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sexta-feira, 29 de setembro de 2006

Os Partidos políticos e... água oxigenada, veja só!

Estamos às portas das eleições e aproveito para republicar alguns gifs de partidos que bolei ainda no ano passado, com uma ou outra novidade. Talvez essas caracterizem melhor o que os partidos políticos realmente representam. É minha singela contribuição para o processo democrático. Mas não se iludam: o que segue são apenas pilhérias, ainda que bastante ferinas. Partidos políticos são coisas sérias. Eles representam o interesses de grandes grupos sociais e de classes sociais inteiras. Se hoje os políticos trocam de partido como trocam de cuecas, não é porque o político é volúvel ideológicamente ou porque os partidos não tenham perfis ideológicos e interesses bem definidos. Têm sim. É que no Brasil quase sempre há mais de um partido representando os mesmos interesses, especialmente o da classe dominante. Na verdade, há até uma disputa entre eles pela primazia e pela hegemonia dessa representação da qual dependem para sobreviver política e financeiramente. É isso que faz um político entrar e sair das agremiações partidárias sem sentir vergonha na cara. E é também por isso que vou entrar e sair da seção eleitoral neste domingo sem votar em ninguém.

Outro motivo pelo qual votarei nulo está no fato de os partidos se esconderem dos eleitores. Fica difícil saber em que partido você está votando. Mas agora com o Partido-identificator Tabajara meus queridos leitores vão saber o que realmente os principais partidos políticos brasileiros representam :Þ Como avisei, é apenas gozação, mesmo que muitos fatos atuais confirmem o que está escrito. Partido é mais do que está expresso abaixo. Partidos são canalizações de forças sociais importantes e em luta umas com as outras.





 





 

Os benefícios da água oxigenada



imagem: www.kesterportfolio.com

Vocês devem estar se perguntando sobre o que água oxigenada tem a ver com partido político. Claro que tem. Meu caro, ambos fazem um candidato moreno parecer louro, ora.

Recebi esse negócio de Kitty Katchie. Muito interessante e útil. A segunda parte do item 1 foi indicação de Adriana Helena, odontóloga. E eu que pensava que água oxigenada só servia para tranformar uma morena verdadeira em loura falsa, veja só. Só uma advertência: cuidado com a sensibilidades/alergias ao produto.

A água oxigenada foi desenvolvida na década de 1920 por cientistas para conter problemas de infecções e gangrena em soldados em frente de batalha.

A pesquisa buscava um produto barato, fácil de transportar e usar, que pudesse ser conservado de forma fácil e à temperatura ambiente, sem problemas colaterais. Durante a segunda guerra mundial, a redução no número de baixas e amputações foi tremenda, graças ao uso da água oxigenada.

Numa solução a 3%, é um dos mais potentes desinfetantes que existem. Isso é pouco divulgado e pode-se entender porquê. Um produto barato e simples de usar, concorre com outros desenvolvidos por laboratórios farmacêuticos e indústrias de desinfetantes domésticos e hospitalares. Portanto, não há interesse comercial no seu uso em larga escala.

O que se pode fazer com água oxigenada:

1 Uma colher de sobremesa do produto usada para bochechos e mantido na boca por alguns minutos, mata todos os germes bucais, branqueando os dentes! Cuspir após o bochecho. E também pode ser utilizada em casos de halitose ( mau hálito) para gargarejos.

2 Manter escovas de dentes numa solução de água oxigenada conserva as escovas livres de germes que causam gengivite e outros problemas bucais.

3 Um pouco de água oxigenada num pano desinfeta superfícies melhor do que qualquer outro produto. Excelente para usar em cozinhas e banheiros.

4 Tábuas de carne e outros utensílios são totalmente desinfetados após uso, com um pouco de água oxigenada. O produto mata qualquer bactéria ou germe, inclusive salmonela.

5 Passada nos pés, à noite, evita problemas de frieiras e outros fungos que causam os principais problemas nos pés, inclusive mau cheiro (chulé).

6 Passada em ferimentos (várias vezes ao dia) evita infecções e ajuda na cicatrização. Até casos de gangrena regrediram com o seu uso.

7 Numa mistura meio-a-meio com água pura, pode ser pingada no nariz em resfriados e sinusites. Esperar alguns instantes e assoar o nariz. Isso mata germes e outros microorganismos nocivos.

8 Um pouco de água oxigenada na água do banho ajuda a manter a pele saudável, podendo ser usada em casos de micoses e fungos.

9 Roupas que precisem desinfecção (lençóis, fraldas, etc), ou aquelas em contato com secreções corporais e sangue, podem ser totalmente desinfetadas se ficarem de molho numa solução contendo água oxigenada antes da lavagem normal.

10 Certamente você encontrará outras formas de usar a água oxigenada em sua casa......

Kali.
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domingo, 24 de setembro de 2006

Aos navegantes

Não sei se vocês já perceberam, mas acrescentei alguns poemas à seção poemas cálidos aí <<<< ao lado, junto com alguns contos na nova seção contos cálidos. Todos eles foram publicados aqui neste blog em primeira mão, como tantos outros que escrevi desde o início. Aliás, faço isso como espécie de comemoração pelos quatro anos de Blog Kálido que se completam neste mês de outubro. Obrigado pela audiência e pelos parabéns pra você pra mim haha.

Aproveito para avisar que os poemas e os contos podem ser reproduzidos à vontade, desde que citado o autor (eu mesmo, Kali, obrigado) e a fonte, ou seja, o endereço do site de onde foram extraídos (aqui mesmo, kaliblog.blogspot.com). Não respeitadas essas singelas orientações, a reprodução será considerada plágio e violação de direito autoral. Quero lembrar que sou formado em Direito e que não gostaria de ficar rico às custas de ninguém por causa desse negócio, mas que serei obrigado a defender meus singelos e parcos interesses os quais, embora modestos, prezo muito. Tudo bem?

No mais, espero que gostem. Se gostarem, podem divulgar. Se não gostarem, lamento, mas tenham certeza de que foi com a melhor das intenções e com muito sentimento.

Um abraço a todos e obrigado por tudo.

Kali.
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quarta-feira, 20 de setembro de 2006

Eleições e... Cicarelli, veja só.

Estamos a menos de duas semanas das eleições e mantenho inalterada a posição e disposição de votar nulo nessas eleições. Há alguns anos eu vi uma pichação assim, na subida da Terceira Ponte, na Praia da Costa, Vila Velha, ES, Brasil: "Eleição geral, vergonha nacional!" Concordo.

"Mas, Kali, causdiquê você num vota logo num cara bão, em vez de votar nulo, bobão?"

A questão não é tão simplória assim, caro eleitor, cara eleitora. As razões já estão colocadas aí no Manifesto do Voto Nulo. Mas vamos passar os pontos principais, rapidinho.

Primeiro de tudo, é claro que sempre existe um candidato melhor do que outro. Veja por exemplo a candidatura ao governo aqui do Espírito Santo. Acho que Sérgio Vidigal é bem melhor que Paulo Hartung, o atual governador e candidato à reeleição. Mas todo mundo vai votar em Paulo Hartung cujo maior feito foi colocar em dia o salário de fome do servidor público estadual. O salário é tão baixo que ele fez um concurso público para médico e nenhum apareceu. O salário? R$ 1.400,00, o que muitos médicos ganham numa única intervenção. Apesar do valor, é muito difícil encontrar um servidor do Estado com nível superior ganhando mais que R$1.000,00. Os servidores só não abandonam em massa o emprego no Estado porque simplesmente não existem os empregos que Paulo Hartung jura que seu governo e o Petróleo estão criando. O Estado continua quebrado. Tanto é verdade que até para construir cadeias... digo, para transformar contêiners velhos em cadeias, o governador sugeriu que o Banco do Estado, o Banestes, bancasse o custo. Se ele pediu, é porque seu governo não tem, claro. O fato é que ele passou para a história como o governador que reconstruiu o Espírito Santo. E todo mundo acredita. Vive iludindo o povo capixaba com esse negócio de emprego e progresso com o petróleo, com o granito, com a Aracruz, com a Vale do Rio Doce, com a Arcelor, com a puta que pariu. Não precisa ser economista para saber que ele mente desavergonhadamente. Basta olhar para as terras do petróleo do Brasil, Macaé e Campos, para ver o belo progresso que o ouro negro trás para aquele povo. Estamos num país capitalista, Mr. Hartung. Vossa Excelência sabe muito bem disso. A riqueza produzida não vai para o povo que a produziu, nem para o Estado que assegurou sua exploração. Vai para o bolso do explorador. Mesmo se não fosse economista, Vossa Excelência o saberia da mesma forma.

Infelizmente, a questão não passa apenas por escolher o melhor candidato ou o melhor partido. O voto nulo é uma forma de protesto contra todo o sistema eleitoral, contra a grande vergonha nacional que as eleições gerais representam no momento político atual e a forma como é conduzida, e não apenas contra este ou aquele candidato.

Um. O Voto nulo é um protesto contra o voto obrigatório. Se o voto é um direito, não pode ser uma obrigação. Se é para votar forçado, eu voto, mas voto nulo, tomou?

Dois. Independente da existência de um candidato melhor que outro, o sistema continua permitindo o uso do dinheiro público nas eleições. Vejam o que os candidatos da situação fazem aqui (no resto do Brasil deve ser a mesma coisa, creio eu): obrigam os ocupantes de cargos nomeados pela Administração a participar de atividades de campanha, muitas vezes em horário de serviço. O exemplo vem de novo do governador capixaba Paulo Hartung. Semana passada, ele promoveu um "jantar de adesão" à sua candidatura. Os ocupantes dos cargos em comissão do governo estadual, das autarquias e empresas públicas tiveram que pagar a bagatela de R$100,00 por uma gororoba servida numa cumbuquinha de plástico lá num cerimonial da Praia do Canto. R$100,00. E todos tiveram que ir, para não correrem o risco de perder o emprego. Um colega chegou a vender o convite por R$50,00 para reduzir o prejuízo

Três. Independente de quem vença as eleições - ainda que sejam os piores dos piores, o que não muda muito o quadro - o voto nulo cria um clima de pressão muito forte sobre os eleitos, na seguinte linha: "vocês venceram, tudo bem, mas sem a legimidade de uma grande parte do povo, e todo mandato sempre pertencerá ao povo, independente do voto dado. Todo poder emana do povo, e quanto menos o povo votar, mais esse poder ainda estará em suas mão e ainda mais do povo será o mandato que ele não delegou. Ouviu, bobão?"

Quatro. As grandes mudanças da história não foram feitas por meio do voto, mas através da participação direta do povo em mobilizações, em revoltas, em manifestações, incluindo a própria conquista do voto, fruto da luta do povo. "Ah, Kali! Se é uma conquista do povo, porque não usá-la?" Se o voto nulo representa a perda da oportunidade de se votar em alguém, por outro lado expressa tammbém o ato de jogar fora o voto e ficar com as mãos livres para levantá-las em protesto.

Cinco. A omissão do Estado, especialmente do Poder Judiciário e do Ministério Público em impedir que ratos e bandidos concorram à eleições é simplesmente vergonhosa. Eles querem deixar ao povo a tarefa de varrer da vida política os gângsters e as gangues eleitorais, no dizer de Heloísa Helena. Ora, o povo é totalmente indefeso em relação a esses canalhas. A maior parte do povo brasileiro, 70%, tem renda de até somente três salários mínimos. Não têm condições de se educar, de se informar (mesmo porque o Estado não cuida disso), pois precisa que cuidar da própria sobrevivência, dia a dia. Ficam totalmente a mercê dos vagabundos estaduais e federais. E, se quem tem a obrigação social, jurídica e política e todas as condições para tomar tal atitude, não toma, o que fazer? Votar nulo em protesto, claro. Não apenas contra o político corrupto, mas também contra o juiz que o encobre, que o permite. Votar nulo é dizer: "Meu voto nulo não é apenas contra as canditaturas pérfidas que se lançaram, mas também contra o sistema que as permitiu serem lançadas!"

Recebi por e-mail o vídeo que mostra Danielli Cicarelli sendo enrabada recentemente por um tal Tato Malzoni, na praia de Tarifa, em Cádiz, lá na Espanha. Menino! Dá até debaixo d'água, a sereia! Tudo bem, cada um cuida da sua vida blá, blá, blá. Mas para quem dá uma de nobre, que casa em castelo, nem parece ser tão galinha assim e que daria uma trepada tão rampeira como aquela...

Nada de moralismos. A imagem que tenho de Cicarelli não vai mudar por causa disso. Continuo achando que ela é piranhuda, como sempre achei. Mas é só uma opinião pessoal, claro, e bem preconceituosa por sinal, mas não chega a ser uma acusação, apesar da prova mais do que convincente. Dá a impressão de que ela tem mais hora de pinto que urubu tem de vôo, como dizem por aí. Problema dela, né? Ela que paga suas contas. Dar para o namorado, todas dão, e daí?

Daí que...daquele jeito, naquela água gosmenta, sem camisinha? Faltou foi muita classe. Cicarelli agora está nua, como o rei da fábula. Não pode ser mais modelo nem de roupas, muito menos de comportamento. É o que eu penso. Mas hoje são outros tempos.

Bem, não posso falar mal de Cicarelli. Seria muita incoerência, se o que eu mais quero é que ela se foda mesmo...

Kali.
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segunda-feira, 18 de setembro de 2006

O Papa é pobre. De espírito, claro.

E tem esse negócio agora de o Papa Bento XVI falar mal de Maomé. Fala sério, sr. Ratzinger! Já não basta o clima político de confronto entre ocidentais e o mundo islâmico e ainda vem a religião entrar no meio para aumentar o fogo da fogueira?

Isso só pode ser coisa do capeta. Nesse caso, quem iria dizer que o diabo acabaria chefe da igreja católica? Jesus. Ele dizia: "vigia e orai". Oraram muito e vigiaram pouco, acho que foi isso.

Penso que a religião, qualquer uma delas, não leva a humanidade a lugar nenhum.

Mas bem que poderia ser usada para promover a paz entre os homens, não?

Kali.
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terça-feira, 12 de setembro de 2006

De última hora

Deixando de postar novamente, puxa vida. Prometi não deixar isso acontecer de novo. Então aqui vai um post de última hora. Meio sem tempo, arrumando minhas coisas, trabalhando um tanto, e por aí vai. Nada que seja insolúvel. Até pó de café é solúvel, por que meus probleminhas não o seriam?

Na verdade, estou preparando um post sobre esses blogs femininos que gostam de achincalhar os homens. Claro que muitos marmanjos merecem, mas não precisa generalizar, né?

É bom ter um blog pra escrever, não é, não? Claro que é. Então me aguardem. Não demoro, prometo.

Tô achando que esse post passado ficou meio atravessado, mas tudo bem. Quanto ao anterior, o da bolada na cara, joguei novamente com o cara e não me preocupei em ir a forra porra nenhuma. Foda-se. O negócio é jogar. Bater bola me hipnotiza. Além disso, não sou de me vingar. Só na hora. Dá raiva e passa. É que às vezes, no meio da raiva, dá tempo de escrever um post. Falei?

Já volto.

Kali.
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quarta-feira, 6 de setembro de 2006

O problema dos pobres cotados

Acontece que essa questão de cotas para negros nas universidades cheira a oportunismo político dos mais ordinários. Primeiro, que todo mundo sabe que a medida é inconstitucional, posto que é racismo às avessas. segundo, que não se pode definir com clareza, no Brasil atual, o que é ser negro ou não. Além disso, reserva de vagas nas universidades não é, nunca foi e nunca será condição de melhoria de vida para as classes pobres, pois é justamente a divisão do trabalho intelectual/manual que assegura a exploração do trabalhador. Este continuará a ser explorado. No máximo, e sem garantias, a medida pode beneficiar tão-somente os beneficiários diretos da medida. Os beneficiários indiretos serão os defensores do sistema de cotas, as lideranças dos movimentos negros, que terão um pouco mais de votos na eleição para algum cargo eletivo, só isso. Por que não lutam para as melhorias do nível de ensino das escolas públicas de primeiro e segundo graus? Por que não lutam contra os salários de miséria dos trabalhadores sem formação superior? Ou eles pensam que vamos ter uma sociedade inteiramente formada de engenheiros, médicos, advogados e assemelhados? Eles não sabem que a educação numa sociedade capitalista como a nossa tem um fim utilitarista e de manutenção do status quo?

Como eu queria fazer um post sobre esse tema, fui ler um livro com textos de Marx e Engels sobre a educação e ensino e olhem o que achei:

A força de trabalho em ação, o trabalho mesmo, é , portanto a atividade vital peculiar ao operáio, seu modo peculiar de manifestar a vida. E é esta atividade vital que ele vende a um terceiro para assegurar-se dos meios de subsisistência necessários. Sua atividade vital não lhe é, pois, senão um meio de poder existir. Trabalha para viver. Para ele próprio, o trabalho não faz parte de sua vida; é antes um sacrifício de sua vida. É uma mercadoria que alheou a um terceiro. Eis porque o produto de sua atividade não é também o objetivo de sua atividade. O que ele produz para si mesmo não é a seda que tece, não é o ouro que extrai ndas minas, não é o palácio que constrói. O que ele produz para si mesmo é o salário, e a seda; o ouro, o palácio reduzem-se, para ele, a uma quantidade determinada de meios de subsistência, talvez uma jaqueta de algodão, alguns cobres ou o alojamento no subsolo. O operário que durante doze horas tece, fia, fura, torneia constrói, maneja a pá, entralha a pedra, transporta-a etc, considera esas suas doze horas de tecelagem, fiação, furacão, de trabalho de torno e de predreiro, de manejo da pá ou de entralhe da pedra como manifestação de sua vida, como sua vida? Muito pelo contrário. A vida para ele principia quando interrompe essa atividade, na mesa, no albergue e leito. Em compensação, ele não tem a finalidade de tecer, de fiar, de furar etc nas doze horas de trabalho, mas a finalidade de ganhar aquilo que lhe assegura mesa, albergue e leito. Se o bicho-da-seda tecesse para suprir sua exigência de lagarta, seria um perfeito assalariado. A força de trabalho nem sempre foi uma mercadoria. O tralbaho nem sempre foi trabalho assalariado, isot é, trabalho livre. ...

...8, 10, 12, 15 horas de sua vidas diária pertencem a quem as compra. O operário abandona o capitalista ao qual se aluga tão logo o queira, e o capiatlista o despede quando lhe apraz, desde que dele não extraia mais nenhum lucro ou não obtenha o lucro almejado . Ma o operário, cujo único recurso é a venda de sua força de trabalho, não pode abandonar todas a classe dos compradores, isto é, a classe capitalista, sem renunciar à vida. Não pertence a tal ou qual patrão, mas à classe capitalista e cabe-lhe encontrar quem lhe queira, isto é, tem de achar um comprador nesssa classe burguesa. (Karl Marx, Trabalho Assalariado e Capital, I).

O que os negros devem fazer, juntamente com os brancos igualmente explorados, é acabar com o sistema de exploraão, não tentar, de forma demagógica, dele procurar tirar proveito.

O movimento de cotas é a melhor expressão do famoso jeitinho brasileiro. Tirar proveito de um desastre passando-se por uma das vítimas.

Muito bom esse blog aqui

Kali.
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sexta-feira, 1 de setembro de 2006

Bolada na cara

Acontece o seguinte. No futebol - esse violento e apaixonante esporte bretão - você pode se machucar por ato involuntário ou intencional, claro. O primeiro caso acontece geralmente quando o adversário não é bom de bola mas é afoito e voluntarioso o suficiente para provocar acidentes. Nesse caso, ele pode machucar o adversário e até os companheiros. Mas, na maioria das vezes, é ele mesmo quem se ferra, graças a Deus. Delícia. Vai aprender a jogar bola, vai, mané.

No segundo caso, independente de o cara ser bom ou ruim, ele é maldoso, mal intencionado e sacana o suficiente para agredir seu adversário. Geralmente é ruim de bola, pois a violência substitui um recurso que ele não possui: domínio de bola e agilidade.

Então. Numa pelada que jogo, tem um cara desse. Sábado passado, o desgraçado me deu um carrinho no joelho (é isso mesmo que estou falando: no joelho) que quase me quebra a perna. Se não fosse na areia, o que fez meu corpo ceder e amortecer o impacto, eu tava fudido. Tô sentindo até agora. A bola tinha sobrado para mim na cara do gol e, como não dava para ele chegar na bola, foi na minha perna. Eu ainda cheguei a chutar, mas a bola saiu fraca e o goleiro pegou. O sujeito é maldoso, no pior sentido da palavra. Dá porrada o tempo todo, e para machucar mesmo.

"Tá bom, kali. E daí?". Daí que eu não iria responder com a mesma moeda, claro. Aí viraria uma porradaria do mais baixo nível. E a minha classe, onde fica? Tenho outra estratégia e ela já está traçada.

Ele joga na defesa. É o seguinte. Tá vendo essa imagem que eu botei aí em cima? Então. Eu vou chutar para o gol. Ninguém vai saber que eu estou mirando a cara dele, né? Então. E se acertar umas duas ou três vezes o rosto dele durante o jogo, vai ser só azar ou coincidência, claro, pois nenhum jogador acerta a bola na cara do outro se não for por puro acaso, certo? Errado! Não sei se vocês sabem, mas um bom jogador não precisa ficar olhando para o objetivo de seu chute para acertar o alvo. Na-na-ni-no-no. Ainda mais quando o alvo está pertinho. Jogadores olham para a bola e não para a meta, na hora de chutar. Com a experiência, é fácil colocar a bola onde se quer. Basta dar uma breve olhada antes de chutar. O ponto de interesse, a distância e a direção ficam instantaneamente calculados e gravados na memória. E eu tenho uma potência bem grande no pé, graças ao bom Deus. Outro dia acertei um chute que o pamonha do goleiro tá até agora atrás da bola. É assim que vai ser. Claro que depois eu vou chegar perto para me desculpar, né? Afinal de contas, sou um cara educado. E aproveitar para ver o estrago. Uma bola cheia de areia na cara à velocidade de uns 100 km/h não é bonito, não, tá? Eu bem sei. Já levei uma dessas :Þ E em tempo frio como agora, nem se fala. A bola fica mais dura e a pele mais sensível. Ô dó.

Aqui se faz, aqui se paga, meu chapa.

E mesmo que essa frase aí não fosse verdadeira, ainda assim eu iria fazer um favorzinho ao Papai do Céu para que Ele não perdesse tempo castigando lá em cima gente ordinária como essa aqui embaixo.

Isso mesmo. "Quando eu sou bom, eu sou bom, mas quando eu sou mau, eu sou melhor ainda."

Tá, eu sei que Nosso Senhor Jesus Cristo pediu para oferecermos a outra face quando somos agredidos. Azar se o filho da puta acertou meu joelho e não minha cara, né? Então.

É claro que eu não vou dizer o nome do infeliz aqui, pois ele pode ler esse blog e tirar a cara da reta quando eu chutar a bola.

Se bem que eu duvido muito que um troglodita daquele leia um blog tão doce e angelical como este.

Bom final de semana, gente linda e gente boa.

Kali.
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Não falo de mim,
mas do mundo,
bem mais importante
e interessante.
Quiçá, mais bonito :Þ

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