo muito curiosos, e ao mesmo tempo espantados.

E para não perder o bom hábito da poesia, vejam esse poema de Neruda. Como ele encheu de lirismo o adormecer de uma mulher aos olhos de quem a ama!

LXXXI

JÁ ÉS minha. Repousa com teu sonho em meu sonho.
Amor, dor, trabalhos, devem dormir agora.
Gira a noite sobre suas invisíveis rodas
e junto a mim és pura como o âmbar dormido.

Nenhuma mais, amor, dormirá com meus sonhos.
Irá, iremos juntos pelas águas do tempo.
Nenhuma viajará pela sombra comigo,
só tu, sempre-viva, sempre sol, sempre lua.

Já tuas mãos abriram os punhos delicados
e deixaram cair suaves sinais sem rumo,
teus olhos se fecharam como duas asas cinzas,

enquanto eu sigo a água que levas e me leva:
a noite, o mundo, o vento enovelam seu destino,
e já não sou sem ti senão apenas teu sonho.

(Pablo Neruda, CEM SONETOS DE AMOR)

Kali.
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Um quarto no passado

A bela surpresa de que Cris fala nos comentários do post anterior refere-se ao seguinte:

Visitei ontem o blog Essencial, dela, pela primeira vez, acredito. E lá pelas tantas leio esse post:

Sexta-feira, Maio 02, 2003

Dia desses na casa da minha mãe, fiquei um bom tempo abrindo armários e garimpando passado para trazer pra minha casa.

Acredite: voltar a casa dos seus pais, mais precisamente ao seu quarto, depois de ter saído há um bom tempo, é uma viagem alucinante.
Encontrei tanta coisa.
Encontrei agendas. Muitas.
E encontrei isso aqui escrito em 14 de Julho de 96:
-Dói tanto. Esse homem me fez morrer em minutos de conversa. Só consigo ouvir Roberto Carlos e chorar.-(nesse dia ele 'optou' por ficar com a esposa e não comigo)
Poxa, eu tinha 20 anos e já sabia tanto assim de dores de amores...

Aí me lembrei que Roberto Carlos embalava minha fossa e o quanto eu me odiava por aquilo.
E de repente me vi ali sentada na poltrona verde musgo próxima á janela, observando aquela que eu fui um dia.
Sério, eu me vi. Fisicamente.
Tão cheia de fé em tudo, em todos.
Eu rezava antes de dormir.*

E fiquei ali me vendo, experimentando roupas, falando ao telefone, estudando, transando...e não reconheci mais aquele rosto (meu) tão cheio de tudo.

O meu quarto hoje virou um mini estúdio do meu irmão.
Tem bateria, tem roupas que ninguém usa mais, tem um cheiro de passado.
Tem também um mural de cortiça cheio de fotos.
Tem bichos de pelúcia, tem a coleção de latinhas de cerveja.
Tem tanto de mim ali e tão pouco do que restou aqui.


*Ontem tentei falar o 'Pai Nosso' a uma amiga e errei tudo, esqueci o lance de 'perdoar as nossas ofensas, assim como perdoamos a quem nos tem ofendido.'

Deve ser isso.



A leitura levou-me a deixar o seguinte poema nos comentários (modifiquei umas palavrinhas para melhorá-lo) - para ela, só para ela, pra mais ninguém:

QUARTO MINGUANTE

Voltou à casa em que vivera,
Ao quarto do passado
Em que um futuro morrera,
De paredes cegas, fechadas,
Mas de janela aberta
Com um sofá na beira,
Aberta como sua alma
Que assistia a tudo e não dizia nada.
Então viu-se a si mesma
...Tão cheia de tudo...
Aos vinte anos
Olhando pela janela
Que seria uma tela
A exibir um filme em que a estrela era ela.
Estrela de brilho raro, cintilante,
De um tempo já um pouco distante,
Mas que se repetia naquele instante
No brilho da lágrima dos olhos dela.

Confesso que achei legal, muito legal, esse poema. Mesmo que meus poemas não agradem, sempre haverá ao menos uma pessoa que se emocionará com eles. E sempre a primeira que o lê: eu.

Kali.
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quinta-feira, 15 de maio de 2003

Carolina

Aí eu entro no blog da INSANA e, de repente, não mais que de repente, Carolina nos lembra que hoje tem eclipse da lua. Assim:

Hj é dia de eclipse lunar
a partir das 23:05 de hj...
a eclipse total durará cerca de 50 minutos

FAÇAM O FAVOR DE NAO PERDER ISSO!

E num outro dia, ela escrevia isso:

"na minha opiniao o Sol deveria ser a Lua..."
"só presta pra clarear um pouco e enfeitar o céu"

Na verdade a Lua é mais q isso...
bem mais q isso...

Que maravilha! aLUAcinada a INSANA, não? E olha só:

adivinha se eu nao to pensando em mudar o layout...
adivinha se eu nao tenho duas provas hj
adivinha mais!
adivinha se eu nao tenho q ir pra cidade comprar tinta pra fazer a tela pra amanha, que, obviamente, eu nem comecei!
adivinha se eu nao tenho q.......
.... eu tenho q .....
eu tenho?
pq eu tenho?
.....

a unica coisa q eu tenho q fazer é respirar..

Muito legal.
Posts lunares.
E sempre presente, em todas as linhas,
A sensibilidade ardente, emocionante e fina
De quem se diz insana
E se chama Carolina.

E fiz um poema.

LUA INSANA

A lua é dos insanos,
Dos que são de lua,
Dos que se alucinam com coisa pouca,
O mundano, o cotidiano.
A tecla insert come-letra,
O celular, a porra da tampa da caneta...

Mas a lua é dos insanos
Não quando ela some num eclipse,
Mas quando ela volta brilhante
Num movimento de graça, vibrante,
Numa hipérbole, numa elipse.

Muito lindim, não?

Kali.
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quarta-feira, 14 de maio de 2003

sem inspiração

Vamos ver se consigo fazer um poema em cinco minutos, sem inspiração.

POEMA SEM INSPIRAÇÃO

Não sei o que escrever...
...Por que será?
Porque eu não penso em você?

Não...
Eu penso.
E talvez porque eu tanto penso
É que nada mais possa
Me completar, me preencher.
Nem a própria poesia,
Nem as palavras de que eu precisaria
Para o poema elaborado que eu deveria
Apaixonado te escrever.

Então, em você não mais pensarei.
Assim, não pensando mais em você
Terei de volta a poesia
E os versos que eu usaria
Num poema inspirado, inusitado,
Um poema iluminado que iria
Me descompletar, me desvanecer,
Me aniquilar, me desfalecer.

Não, não consegui. Gastei o dobro de tempo.

Kali.
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Fernando Pessoa, a pessoa da Fernanda e um possível diálogo

O texto abaixo eu peguei no Bavardage, da Fernanda. Brilhante essa menina. Vai ser psicóloga. Já disse que não vai dar certo. Quem se consultar com ela vai ficar doido pra voltar :)

O texto é do seu xará Fernando Pessoa. Para mim, é epicurismo puro. Independente disso, é muito lindo.

(...)

Ah, nao é verdade que a vida seja dolorosa, ou que seja doloroso pensar na vida. O que é verdade é que a nossa dor só é séria e grave quando a fingimos tal. Se formos naturais, ela passará assim como veio, esbater-se-á assim como cresceu. Tudo é nada, e a nossa dor nele.

Escrevo isto sob a opressao de um tédio que parece nao caber em mim, ou precisar de mais que da minha alma para ter onde estar; de uma opressao de todos e de tudo que me estrangula e desvaira; de um sentimento físico da incompreensao alheia que me perturba e esmaga. Mas ergo a cabeça para o céu azul alheio, expondo a face ao vento inconscientemente fresco, baixo as palpebras depois de ter visto, esqueço a face depois de ter sentido. Nao fico melhor, mas fico diferente. Ver-me liberta-me de mim. Quase sorrio, nao porque me compreenda, mas porque, tendo-me tornado outro, me deixei de poder compreender. No alto do céu, como um nada visível, uma nuvem pequeníssima é um esquecimento branco do universo inteiro."

Um possível diálogo numa sala de aula:

Professor: Apresentem-se e digam o que pretendem com o curso de Direito.

Aluno: Kali. Ainda não sei ao certo. Isso não me preocupa. Quando receber o diploma verei o que a vida me reserva. De qualquer forma, uma utilidade o diploma terá: como eu vivo num país de clima tropical, quente e úmido, pelo menos servirá para abanar meu rosto. Isso me gratifica. Quem não se contenta com pouco, não se contenta com nada. Além de tudo, passar todos esses anos ao lado de pessoas maravilhosas como essas que me cercam agora nesta sala e que serão futuros magistrados, advogados e promotores, por sí só recompensa o esforço. Não posso, em nome de um objetivo futuro sacrificar a magia do momento. Se eu perder o olhar no horizonte, perco também a chance de admirar as flores mais próximas. Elas são efêmeras, não podem esperar. Se eu não viver o momento que passa, não o viverei mais.

Acho que é isso.

Mas acontece que mais tarde uma linda colega me chamava insistentemente. "Kali! Kali! Kali!". E eu sem responder, absorto, ouvindo o professor falar.

Ir à escola pra ficar prestando atenção na aula! Isso contraria os meus princípios :)

Kali.
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segunda-feira, 12 de maio de 2003

POEMA DO SOL NASCENTE

Fiz há pouco um petit poema para vocês gostarem. Por favor gostem :)

POEMA CÁLIDO


Vou encontrar-me com você
Amanhã, logo ao amanhecer.
Não estarei só,
Levarei o sol.
Assim poderei te ver
Se minha luz não conseguir iluminar você,
Nem sentirá frio
Se você não deixar meu corpo te aquecer.

Simplizim, mas gostozim, não?

ps: Uma coisa interessante do filme Peter Pan que esqueci de falar é a perseguição que ele empreende contra sua própria sombra. O que melhor poderia representar a "procura de si mesmo" da criança que cresce? Outra coisa: numa feliz coincidência, a cena da fada sininho sobre o espelho, quando ela repara em suas coxas grossas, encontrei-a aqui, no blog maravilhoso da Ale, o Dolore D´amore. Realmente uma graça o blog da Alessandra. A primeira vez que entrei lá disse que aquilo era um templo, não um blog (que ela grifa blogue - legal, não?). Um templo que eu não poderia tocar os pés e que ela mesma cuidava disso fazendo os visitantes levitarem com seus posts. De tirar o chapéu o blogue da Ale. A imagem é essa:

Kali.
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sexta-feira, 9 de maio de 2003

Carandiru e Peter Pan

O filme Carandiru, que não assisti, não me atrai. É que, no caso, o drama da realidade é muito mais dramático e trágico do que a realidade do drama. Uma obra cinematográfica, teatral ou literária tem que ser mais alegórica e fantástica que o mundo real, senão não se justifica.

Seria mais interessante ler o livro de Dráuzio Varella que é um documentário autêntico e humanista sem a pretensão de ser obra de arte. Falta aos filmes brasileiros a sutileza e a alegoria que já teve em Limite, de Mário Peixoto. E fosse o filme uma comédia, eu ainda preferiria a farsa “Garotinho contra a violência”. É muito mais divertida.

Dia desses, acabei vendo o desenho Peter Pan, de Walt Disney. Interessante a forma sensual e cálida com que esse desenho retrata o universo e o encanto da adolescência (aliás, o filme é todo voltado para essa fase da vida humana). O processo da transformação física e emocional do corpo juvenil é brilhante e magistralmente retratado através da fada sininho. Quatro cenas chamam a atenção pela beleza, candura e magia com que isso foi retratado.

1. A fada sininho se olhando no espelho de Wendy e percebendo o aumento do tamanho de seus quadris. Impagável.
2. A fada sininho ficando presa no buraco da fechadura da gaveta justamente pelos quadris, realçando a transformação física que sofreu. O tronco passa, mas a bunda, não. Também não tem preço.
3. Mordida de ciúmes, a fada sininho fazendo marolas nas águas do Rio Tâmisa, impedindo que Wendy veja sua imagem refletida nele. Maior onda essa cena;
4. Fervendo de ciúmes ao ver Peter Pan salvando a vida de Wendy, a fada sininho queima uma folha de árvore ao passar por ela. Genial.

O crocodilo também dá um show à parte.

Assistam, crianças, Peter Pan, o filme da adolescência, da Terra do Nunca, onde as crianças nunca crescem. Já pensou se você ficar adulto, que chato?!?!?

PS1: Outras passagens que marcam o enfoque do filme sobre a transição da infância para puberdade: O pai de Wendy lhe dizendo que ela já deve dormir sozinha, separada dos irmãos John e Michael; Na Terra do Nunca, o interesse de Jonh e Michael é despertado pelos índios e o de Wendy pelas sereias. Ora, os índios são homens bravos e guerreiros e as sereias o mais perfeito símbologia da sedução feminina. Aliás, o banho que as sereias dão em Wendy é uma representação exata de um rito de passagem que o filme trata o tempo todo; Outra: o ciúmes, agora de Wendy, da índiazinha que se assanha para cima de Peter Pan. E por aí vai.

PS2: Uma dica: se você domina o inglês, assista o desenho em português mesmo, porque a versão é muito boa hihihihi;

PS3: Se alguém chamar o selo de premiação que eu bolei (esse aí embaixo) de "Prêmio Raul Gil", vai ter!

Kali.
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quinta-feira, 8 de maio de 2003

PRÊMIO

É verdade. Tem blog que merece uma menção dessa. Claro que tem. E vou dizer quais merecem. Em minha humilde opinião, claro.

Kali.
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quarta-feira, 7 de maio de 2003

SEGUNDA PELE

Acontece que fui visitar o Segunda Pele, da Su, e me deparo com este post:

Faxina que não se vê

Andava na estrada pegando migalhas de pão deixadas por João e Maria, mas não deixava de observar a paisagem que mudava ao longo do caminho e a cada mudança sempre achava que a paisagem nova tinha algo parecido com a outra, procurava sempre semelhanças entre elas, guardava sempre um pouquinho de todas as paisagens e de tudo que se podia ao longo do caminho, pois sempre pensava poderia perpetuar a tudo e a todos!!
O caminho... ahhh... esse não sabia se era o certo, bússola e mapas não tinha, mas tinha sempre um sorriso no rosto, paciência, tranqüilidade e muitas opiniões algumas até indesejadas!!
Por vezes chata, irritada, burra, por estar no caminho desconhecido, mas principalmente por estar olhando para o chão e ter esquecido da bela paisagem a sua volta!
O difícil caminho fazia sozinha, sem muita compreensão, mas procurando sempre compreender. Pecados, vários! Talvez o maior deles seja pensar de mais em mistérios,principalmente mistério esse que demos o nome de Vida!

Muito legal o post, não? Então deixei esse comentário:

Coisa linda! O blog também! E o post, nem se fala!

Beijos kálidos.

Ah, a coisa linda a que me referi
É tua alma,
Expressa nessas frases
De quem tem se apaixona pela vida
Sem perder a calma,
De quem, ao nos mostrar suas mãos,
Não mostra as costas,
Mas a palma.

Realmente uma graça o blog da Su. Muito bonito. Veja se não é verdade.

Kali.
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terça-feira, 6 de maio de 2003

O POEMA MAIS BELO

TUA LUZ E TEU FOGO

O poema que fiz pra ti,
Este que eu escrevo aqui:

"A luz de ti que sobre mim se fez
Nem do sol um dia hei de receber
Pois o sol ilumina a minha tez
Não clareia assim todo o meu ser",

É o mais belo que já vi
E espero que outro igual, a ti não apareça.
Não até o dia
Em que até o ciúme do sol o esqueça.
Mas temo que um dia do céu desça
Uma poesia ainda mais bela
A anelar tua cabeça.

Não, não terei ciúmes.
Pois tal poema não virá do fôlego
De um poeta que o expira,
Mas sairá da luz do fogo
Da musa que o inspira.

Kali.
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sábado, 3 de maio de 2003

O FIM DE SEMANA PASSADO

Nos feriados fui visitar a terra em que nasci. As duas primeiras fotos foram tiradas pela manhã, com a neblina cobrindo o vale. A terceira é de um riacho dentro da mata. A terceira...

Bem, a terceira é o kali. Lindim o Kali, não? Ainda mais de costas. Pareço com o Alan, de longe. Azar de vocês e sorte das árvores ao fundo que puderam contemplar meu semblante ;Þ.

Não tem meu rosto, mas tem poema. Espero que gostem.

   

   

VOCÊ EM MIM

Eu de frente para o mato,
Você atrás de mim.
Eu olhando para o mundo,
Você olhando pra mim
Eu enquadrado em sua tela
Mas totalmente fora de mim,
Ensimesmado, fora do ar,
Procurando a fórmula de colocar
Você dentro de mim.

Simplizim mas bunitim, não acham? Eu achei! Sabe onde? Dentro de mim.
Engraçadim o Kali, não? :Þ

ps: A Rádio Kali FM tá no ar, mas ainda aberta a sugestões, tá?

Kali.
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sexta-feira, 2 de maio de 2003

SALAS DE BATE-PAPO

Eu já fui de freqüentar salas de chat. Hoje já não freqüento mais. Nada contra. Aliás, se alguém quiser sugerir alguma sala, eu até entro para conferir. Mas faz tempo que não participo de bate-papo. Porém, tenho boas lembranças. Lá eu conheci uma das pessoas mais maravilhosas: Giulia.

De repente, este fictício e-mail de despedida pode até ter existido. Quem sabe?

Lena,

Embora nossa amizade tenha chegado ao fim, sinto necessidade de enviar este último e-mail. É para agradecer a forma carinhosa com que você sempre me tratou durante o tempo em que nos encontramos na internet e pelo monte de coisas que me passou e ensinou nesse período de convívio virtual. Com você, aprendi a dar risadas, lembra? Foi a primeira coisa que me ensinou. Era só digitar /ha3, /ha ou /ha2 no script. Você me mostrou as três maneiras. Depois me mostrou como passar arquivos pelo Scoop e pelo ICQ. Me ensinou como registrar um nick. Graças a você, hoje eu tenho o “_kali” todinho meu. Me instruiu como proceder quando o Scoop não conseguia fazer conexão, apontando outras vias de acesso à sala. Você também me ensinou a editar mensagens, coisa que eu não aproveitem muito bem, pois saiu aquela risada que mais parecia uma cacarejar (kkkkkkkkk), como você mesma disse, e eu concordei. Mas o importante é que, graças a você, agora sei editar qualquer outra coisa que ache necessária ou interessante. Enfim, foi uma porção de dicas úteis que me colocam na obrigação de agradecer por elas. Como se não bastasse, ainda me confidenciou seus problemas pessoais, como o que teve em relação ao Skill. Me confessou seus sentimentos mais íntimos, como seu problema conjugal, o amor que sente por seu filhinho e a paixão que sentia, ou ainda sente, sei lá, pelo Snoopy. Portanto, sou bastante grato por tudo isso. Sinceramente, nem sei como agradecer. Você foi muito especial. É uma pena que não tenhamos conseguido preservar essa amizade.

Quero te dizer também que não devo entrar mais no chat, ou, se entrar, será bem raro, pois apesar de conversar com todo mundo e muita gente gostar de mim, lá você era minha referência, seja no aberto ou no reservado. Naquela vez que você o abandonou, eu praticamente saí do chat: o motivo mais forte para minha presença não estava mais lá. Talvez você possa achar que isso não seja verdade, mas pra mim sempre foi uma satisfação incontida te encontrar na rede, seja no chat ou no ICQ. Saiba mais uma vez que te admiro muito. Lamento o que aconteceu.

Bem, nossa história começou com risos e termina com lamentos. Mas não se preocupe. Você só me ensinou a rir. Chorar eu já sabia.

Adeus.

kali

Kali.
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Não falo de mim,
mas do mundo,
bem mais importante
e interessante.
Quiçá, mais bonito :Þ

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