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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Se eu tivesse diploma de jornalista e encontrasse Belchior antes do Fantástico e de Sônia Bridi

E aí, Belchior?! Sumido, hein, camarada! Vai uma entrevista?
Saia do meu caminho, Kali! Eu prefiro andar sozinho. Deixem que eu decida a minha vida.

Como chegou aqui no Uruguai?
Dentro do carro, a cem por hora, ó meu amor!

Direto?
Foi! Por medo de avião.

Junto com a esposa.
É. Da outra vez, quando eu desapareci, ela arranjou um amante.

Estão falando de você o tempo todo no Brasil, do seu sumiço...
Eu sei! No Corcovado, quem abre os braços sou eu. Copacabana, esta semana, o mar sou eu.

E por que decidiu vir logo para o Uruguai?
Um cara que transava à noite no Danúbio azul me disse que faz sol na América do Sul.

E essa roupa que você está usando, esse frio todo?
Kali, há tempo, muito tempo que estou longe de casa e nessas ilhas cheias de distância o meu blusão de couro se estragou ôu ôu ôu...

E vai ficar para sempre por aqui?
Eu sei que o calor é uma coisa boa, mas também sei que qualquer canto é menor do que a vida de qualquer pessoa.

Não volta mais para o Brasil?
Kali, não preciso que me digam de que lado nasce o sol porque bate lá o meu coração! Tenho falado à mulher companheira, quem sabe lá no trópico a vida esteja a mil... Mas vou ficar nesta cidade. Não vou voltar pr'o sertão, pois vejo vir vindo no vento o cheiro da nova estação.

Esse frio não te faz pensar?
O tempo andou mexendo com a gente sim, kali. Gente de minha rua! Como eu andei distante! De qualquer forma, trago na cabeça uma canção do rádio em que um antigo compositor baiano me dizia: "tudo é divino, tudo é maravilhoso"...

E a que conclusão você chegou?
Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo, tudo, tudo, tudo o que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos, ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais...

Fique em paz, Belchior. Eu vou indo. Um abraço cálido.
Um abraço, Kali. Não se preocupe, meu amigo, com os horrores que eu lhe digo. Isso é somente uma canção. A vida realmente é diferente. Quer dizer, a vida é muito pior...

Obrigado pela entrevista, Belchior! Você responde às perguntas como que por música!
Tchau, Kali! Vê se desaparece de vez em quando.

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Kali.
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terça-feira, 11 de agosto de 2009

Descomprando jornal

Acontece que diariamente eu ia à banca de jornais da pracinha para comprar a gazeta do dia. Bem, eu poderia fazer assinatura do jornal para gastar menos, mas gostava de aproveitar a ida à padaria e ler o jornal pela rua, na volta. Além do mais, eu estava ajudando alguém que trabalhava e nunca li em nenhuma edição a notícia de que eu tinha sido atropelado.

Mas já tinha ouvido falar que a dona da banca era uma piranha que dava para todos os homens do bairro. Isso jamais me incomodou. Eu pagava, ela me tratava com carinho e me dava a única coisa que eu queria dela: o jornal.

Até que um dia eu cheguei com o meu jeito de sempre chegar, estendi a mão com o dinheiro. Nem precisava dizer qual jornal eu queria, ela já sabia. Fiquei aguardando. Ela já ia pegando o tablóide para mim, quando um senhor que eu nunca havia visto por lá, passou sua mão contendo 1 real por cima da minha e pediu a Tribuna. Vocês acreditam que ela largou meu jornal para atender o infeliz?

Bem educado que sou, fiquei na minha, calado em minha ira. O cara ainda comentou alguma coisa com ela sobre e por trás de mim, ao que ela respondeu: "Não esquenta, não! Esse aí é sangue bom!"

Sangue bom o cacete! Meu sangue é A+ e já tive hepatite.

Resumo da história: nunca mais apareci por lá para comprar o jornalzinho da coroa de programa, com todo respeito a quem se prostitui. Como disse ontem mesmo um amigo meu, as prostitutas servem para evitar que as filhas de quem as condena sejam estupradas. Gostei da definição.

Até fiz as contas. Se eu ficar 20 anos sem comprar o jornal dela, como estou pensando, ela vai deixar de receber exatos R$ 11.320,00.


Como vocês podem ver, eu não reajo, apenas me vingo.

Mas isso é só na hora da raiva. Daqui a pouco eu volto a comprar jornal com ela. Vinte anos não demoram tanto assim :)

Kali.
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terça-feira, 4 de agosto de 2009

Se eu tivesse diploma de jornalista e Ana Paula Padrão me concedesse uma entrevista

Imagem: Jokbox (obrigado, Jok!;) (esse cara desenha pra caramba!)

Ana Paula Padrão! Como você está, menina!?
Estou bem, Kali, obrigada! Muito bem! Conquistei um prêmio maravilhoso essa semana, você viu?!

É? Que prêmio?
Fui eleita a jornalista mais confiável da imprensa brasileira! Tá bom pra você?

Jura? Nem acredito! (risos)
Hahahaha... Pela terceira vez!

Ah, isso é tranquilo! Se você noticiar que eu morri, eu me enterro na mesma hora! Você é uma literal "paulada" na concorrência!
Não exagera! Me diz uma coisa: por que você acha que as pessoas vêem verdade em mim?

Acho que é porque a mentira é feia, não?
(risos) fala sério! E então? vamos começar a entrevista? Meu tempo tá um pouco apertado.

Seu jeans também! (risos) Tudo bem! Vamos lá! Agora é que você vai falar umas verdades! (risos)
Manda!

Você nasceu no dia de Natal, em Brasília, não é?
É. Porquê?

Por nada. A entrevista não começou ainda. Foi só para eu saber seu signo. Sagitário. Quando você trabalhou na Globo, você foi escalada para cobrir a guerra do Afeganistão, não foi?
Não só foi, como fui! (risos)

Mas logo você? Não tinham um canhão na redação? (risos)
Tinha uns lá, mas negavam fogo! hahahaha

Boa, boa. E por que você saiu do SBT?
Ah, Kali! O Sílvio queria tratar o SBT como uma família e lá nem todos são santos.

Já pensou em abrir seu próprio jornal? O que você diria de Ana Paula patrão?
Seria apenas um trocadilho. A primeira notícia que daria seria "abri!" e a segunda "fali!" Não tenho jeito para mandar. Só notícias.

Já disseram que você se parece com a Maga Patalójika?
Muitas vezes! É por causa do cabelo?

Não.
Dos olhos?

Não.
Da boca?

Não.
Do quê, então?

Você enfeitiça.
Lindim!

Beijinho
Beijinho.

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Kali.
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sábado, 1 de agosto de 2009

Se eu tivesse diploma de jornalista e Chico Buarque de Hollanda fosse meu caro amigo

Imagem: memória cinematográfica e afins

Salve, Chico!
Kali! Como é que vai?

Amigo, há quanto tempo!
Um ano ou mais!

Posso sentar um pouco?
Faça o favor! O que você anda fazendo?

Para dizer a verdade, estava à toa na vida aí me chamaram para fazer essa entrevista. Agora sou jornalista. E você, como está?
Estou bem. Venho até remoçando, me pego cantando, sem mas nem porquê.

Grande Julinho de Adelaide! Onde você arranjou esse nome?
Adotei esse pseudônimo na época da ditadura para driblar a censura.

E conseguiu!
Claro! Fácil. Toda censura é burra, Kali! Censura é exatamente a limitação da inteligência dos outros para ela não suplantar a sua. Entendeu?

Não! Acho que vou cortar essa sua resposta! (risos)
Entendeu!

Temos duas coisas em comum, Chico. Fizemos Arquitetura...
Não cheguei a concluir o curso.

Sei disso! A música e a poesia agradecem o abandono! ...e somos tricolores! Sou branco, de cabelos pretos e a barba ruiva, se deixar crescer, e você é branco, de olhos verdes e cabelos castanhos (risos))
Rapaz, nem me fale do Fluminense! Deixe em paz meu coração que ele é um pote até aqui de mágoa.

E como andam as peladinhas de sábado à tarde?
Nem pensar! Nesse horário eu jogo bola (risos).

E aquela mulher que você pegou no mar?
Nem me fale! Foi na água, mas o amor é bom mesmo quando em terra (risos). Sei não, acho que Deus me deu mão de veludo pra fazer carícia.

Tudo bem, Chico. Então vamos mudar de assunto. O Collor está voltando, você viu?
Pois é, rapaz! Que coisa! Armou daquela vez como se fosse a última...

Chico, me diga por que a mídia tanto bate em Lula e ele nem tchum? Continua lá em cima nas pesquisas e o povo apoiando.
Seguinte, Kali. De muito gorda a porca já não anda, de muito usada a faca já não corta.

Caramba! Que bonito! Isso daria uma música, sabia?
Fala sério! Pai, afasta de mim esse Kali!

Você se acha tímido?
Não, mas tenho vergonha de dizer isso em público.

Chico, para não dizer que não falei de valores, você e Vandré protagonizaram dois embates musicais gigantescos, um em 1966 e outro em 1968. A Banda contra Disparada, depois, Sabiá e Caminhando.
Não é isso. O que chamam de confronto só existiu por conta dos festivais, já que as músicas concorriam umas com as outras, mas as músicas não brigam umas contra as outras. Só quando tocadas ao mesmo tempo.

Por falar nisso, Zuza Homem de Mello disse que A Banda havia vencido o festival por 7 a 5 e que você foi até a comissão dizendo que não aceitaria a derrota de Disparada. É vero?.
Deixa isso para lá. Estão falando alto pelos botecos. O que será que andam sussurrando em versos e trovas? O que não tem certeza nem nunca terá!

Quando você e Vandré falam do povo, acho que são visões totalmente diferentes do assunto, apesar de ambos estarem do lado dele.
Diga.

Acho que você vê o povo de maneira parternalista e Vandré, revolucionária. Seu trabalhador é passivo, o de Vandré, ativo; Seu trabalhador é lírico, o de Vandré, heróico. Você tem uma inveja dessa gente que vai em frente sem nem ter com quem contar; para Vandré, essa gente não é boi, mas boiadeiro laço firme e braço forte de um reino que não tem rei; para você, Pedro pedreiro penseiro fica esperando o trem; para Vandré, esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer. O que você me diz?
Que somos todos iguais, braços dados ou não.

Grande Chico!
Apareça!

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Não falo de mim,
mas do mundo,
bem mais importante
e interessante.
Quiçá, mais bonito :Þ

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